Estudantes do Ifal Penedo destacam personalidades alagoanas durante 3ª Feira de Humanidades

Nos dois últimos dias do 3º Encontro de Humanidades, as salas de aula do Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo foram transformadas em espaços de exposição e conhecimento sobre personalidades alagoanas que contribuíram e ainda contribuem para a sociedade. Ao todo, foram 12 trabalhos produzidos e apresentados de forma criativa pelos estudantes dos cursos técnicos integrados ao ensino médio.

Na quarta-feira, 27, as turmas matutinas de Meio Ambiente e Química trouxeram para o público os resultados de suas pesquisas sobre a vida, obra e legado do escritor Graciliano Ramos, do poeta e romancista Jorge de Lima, da liderança indígena Maninha Xukuru Kariri, da psiquiatra Nise da Silveira, de Mulheres na Ciência em Alagoas e da multiartista Linete Matias, que inclusive prestigiou a Feira de Humanidades.

“Diante da grandeza de tantos autores, escritores, artistas, de todas as áreas, que vocês poderiam homenagear nesse momento, eu me sinto muito feliz em ser homenageada praticamente em casa. Agradeço imensamente a cada um de vocês, aos professores que fortaleceram essa iniciativa de trazer praticamente uma anônima, pois em Alagoas eu ainda sou anônima, meu reconhecimento vem muito de fora. Então ter meu nome sendo reverberado aqui junto com o espetáculo Nega D'água é muita emoção para mim”, destacou Linete Matias, nascida e criada no Povoado Potengy, localizado às margens do Rio São Francisco, em Piaçabuçu.

Na quinta-feira, 28, foi dia das turmas vespertinas ocuparem as salas para mostrar, através de recursos variados, como exposições interativas, performances, apresentações artísticas e material audiovisual, as histórias da artesã Dona Irineia, do poeta e ativista ambiental Toinho Pescador, da jogadora de futebol Marta, do músico Hermeto Pascoal, do cantor e compositor Djavan e de Personalidades Ancestrais de Alagoas.

Durante os dois dias, a Feira Humanidades atraiu não apenas o público interno. O evento recebeu a visita de estudantes de outros seis campi do Ifal (Coruripe, Batalha, Santana de Ipanema, Arapiraca e Marechal Deodoro), além de instituições de ensino locais, como as escolas estaduais Ernani Mero e Alcides Andrade, a escola municipal José da Costa Mangabeira e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

“Esta 3ª edição do Encontro de Humanidades representou um espaço de ruptura, rompendo silenciamentos e apagamentos. Tivemos falas e conhecimentos dos indígenas e quilombolas em evidência, nos reaproximamos dos nossos ancestrais, pescamos sabedorias, poesias e narrativas, sentimos o poder da música dos nossos artistas, rompemos a desigualdade de gênero na ciência, conhecemos o poder das mulheres na arte da argila, no teatro e no cuidado do nosso psiquê. Cordelisamos geleias, artesanatos, contracolonizamos ideias e as histórias de Penedo. Aprendemos a valorizar os frutos da terra. E o melhor de tudo: os professores aprenderam com os estudantes. Esse foi o maior legado e a consolidação do Encontro de Humanidades”, avaliou a professora Gisele, membro do Grupo de Estudos de Humanas do Brasil Contemporâneo (GEHB), responsável pela organização do evento.

Premiação dos trabalhos

Assim como nas edições anteriores, as apresentações foram avaliadas e premiadas. A escolha das equipes vencedoras de cada dia da Feira de Humanidades seguiu critérios estabelecidos em REGULAMENTO, avaliados tanto por uma banca de servidores quanto pelas pessoas que visitaram as salas.

A comissão julgadora atribuiu notas de 0 a 10 em oito aspectos: clareza e domínio do conteúdo, criatividade e originalidade, pertinência ao tema, organização da apresentação, qualidade visual dos materiais, cumprimento de prazos, capacidade de argumentação e impacto social e crítico do trabalho. A avaliação popular, realizada por meio de formulário eletrônico, contribuiu com até 20 pontos adicionais.

Dessa forma, cada equipe pôde alcançar a pontuação máxima de 100 pontos, combinando o parecer técnico e a participação do público. Conforme divulgado pela comissão organizadora, as turmas vencedoras foram o 3º ano A de Química, com o tema “As mulheres que fazem Ciência em Alagoas”, e o 3º ano B de Química, que apresentou a trajetória musical de Djavan. A premiação é uma visita técnica, cujo local e a data serão definidos posteriormente, e um ponto extra, no mínimo, nos componentes curriculares dos docentes parceiros.

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