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Práticas de promoção da saúde que estão mudando os hábitos de vida de um grupo de mulheres
A dona Maria José, que gosta de ser chamada de Margarida, disse que as dores nos ossos sumiram, assim como a dona Maria de Lourdes que afirmou está se movimentando melhor “As dores nos ossos que eu estava sentindo desapareceram e essa é a grande diferença”. relatou. A dona Josefa Ferreira explica que as dores surgem depois das atividades, mas horas depois passam e ela se sente melhor do que antes. Os relatos são de três mulheres sexagenárias que estão mudando os seus hábitos depois que foram inseridas no projeto de extensão denominado “Práticas Integradas na Promoção de Saúde da Comunidade”, realizado todas as quintas-feiras, à tarde no Campus Benedito Bentes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e de autoria da servidora Juliana Costa com apoio de dos alunos bolsistas do campus, do curso Técnico em Enfermagem Rafael Rodrigues de Oliveira e Anderson Lucas Araújo da Conceição.
A ação descrita pelas mulheres e que mudou o estilo de vida das participantes é a yoga, uma prática que trabalha com o corpo e mente de forma interligada com exercícios que auxiliam no controle do estresse, ansiedade, dores no corpo e na coluna, além de promover o bem-estar das pessoas.
Esta atividade faz parte de uma série de outras que ocorrem desde o início do segundo semestre no campus para promover saúde e bem-estar das pessoas da comunidade integrante do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do conjunto Selma Bandeira, uma das localidades do bairro Benedito Bentes, na parte alta de Maceió. São cerca de 20 pessoas entre adultos e idosos que estão engajadas no processo de reversão do sedentarismo e da ampliação de conhecimentos. No campus, além do yoga, essas mulheres recebem orientações em oficina sobre o autoconhecimento, saúde mental e sobre as práticas meditativas.
A oficina sobre autoconhecimento foi ministrada pelo professor Wellington Brito, do campus do Ifal Viçosa e, na ocasião, foram aplicadas dinâmicas sobre a percepção de sensibilidade e sobre a capacidade de desenvolver habilidades. Em outra oportunidade, as mulheres receberam orientações da psicóloga do campus Benedito Bentes, Lívia Teixeira que ministrou um momento sobre saúde mental.
Em outra oficina realizada, o assunto destacado foi sobre a importância das plantas medicinais em exposição oral ministrada pela professora Paulyanne Araújo, do curso técnico subsequente em Enfermagem do campus Benedito Bentes. Foi expostas às participantes uma variedade de plantas, os benefícios delas e os efeitos colaterais. O tema despertou a atenção do grupo que contribuiu com experiências pessoais no consumo digestivo de chás caseiros.Depois desta atividade, houve um “RelaChá” que consistiu da oferta de tipos de chás.
Outra atividade foi desenvolvida com a Terapeuta Ayurveda Ana Beatriz Acioli no dia 03/11/2022. Na ocasião, a terapeuta passou orientações de prevenção e promoção saúde conforme ensinamentos da medicina tradicional indiana, a medicina ayurvédica. Além de fazer uma breve apresentação sobre a terapia ayurvédica, foi realizada uma oficina de preparação de mistura medicinal para escovação dental matinal com pó de cravo, canela e gengibre (churna).
Juliana Costa, autora do projeto de extensão e que conduz as práticas de yoga, pensou na ideia há cerca de três anos, a partir de uma experiência própria em que mudou seus hábitos a partir desta e de outras práticas de promoção do bem-estar. “Yoga tem contribuído com a recuperação da minha saúde e a intenção de fazer um projeto na área nasceu quando era servidora do campus Viçosa. Depois que fui removida, coloquei em prática no campus Benedito Bentes. A ideia de promover práticas integrativas como a yoga veio com a identificação da sua capacidade transformadora a nível físico, mental e espiritual, como vêm atestando algumas pesquisas. Além disso, pelo baixo custo na sua execução prática, não necessitando de outros recursos tecnológicos, e a possibilidade de diálogo com as mais diversas áreas. Basta um/a instrutor/a e uma comunidade dispostos a praticar”, ressaltou.
O projeto de extensão foi elaborado e inscrito em 2020, durante a pandemia e aplicado neste ano, quando ocorreu a flexibilização das medidas sanitárias.
A comunidade participante tem dado um retorno positivo à ação e os relatos colhidos por meio de pesquisa interna mostram que a maioria está empolgada, os hábitos mudaram para melhor, depois de as mulheres serem acolhidas pelo projeto que segue até a primeira semana de dezembro deste ano.