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Múltiplas atividades marcam o Dia da Mulher no campus
Apresentação do documentário produzido pela turma do terceiro ano
Uma série de atividades marcou a celebração do Dia Internacional da Mulher nesta sexta-feira (8/3) no Campus Benedito Bentes e reuniu, nos turnos da manhã e da tarde, exposição, palestras, orientação sobre saúde da mulher, música e teatro na quadra de esportes e no pátio da unidade de ensino do Instituto Federal de Alagoas, localizada na parte alta de Maceió.
O evento foi aberto às 9h pela chefe do Departamento de Administração do Campus, Paula Pradines, que representou a Direção-Geral do campus. Em seguida, os estudantes e as estudantes do terceiro ano do curso técnico em Logística apresentaram um documentário, intitulado “Mulher Virtuosa: quem achará?” produzido pela equipe. No vídeo, servidoras terceirizadas contam sobre o papel da mulher como, dona de casa, trabalhadora e ainda como vítimas de preconceito e violência doméstica e psicológica.
Na sequência ocorreu a palestra da professora de História, Jessiane Souza sobre o tema “Feminicídio e a sua composição
na contemporaneidade”, na qual, a palestrante apresentou um contexto histórico do papel da mulher na sociedade, do primitivismo ao mundo moderno. Jessiane contou que foi vítima de violência doméstica e que somente os estudos lhe colocaram em uma posição de entendimento de sua condição feminina. ”Toda situação da mulher como submissa, atualmente, tem relação com o capital e com o lucro. Na Revolução Industrial, somente 23% dos homens trabalhavam nas fábricas que eram compostas, em sua maioria, por mulheres e crianças, porque eram mão-de- mais barata” explicou a docente.
A palestrante classificou o patriarcado, a religiosidade a partir do pecado original (com o relato da desobediência do mandato divino de não comer o fruto da árvore proibida, por instigação da serpente), a atribuição de bruxas às mulheres da Idade Média que contrariavam à Igreja ou ao Estado, além da característica de “bela, recatada e do lar”, como sinônimos de subserviência feminina aos desejos masculinos. A professora destacou a importância da sororidade entre as mulheres para avançar ainda mais em suas conquistas, a partir da empatia e da defesa do sexo feminino. Nas atividades no período da manhã, os estudantes do curso técnico subsequente em Enfermagem realizaram, ainda, uma exposição no pátio do campus sobre saúde da mulher.
À tarde, o evento prosseguiu com uma palestra proferida pelo professor Maurício Ricardy sobre “Comportamentos sedentários, ativos e de sono: recomendações e implicações para a saúde da mulher”. O docente expôs sobre a importância da prática de exercício físico e sobre as doenças relacionadas à inatividade física, a exemplo da obesidade,osteoporose, depressão e esteatose hepática. Segundo o palestrante, “não há elemento essencial para a recuperação física quanto uma boa noite de sono” e destacou como fatores para dormir bem, o total de sono, a eficiência, latência e o despertares. Maurício Ricardy ressaltou que quando se dorme mal ou pouco as consequências são efeitos no sono, na alimentação e no desempenho físico.Dados apresentados na palestra destacam que 68,3% das mulheres sofrem distúrbios do sono, principalmente aquelas de maior idade, menor escolaridade, sem atividade de lazer e com sobrepeso ou obesidade. A recomendação para atividade física é de 60 minutos diários, de acordo com o comportamento ativo da pessoa.
A última palestra realizada em homenagem ao Dia Internacional da Mulher foi proferida por Camila Paiva, coronel do Corpo de Bombeiros de Alagoas que contou sua experiência como oficial em um ambiente com predomínio masculino. A militar foi a primeira a ocupar o posto de oficial na corporação e alegou ter sofrido bastante preconceito no início da carreira e, principalmente depois que perdeu o marido, também oficial em um acidente aéreo.
A palestrante ressaltou o comportamento histórico social como fator condicionante para colocação da mulher como submissa. “O prefixo sub já indica isso como sinônimo de estar abaixo dos homens: “comandante, subchefe, subdirector, ela sempre está abaixo do homem. Eu não estou aqui dizendo que a gente precisa brigar com os homens e que a culpa é dos homens, ou que os homens querem o pior. Lógico que existe uma guerra entre os homens e as mulheres.Eu estou dizendo aqui que nós precisamos refletir como sociedade”, declarou.
Para Camila, à mulher é imposto um comportamento padrão, mas o homem pode ser e fazer o que ele quiser. “Quando a gente usa a frase que a mulher pode ser quem ela quiser. Isso não é simplesmente uma frase de efeito”, disse a palestrante.
Ainda entre as atividades realizadas, houve uma apresentação da turma do terceiro ano B o tema “Mulheres na Música” com canções de Gal Costa, Marisa Monte, Pitty e Marília Mendonça. Estudantes dos 2º ano A, 2º B e 1º C, apresentaram murais sobre os seguintes temas: a sexualização da mulher na mídia mural; a resistência da mulher negra e . Eu sou louca? Silenciamento das mulheres. O evento foi organizado pelas professoras Ana Karla e Káthia Leite, do curso técnico em Logística que tiveram o apoio da Coordenação e dos docentes do curso técnico em Enfermagem, dos servidores técnicos administrativos e servidores terceirizados.
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