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Pesquisa do Ifal Arapiraca analisa relação entre depressão e desempenho escolar

Artigo sobre o assunto foi publicado no volume 8 da Educte, a revista científica da instituição
por Elaine Rodrigues publicado: 16/12/2020 10h56, última modificação: 16/12/2020 10h56
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Artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica do Ifal

Notas baixas, desinteresse pelos estudos e até evasão escolar podem estar relacionados a transtornos depressivos entre os jovens. Esse é um dos apontamentos do artigo produzido por pesquisadores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Arapiraca. A base do artigo é uma pesquisa que foi desenvolvida antes da pandemia. Com o cenário atual, a saúde mental requer um cuidado ainda maior pelas consequências do distanciamento social.

O artigo é intitulado Transtorno Depressivo como Preditor de Baixo Desempenho e Evasão Escolar no Grupo Discente: identificação de causas e sintomas e está publicado no volume 8 da Educte, a revista científica do Instituto Federal de Alagoas. Ele é de autoria da psicóloga do campus Arapiraca, Jussara Ramos, das estudantes que concluíram o ensino médio integrado no ano passado, Jessica Danniele Alves Leandro e Jordanna Emilly Freitas de Macedo, e do psiquiatra, professor da Universidade Federal de Alagoas e Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Valfrido Leão de Melo Neto.

Artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica do IfalNos anos de 2017 e 2018, o grupo aplicou um questionário a 406 estudantes do ensino médio integrado do campus. “Tratou-se de um estudo estatístico e partiu-se do pressuposto de que o número de pessoas com algum transtorno depressivo vem crescendo de forma acentuada e, geralmente esses indivíduos, especialmente os adolescentes, não buscam ajuda profissional, desencadeando uma série de consequências ou até agravando o seu quadro. No caso dos estudantes, a consequência pode ser, inclusive, o baixo desempenho e/ou a evasão escolar”, diz o artigo.

A pesquisa apontou que mais da metade dos estudantes que responderam o questionário apresentaram sintomas que indicam transtorno depressivo, em um grau leve, moderado ou grave. O índice é considerado alto. “O mais intrigante foi constatar o nível elevado de um grau grave do quadro depressivo no sexo masculino, bem como, o nível elevado, dentro deste grupo, de alguns sintomas clínicos que geralmente são mais marcados na literatura como referência de prevalência para o sexo feminino. Ainda  no sexo masculino, foi constatada a maior porcentagem dos sintomas mais críticos do transtorno, o que nos leva a supor que o transtorno é mais ‘mascarado’ nos meninos, por dificuldades desses em se expressar ou talvez pela pouca manifestação externa, neste grupo, de sintomas mais subjetivos do transtorno, o que geralmente é percebido no grupo feminino (como alterações de humor, astenia, perda ou ganho significativo de peso)”, explica a psicóloga Jussara Ramos.

Psicóloga conta que a pesquisa tem benefícios a longo prazoO estudo mostra a importância de não negligenciar a saúde mental entre os estudantes e a relação direta dela com o desempenho acadêmico e a evasão escolar. Além disso, os pesquisadores apontam que situações como acúmulo de tarefas, sobrecarga, pressão e cansaço, seguidas por problemas familiares, problemas do dia a dia, insatisfação com a vida acadêmica e restrição do sono, somados aos traços de personalidade de cada indivíduo podem se tornar um gatilho para o desenvolvimento de quadro depressivo.

A pesquisa trouxe benefícios para os estudantes envolvidos e também novas perspectivas a longo prazo. “Pôde ser traçado um perfil dos discentes quanto a este quadro, o que proporcionou um atendimento mais eficaz pelo setor de Psicologia, e o desdobramento desta pesquisa pode ser feito com abrangência da investigação desta mesma temática  aos diversos campi do Ifal ou até em uma correlação com outros Institutos Federais, o que possibilitará que modelos de atuação e maior fortalecimento na qualificação e interconexão de saberes sejam adotados e melhorados. Já que para este público em especial, os adolescentes, os estudos são um pouco insipientes em vários contextos de pesquisa”, relata Jussara.

Leia o artigo publicado no volume 8 da Educte, a revista científica do Ifal.

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