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Mestrado ProfEPT: inclusão de alunos surdos é tema da 5ª defesa
Produto educacional propõe formação de professores do Ifal para inclusão dos estudantes surdos
A Formação de Professores para a Inclusão de Alunos Surdos no Instituto Federal de Alagoas foi o quinto produto educacional defendido no Mestrado em Educação Profissional, ofertado pelo Ifal, no Campus Benedito Bentes e que foi apresentado pela mestranda e servidora da Reitoria, Melissa Menezes, na tarde de segunda-feira (22), por meio de videoconferência. Esta modalidade de apresentação passou a ser adotada pela coordenação do curso desde a primeira defesa ocorrida em abril deste ano, devido à suspensão das aulas presenciais, por causa da pandemia da Covid-19. Na ocasião, também foi apresentada à banca examinadora a dissertação intitulada “A Formação de Professores como Recursos para a Inclusão Escolar de Alunos Surdos no Contexto da Educação Profissional e Tecnológica”. A pesquisa tem como orientadora a professora Ana Paula Santos de Melo Fiori e, coorientadora, professora Géssika Cecília Carvalho da Silva. A banca examinadora foi composta por Ana Paula Santos de Melo Fiori (orientadora), Liliane Toscano Correia de Brito Dizeu (Uncisal) e Ricardo Jorge de Sousa Cavalcanti (Ifal)
Até o final deste mês e início de julho, um terço da primeira turma do mestrado ProfEPT do Ifal (2018.2) terá apresentado as defesas do produto educacional e da dissertação, segundo informou o coordenador Ricardo Jorge Cavalcante. Cinco mestrandos já apresentaram a defesa e restam mais três.
PRODUTO EDUCACIONAL
Melissa Menezes explicou que o trabalho se originou a partir de uma inquietação sobre o processo de inclusão escolar de alunos surdos no Ifal e se desenvolveu, por intermédio de uma pesquisa diagnóstica e pela elaboração de um produto educacional voltado à formação de professores que atuam com esses alunos na sua rotina educacional.
Por meio de um questionário aplicado aos professores de um dos campi do Ifal foram detectadas lacunas no processo de exclusão dos alunos com deficiência auditiva, entre essas, a falta de acolhimento no ingresso do aluno surdo, a carência de planejamento pedagógico adaptado à cultura surda, a necessidade de contratação de mais tradutores e de intérpretes de Libras para acompanhamento e de suporte das atividades curriculares e a ausência de uma formação continuada sobre a inclusão escolar para os professores. “Com esses resultados, foi possível a elaboração do produto educacional”, disse a pesquisadora.
A proposta de melhoria na inclusão social do Ifal foi assistida pelo reitor Carlos Guedes, além de mestrandos das turmas 2018.2 e 2019.2 e dos professores do curso de pós-graduação oferecida pela rede federal de educação.
No início da defesa, Melissa Menezes traçou um histórico sobre como a educação de pessoas surdas contribuiu para a inclusão escolar dos alunos no Ifal, Expôs, ainda, a importância do ensino do conhecimento a respeito da cultura surda e de que forma o professor pode colaborar para a inclusão escolar dos alunos surdos. O percurso histórico e o amparo legal da educação das pessoas surdas foram itens que também compuseram a explanação da mestranda.
Entre os procedimentos metodológicos adotados, houve a realização de um curso à distância para os professores do curso técnico que foi avaliado pelos docentes por meio de questionário sobre itens como planejamento pedagógico, metodologia em sala de aula, cultura surda e inclusão escolar, cujos dados foram aplicados ao produto educacional.
No processo de síntese e análise, a pesquisadora detectou, quanto à cultura surda, que a maioria dos professores pela primeira vez tinham contato com a surdez, desconheciam LIbras (linguagens brasileira de sinais), sentiam a ausência de elementos da cultura surda e estavam distante do Napnes (Núcleo de Assistência a Pessoas com Necessidades Especiais) do Ifal. Quanto à inclusão escolar, a mestranda verificou a ausência do suporte dos TILS (tradutores e intérpretes de Libras), a necessidade de formação dos professores e de comunicado sobre alunos surdos.
Entre as respostas sobre questionário aplicados aos professores estão a dificuldade de inclusão, legislação, os sinais e de possibilidade de interagir com os colegas e a necessidade de aproximação do universo surdo.
Melissa identificou no trabalho que as divergências que têm marcado o contexto educacional das pessoas surdas não favorecem a materialização dos princípios da educação inclusiva, que essas divergências reforçam a lógica excludente das políticas voltadas para a inclusão escolar e que é necessário a legitimação das práticas linguísticas e culturais que compõem a identidade surda.