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Exemplos bem-sucedidos de economia criativa marcam reunião aberta do NeoGetq/Ifal
Evento ocorreu na sexta-feira (23) no Campus Benedito Bentes, de forma híbrida, com palestra do professor Décio Coutinho
Pesquisadores Luiz Félix (Campus - Benedito Bentes), Diego da Guia (Campus - Benedito Bentes), Cláudia Cordeiro (Campus Maceió) e Ricardo Luís (Campus Rio Largo), durante transmissão da reunião híbrida
A economia criativa foi tema de palestra da reunião aberta do Núcleo de Estudos sobre Organizações, Gestão, Empreendedorismo, Tecnologia e Qualidade (NeoGetq/Ifal), ocorrida na sexta-feira (23) de modo híbrido (online e presencial) no Campus Benedito Bentes e transmitido para pesquisadores, alunos, servidores e público externo interessado.A temática foi abordada pelo professor Décio Coutinho, mestre em Gestão do Patrimônio Cultural em ênfase em Antropologia. realizador do Fórum Internacional de Cidades Criativas e autor da metodologia de desenvolvimento em territórios criativos.A mediação da pesquisadora do NeoGetq professora Cláudia Cordeiro. Estiveram presencialmente no Campus Benedito Bentes os professores: Luiz Félix (Campus - Benedito Bentes), Diego da Guia (Campus - Benedito Bentes), Cláudia Cordeiro (Campus Maceió) e Ricardo Luís (Campus Rio Largo). No modo remoto, participaram os professores: Plácido (Campus Maceió), Roberto Medeiros (Campus Viçosa), Amanda Queiroga (IFRN Campus Santa Cruz), discentes e convidados externos ao grupo. O evento foi transmitido ainda para uma sala de aula com estudantes do Campus Viçosa.
Diversidade e inovação
Durante a palestra, Décio Coutinho relatou a trajetória que o levou a ser um dos mais influentes pesquisadores na área da economia criativa do país. “ O início de minha história com cultura e com economia criativa se dá em 1999, quando eu tive a oportunidade de fazer um curso, de nove meses, em Roma, Itália e ao fazer esse curso eu tive a oportunidade de ser convidado para participar de uma pesquisa denominada “Cara brasileira, a brasilidade do novo negócio”, disse o palestrante. Coutinho declarou que ganhou experiência na cultura ao trabalhar com vários artistas, entre eles, Arnaldo Antunes, Fernanda Catai, Hermeto Pascoal, Ingrid Guimarães, Ariano Suassuna.
Na sequência, Coutinho disertou sobre a criatividade, definindo-a como uma questão interna em que as pessoas têm que desenvolver e aperfeiçoar. “Vivemos em um mundo Vica,(volátil, incerto, complexo e ambíguo). Muitos pesquisadores e estudiosos dizem que estamos vivendo o maior período de mudanças da história da humanidade”, explicou.
Depois de tecer considerações sobre os princípios da universalidade, criatividade e liberdade exercitada em mercado comerciais, Dácio Coutinho apresentou alguns exemplos de economia criativa que fazem parte do design popular como, os carrinhos de café em forma de trio-elétrico utilizados pelos ambulantes na Bahia, o suporte de cabeça para ser usado em ônibus, a calabresa na chapa com ferro de passar roupa.
O palestrante definiu a Arábia Saudita como país que está investindo em cultura, turismo como aquecimento da economia como prevenção a uma possível escassez do petróleo no futuro. “A diversidade é a mãe da criatividade que, por sua vez, gera inovação”, ressaltou o palestrante.
Não há um conceito definitivo para economia criativa, devido às frequentes mudanças, notadamente nas tecnologias da informação e comunicação,afirma o pesquisador, mas o setor, segundo Décio Coutinho, já movimenta 7 milhões de trabalhadores no setor cultural. Segundo dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a Feira Literária de Paraty movimentou R$ 47 milhões.Na avaliação da entidade, cada real investido na Flip gera R$ 13,42 para a sociedade como retorno e R$ 1,56 como imposto. O professor apresentou os setores que compõem a indústria criativa e definiu como princípios norteadores da economia criativa brasileira, a diversidade cultural, a inovação, a sustentabilidade e a inclusão social. Entre os conceitos mais próximos da definição do setor está aquele que afirma ser uma interface entre a economia, a cultura e a tecnologia, centrada na predominância de produtos e serviços de conteúdo criativo e valor cultural.
Décio Coutinho exemplificou ainda algumas ações vinculadas ao ecossistema criativo como, uma pousada ecológica em Goiás com restaurante rural, feito a partir do artesanato local e que envolve na atividade, entre os fatores, a criatividade individual, empresarial e urbana.Citou um centro cultural em Serranópolis-GO, onde o espaço é aproveitado para todos os tipos de eventos. Quanto a esse espaço, trata-se de um antigo armazém de arroz que se transformou em ponto de cultura, com espaço cultural, um museu-memorial, um auditório e salão de baile com forró e arrasta-pé todas as sextas-feiras. Outro exemplo marcante, citado na palestra, foi a criação da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, no Ceará, que é gerida por crianças por ter sido por elas recuperada.”Elas têm aulas com os mestres de cultura da cidade, criaram um museu,têm aulas nos sítios arqueológicos. No fundo da casa foi construído um teatro, uma galeria de arte, videoteca com aspectos internacionais, com peças enviadas por embaixadas e uma rádio comunitária controlada pelas crianças.Tem um estúdio de vídeo onde elas fazem produções e ganham dinheiros com esses trabalhos