Ifal inicia, com pioneirismo na rede federal de educação, o curso de Especialização em Ciências da Religião e Ensino Religioso

O Instituto Federal de Alagoas (Ifal ) é a primeira instituição da rede federal de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) detentora de uma turma  de pós-graduação em Ciências da Religião e Ensino Religioso. A aula inaugural ocorreu na tarde de sábado (31-8) de forma online com a presença do reitor Carlos Guedes, dos pró-reitores Gilberto Neto (Extensão), Eunice Palmeira (Pesquisa, Pós-graduação e Inovação) e  Cledilma Costa (ensino), docentes do curso e  os 30 estudantes aprovados da especialização, em nível lato sensu. O campus Benedito Bentes foi representado pelo professor Diego da Guia, diretor-geral em exercício e pela diretora de Administração, Paula Pradines.

O coordenador do curso, Hugo Brandão declarou, em discurso,  que o Ifal estava fazendo história ao implantar a pós-graduação de Ciências da Religião e ensino religioso,conforme preconiza a Constituição de 1988.Brandão agradeceu o empenho das pró-reitorias de Ensino,Pós-Graduação e Extensão pelo suporte técnico e aos docentes participantes e, especialmente, segundo ele, os professores voluntários. “A religião é a maior expressão cultural de um país e o estudo do fenômeno religioso que aqui será transmitido visa atingir o professor de “chão de sala” (aquele que ensina a disciplina no dia a dia) e atingir o professor que faz proselitismo religioso, porque nosso objetivo é estudar as ciências da Religião e o ensino religioso.

Hugo Brandão agradeceu os dirigentes do Ifal  envolvidos na construção de formação de pós-graduação e as entidades representativas. “É um trabalho  militante, de voluntariado e de amor ofertar esta especialização. Isso só enriquece nosso trabalho”, ressaltou o coordenador do curso. O professor também  relatou a necessidade de profissionais qualificados no ensino da  religião.”Ficamos muito contentes com a receptividade dos alunos de todo o Brasil com o curso”, enfatizou e citou um edital de concurso público recente em que o curso de especialização em Ciências da Religião é um dos requisitos para quem for aprovado.

Brandão argumentou ainda que o propósito da especialização é combater a intolerância e o proselitismo religiosos, combater o machismo cultural, cuja uma das causas, segundo o docente,  é a interpretação religiosa e, combater ainda a demonização dos povos negros.”Esta especialização é fruto do Neres, que é o Núcleo do Ensino Religioso. 

O reitor Carlos Guedes, durante pronunciamento destacou o empenho dos dirigentes e professores envolvidos  e enalteceu o evento como uma tarde de muito aprendizado.” O ifal avança pela conexão de sonhos entre as pessoas”, destacou Guedes.

O professor Blue Mariro que é pernambucano, mas mora no Rio Grande do Sul enfatizou a importância do curso de especialização em Ciências da Religião. “Trabalho em uma escola localizada em uma fazenda e sou professor de Ensino Religioso e esta especialização vai nos ajudar a adequar o conteúdo do curso à disciplina”, declarou o docente participante.

A representante do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper),  Natália  Souza Martins, explicou que a entidade é a ponte entre  as políticas públicas e a sala de aula.

A palestra do professor Sergio Sezino Douets Vasconcelos, da Universidade Federal de Pernambuco, sobre o tema  “O Sagrado, os Saberes e a Sociedade, reflexões a partir das ciências da Religião”  atraiu o interesse dos 59 participantes do evento. O docente traçou algumas considerações sobre  o processo social, por meio da secularização e as mudanças no mundo.”Nunca o Ocidente esteve tão triste como na atualidade, sintoma de mudanças da secularização. Não é por acaso que o Brasil é um povo tão simpático e tão alegre e somos o maior consumidor de Rivotril do mundo”,disse o palestrante. Sales destacou que o ensino da religião sofreu preconceito no mundo intelectual, somente dando um novo processo nos últimos tempos. 

O curso é ofertado em ensino a distância com 90% dos professores com mestrado e  doutorado.Parte dos  estudantes são de fora do estado de Alagoas.