Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Professores demonstram habilidades iniciadas em sua adolescência: basquete e surfe
conteúdo

Notícias

Professores demonstram habilidades iniciadas em sua adolescência: basquete e surfe

Docentes de Arapiraca e Penedo mantêm paixão pelos esportes

publicado: 29/10/2020 18h27, última modificação: 29/10/2020 20h16

Jhonathan Pino e Lidiane Neves - jornalistas

Em mais uma reportagem da série “Talentos da Casa”, professores amantes dos esportes falam sobre como se sentem ao praticar o basquete e o surfe. Aqui, o docente do Campus Arapiraca Felipe Alencar, e do Campus Penedo, Adriano de Souza Freitas, relatam sobre momento em que tiveram contato com uma paixão adolescente que logo se transformaria no amor para toda uma vida.

Quando não está dando aula, ou desenvolvendo projetos de pesquisa, no Campus Arapiraca, é provável que o professor Felipe Alencar esteja na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. A praia é a sua preferida para surfar. Foi lá que ele aprendeu a deslizar sobre as ondas, aos 14 anos. “Influência foi da minha irmã mais velha, que achava um esporte legal e que poderia ser uma boa opção pra mim”, comenta.Felipe Alencar na Praia de Wai-ho Taiwan.jpeg

Ao que parece, a irmã dele estava certa, pois até hoje Felipe leva a sua prancha para os lugares em que acha que vai dar onda. “Já surfei em Maracaípe (PE), Recreio (RJ), Stella Maris (BA), Praia da Pipa (RN) e pude conhecer algumas praias fora também, como a Playa de Las Américas e Maspalomas (Ilhas Canárias, ESP), Carcavelos e Praia de Supertubos (Portugal). Mas o mais bacana, onde mais me divirto, continua sendo a Praia do Francês”, detalha.

Na terra dos marechais, Felipe teve momentos marcantes em sua vida, como a participação no Campeonato Alagoano de Surfe, como também as vezes em que teve que lidar com situações em que a vida estava em perigo.

“Passei por uma situação de quase morte, que me deixou traumatizado por alguns meses e aí voltei a surfar. Outras situações foram com outras pessoas, de salvamento, que a gente às vezes tem a oportunidade de fazer. Há uns três anos pude ajudar um casal que estava aprendendo a surfar de bodyboard. O rapaz estava afundando e como eu estava por perto, pude usar minha prancha para que ele não afundasse”, comenta.

Apesar desses momentos de tensão, Felipe comenta que é sobre a prancha que pode relaxar, pois ela o ajuda a sair da rotina e ter o contato com a natureza.

“Eu gosto de usar a frase de um surfista famoso, infelizmente já falecido, Andy Irons, ele dizia que ‘surfa porque sempre se torna uma pessoa melhor quando está no mar’. E é bem por aí. O surfe acaba me ajudando a aliviar o estresse e a manter o contato com a natureza, que muitas vezes a gente perde por conta da rotina”, comenta.

Paixão de adolescência

Também é desde a adolescência que o professor Adriano de Souza, do Campus Penedo, reserva um lugar especial ao basquete em sua vida. A prática do esporte começou quando, aos 13 anos de idade, ele foi estudar no Colégio Atheneu Sergipense, uma tradicional escola pública localizada em Aracaju.Adriano de Souza também atuou nos jogos universitários disputados pelo time da Universidade Federal de Sergipe (UFS).jpeg

“Foi lá que eu conheci a modalidade e passei a integrar o time do colégio e a também jogar em uma equipe, que treinava na quadra do Iate Clube da cidade”, lembra o docente de Língua Portuguesa.

A partir desse primeiro contato, o basquete abriu portas para o então adolescente. Aos 16 anos, Adriano já havia conquistado uma vaga na Seleção Sergipana, inicialmente na categoria infanto e logo depois na juvenil, até os 18 anos.

“Representei o estado nos Jogos da Juventude que ocorreram em Brasília, em 2003, compondo a seleção sub-17, e segui participando de campeonatos, inclusive, quando ingressei na universidade”, conta o professor, citando jogos universitários disputados pelo time da Federal de Sergipe (UFS) em Brasília, Blumenau, Foz do Iguaçu, Fortaleza e Maceió.

Jogador na posição ala, Adriano acumula, além das lembranças dessa época, medalhas pelo desempenho dos times que integrou e premiações individuais, por se destacar como cestinha (competidor responsável pela maior pontuação de cestas feitas durante um jogo ou campeonato de basquete).

Adriano de Souza chegou a jogar na Seleção Sergipana, inicialmente na categoria infanto e logo depois na juvenil.jpegComo o docente nunca largou o esporte, essas premiações seguem acontecendo, resultado de sua participação em campeonatos amadores no próprio estado de origem e em cidades como Salvador e Maceió. “Sigo jogando basquete como um hobby até hoje. Integro dois clubes de Aracaju formados por amigos, com treinos duas vezes por semana, frequência temporariamente interrompida devido à pandemia”, afirma.

Embora a paixão pelo basquete tenha permanecido acesa nos últimos 20 anos, tempo em que pratica a modalidade, o docente nunca se animou em investir na carreira profissional de atleta.

“Quando estudava na UFS, tive um professor que era carioca e já havia sido treinador de times de basquete de lá, e ele ficava me incentivando a fazer testes no Rio de Janeiro, mas nunca me interessei pelo fato de saber que a carreira é muito curta. Via isso por amigos que foram para lá e, depois de 5 ou 6 anos, a carreira acabava. Então, eu nunca quis arriscar a largar tudo para ficar longe de casa por algo tão curto”, diz, lembrando que na época também recebeu convite de um treinador do Ceará.

O caminho encontrado pelo servidor do Ifal para fazer da sua paixão uma prática ligada ao exercício profissional deve entrar em quadra em breve. É que no ano passado ele decidiu voltar à UFS e ingressar no curso de licenciatura em Educação Física, unindo a paixão desde a adolescência à outra mais recente, que é o exercício da docência praticado desde que se formou em Letras Português.Adriano de Souza agora quer repassar seu conhecimento adquirido com a prática do basquete para crianças.jpeg

“Pretendo também ser professor de Educação Física, mas quero trabalhar com crianças. Quando conheci o basquete, percebi que mudou muito minha vida. O esporte ensina a ter disciplina, paciência, estratégia, entre outras coisas, e acho que esse tipo de conteúdo é fundamental quando trabalhado já na infância”, justifica.

Atualmente no terceiro período do curso, tentando conciliar com seu trabalho, no Campus Penedo, Adriano já participa de um grupo de pesquisa na UFS sobre crescimento e desenvolvimento humano.

O amor pelo esporte levou Adriano a iniciar o curso de graduação em Educação Física.jpeg“O estudo que faço parte tem investigado o que dizem os professores de educação infantil sobre o que deve contemplar a formação continuada. Além disso, participo de forma voluntária de um projeto de extensão em Aracaju que busca incentivar crianças a praticar basquete, por meio de diferentes atividades”, explica.

Adriano ressalta que sua ideia é continuar jogando basquete por diversão, até quando sua condição física permitir, e se tornar educador nessa área ligada ao esporte, sem deixar as Letras, sua primeira área de formação, de lado. “São minhas duas paixões, inclusive, durante esse período de pandemia, o gosto pela leitura foi o hobby que supriu a ausência dos treinos de basquete”, finaliza.

Confira também: Jiu-jitsu e atletismo dão medalhas e qualidade de vida aos servidores