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Palestra no campus lembra os 70 anos de morte do escritor Graciliano Ramos

Escritora e estudiosa da vida e obras do escritor, Isvânia Marques lembrou aos estudantes momentos marcantes de um dos maiores nomes da literatura brasileira

por Gerônimo Vicente Santos publicado: 10/05/2023 11h00, última modificação: 10/05/2023 11h00
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Escritora Isvânia Marques proferiu palestra sobre a vida e obras do escritor alagoano

A  Coordenação do curso técnico em Logística do Campus Benedito Bentes do  Instituto Federal de Alagoas (Ifal) realizou na tarde desta terça-feira (9) uma palestra que celebra os 70 anos de morte do escritor alagoano Graciliano Ramos, numa iniciativa da disciplina de Língua Portuguesa, por intermédio da professora Kátia Leite.A escritora Isvânia Marques, nascida em Palmeira dos Índios e uma estudiosa das obras do escritor proferiu a palestra que contou com a presença dos alunos do curso e de servidores da unidade de ensino.

Durante a palestra, Isvânia Marques relatou toda a trajetória de Graciliano Ramos, do nascimento à morte do escritor alagoano renomado no mundo da literatura nacional e internacional. A palestrante explicou que Graciliano nasceu em Quebrangulo, mas devido aos negócios do pai Sebastião Ramos, que era comerciante, mudou-se para Viçosa, e posteriormente Palmeira dos Índios. A relação com os pais era difícil para Graciliano, porque  segundo a escritora “não havia uma relação afetiva,  devido ao fato de os pais daquela época acharem que ao abraçar e beijar  o  filho, não teriam moral para ele e por isso havia o distanciamento”, destacou a palestrante. A mãe também era ranzinza, agressiva, contou a escritora.

Foi em Viçosa que Graciliano Ramos se interessou pela literatura ao pedir emprestado o livro de José de Alencar “Iracema, a virgem dos lábios de mel”. Foi influenciado na Literatura por um professor de Geografia. Aos 20 anos, Graciliano escreveu a primeira crônica no Rio de Janeiro sobre como as pessoas tratavam um pedinte à porta de uma igreja ao lançarem moedas sem sequer olhar para o homem. “Graciliano há séculos atrás já se preocupava com a diferença, com a indiferença e tinha uma olhar social”, enfatizou a escritora.

Isvânia Marques falou também, aos estudantes, sobre a primeira esposa de Graciliano Ramos que foi Maria Augusta que morreu de peste bubônica.”Os pais deles não aceitavam o namoro porque ela era costureira. Ela somente  começou a ter aceitação na família, depois que Graciliano foi trabalhar em jornais no Rio de Janeiro e Maria Augusta era quem cuidava dos familiares que adoeciam, inclusive costurando mortalhas para os defuntos”

O escritor, segundo a autora de livros, foi um jovem corajoso que se arriscou no jornalismo do Rio de Janeiro, voltou para Palmeira dos Índios devido a doenças de familiares e foi caixeiro da Loja Sincera pertencente ao pai. Ela  acrescenta que Graciliano superou todas as dificuldades  por meio de leituras de livros e chegou a ser professor ensinando português,francês, italiano.

Mais tarde, foi Inspetor da Instrução Pública do Estado de Alagoas (cargo de Secretário de Estado da Educação, atualmente). Segundo a escritora,  preocupou-se com a merenda e o fardamento escolar, priorizando as crianças em fase de letramento. Com tais atitudes, cai em descrédito o rótulo que lhe foi dado de “homem insensível, frio”.

Em 20 de março de 1953, há 70 anos, morria Graciliano Ramos, um dos maiores nomes da nossa literatura, vítima de câncer de pulmão.