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Práticas sustentáveis no sistema de alimentação escolar são destacadas em e-book do ProfEPT/Ifal
Produto educacional de autoria de Thaisa Martins busca alternativas para promover um sistema agrícola mais sustentável quanto à destinação final dos alimentos
A importância do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) como fator de proteção social para estudantes comensais e, da compostagem como ferramenta para gestão de resíduos orgânicos nas ações de educação alimentar e nutricional fazem parte das práticas sustentáveis para sensibilizar a comunidade escolar sobre questões relacionadas à sustentabilidade econômica, ambiental e social. Essas ações de sustentabilidade compõem o 32º produto educacional do Mestrado em Educação Profissional ofertado pelo Instituto Federal de Alagoas, por intermédio do campus Benedito Bentes. Trata-se de um e-book produzido pela mestre Thaisa Martins, nutricionista do campus Batalha e defendido no dia 17 de setembro deste ano, sob a orientação do professor André Suêldo. Com o título “A Sustentabilidade em uma Perspectiva Transdisciplinar”, o material didático traz, em seu conteúdo, um breve histórico sobre o PNAE e sobre educação alimentar e nutricional. O produto educacional foi aprovado pela banca examinadora composta pelos docentes Álvaro Itaúna Schalcher Pereira (IFMA), Maria Alice Araújo Oliveira (Ufal) e Nelson Vieira da Silva Meirelles (ProfEPT/Ifal).
PNAE - O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é o mais antigo programa do governo brasileiro na área de alimentação escolar e de segurança alimentar e nutricional (SAN), sendo considerado um dos maiores e mais abrangentes do mundo no que se refere ao atendimento universal aos escolares e de garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável. Iniciado em 1955, pela assinatura doDecreto n° 37.106, criou-se a Campanha de Merenda Escolar (CME) do Ministério da Educação, que tinha como principal objetivo reduzir a deficiência nutricional de estudantes carentes do Brasil.
O e-book é o resultado da sistematização das oficinas que foram aplicadas entre os estudantes do 3° ano do Ensino Médio Integrado ao curso técnico em Agroindústria, produto realizado com a colaboração dos docentes das disciplinas de Gestão de Resíduos, Matemática, Biologia e Química, com vistas a promover a inserção de temas transversais entre as diversas disciplinas ofertadas na unidade de ensino do Ifal no sertão alagoano com a finalidade de abordar o sistema alimentar e sensibilizar a comunidade acadêmica para as formas sustentáveis em toda cadeia produtiva de alimentos.
Acesse ao e-book
Para a autora, “o trabalho representa um ato de resistência ao sistema agroalimentar moderno, que se apresenta como um dos maiores responsáveis pelo desequilíbrio ambiental do planeta. E destina-se, fundamentalmente, a promover diálogos e busca de alternativas para a promoção de um sistema agrícola mais sustentável na produção, na distribuição, no consumo e na destinação final dos alimentos, alçando todas as pessoas envolvidas neste processo a patamares de mudanças para hábitos de vida saudáveis nos contextos ambientais e socioculturais”.
A experiência da pesquisadora que compôs a segunda turma do ProfEPT (2018) foi realizada no Campus Batalha do Ifal, unidade localizada na cidade de Batalha, região da Bacia Leiteira de Alagoas. O campus deste município funciona nos turnos matutino e vespertino com os Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, nas áreas de Agroindústria e Biotecnologia.
Thaisa Martins foi responsável pela implantação do PNAE no campus e recebeu destaque em reportagem do portal do Ifal (clique), ao estimular a compra de gêneros alimentícios da agricultura familiar da região do sertão alagoano, ação que também está descrita no produto educacional da mestre em Educação Profissional.
Avaliação positiva
A pesquisa envolveu 36 alunos do campus da terceira série do ensino médio integrado. Durante as oficinas, houve participação de 40 participantes e no processo de avaliação do produto educacional, 29 avaliaram o e-book por meio de questionários online.
O diagnóstico preliminar apontou que 75% dos docentes atuam na instituição federal de ensino antes da implantação do PNAE. Em relação aos alunos, 83,3% afirmaram que são usuários do programa de alimentação escolar do campus. Na avaliação de dados obtidos junto ao corpo docente, a avaliação é de que o “PNAE garante que os alunos tenham acesso à alimentação no intervalo, já que nem todos têm condições de comprar lanche diariamente”. Quanto à avaliação feita pelos estudantes sobre o sistema de compostagem, a maioria avaliou que é uma “ótima forma de direcionar o lixo orgânico para um fim útil, explorando o potencial máximo da matéria de forma ecológica”
Cinco oficinas foram realizadas e aprovadas pelos docentes e estudantes como necessidades de se valorizar o sistema de alimentação sustentável no campus. O produto educacional também foi destacado pelos segmentos envolvidos na pesquisa pelo conteúdo de leitura, considerado pelos participantes como agradável e que possibilita a inserção de temas transversais sobre as práticas de sustentabilidade ambiental, social e econômica.
“Esperamos que os discentes e toda a comunidade acadêmica atentem para a necessidade urgente de colaborar com o desenvolvimento de um sistema alimentar que seja pautado na promoção da sustentabilidade que atenda às reais necessidades dos seres humanos. Nesse sentido, almejamos que este material contribua para o (re)planejamento de práticas pedagógicas que promovam a inserção de temas transversais nos currículos, dialogando com temáticas de desenvolvimento sustentável no contexto da Educação Profissional e Tecnológica”, afirma a pesquisa. ao se referir ao produto educacional”, ressaltou a mestre Thaísa Martins.