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Ifal Campus Satuba realiza 8º Baobá Cultura e Resistência

Evento celebra arte e intelectualidade negra e reforça a luta contra o racismo
por Adriana Cirqueira publicado: 21/11/2024 14h43, última modificação: 21/11/2024 14h51

Nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) - Campus Satuba sediou o 8º Baobá Cultura e Resistência, um evento promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) - Baobá Cultura e Resistência. Este ano, a edição teve como tema “Intelectualidade e Arte Negra Brasileira: Uma Jornada de Conhecimento”, reunindo servidores, estudantes e convidados para discutir e celebrar as expressivas contribuições culturais e intelectuais negras no Brasil.

Ao dar as boas-vindas e realizar a abertura do evento, o Diretor de Ensino do campus, Pedro Juvencio, destacou a importância da atividade ao afirmar que "o evento 'Baobá, Cultura e Resistência' já é um marco no nosso calendário. Ele promove reflexões sobre a história e a cultura, oferecendo um espaço de valorização das raízes africanas e no fortalecimento da luta contra o racismo, incentivando o reconhecimento e o respeito à diversidade".

Pedro destacou ainda que "Momentos como este são essenciais na escola pois a participação ativa dos estudantes enriquece ainda mais o evento. Os/as jovens se apropriam desse legado cultural, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva", argumentou o diretor.

Palestra de Abertura

Na palestra de abertura do evento, o professor de História do Ifal - Campus Coruripe, Luiz Domingos do Nascimento Neto, ressaltou a importância de reconhecer e valorizar as contribuições intelectuais negras. Ele destacou como, historicamente, as realizações de negros foram invisibilizadas, enfatizando a necessidade de humanizar e reconhecer a complexidade das subjetividades e pensamentos dos corpos negros.

"Precisamos tentar sanar essa invisibilidade em que corpos negros são dissociados também de mentes negras. Quando pensamos, sobretudo na ideia de intelectual, muitas vezes não pensamos primeiramente em um corpo negro ocupando esse espaço para produzir ciência, pensamento. A minha discussão foi para refletirmos sobre como, ao longo do tempo, o que foi produzido pelo protagonismo negro foi invisibilizado ou usurpado pela branquitude. Muitas descobertas tecnológicas, científicas e filosóficas feitas por civilizações negras na África e na diáspora não receberam os devidos créditos", enfatizou o professor.

Projetos de Ensino: Cinema e Literatura 

Na tarde do dia 18, o projeto de ensino "Histórias que Transformam: Clube de Leitura e Cine Debate sobre Diversidade Étnico-Racial" promoveu a exibição do curta-metragem “Samuel foi trabalhar", seguido de um debate com os diretores do filme: Lucas Litrento e Janderson Felipe, jovens jornalistas e cineastas negros alagoanos. A atividade foi mediada pela bolsista do projeto, a estudante Maria Luiza.

Paralelamente, houve a apresentação do projeto de ensino "Cem contos para contar: aspectos da cultura afro-brasileira nos contos literários", coordenado pelo servidor Manoel Santos da Silva.

Mostra: Intelectualidade e Arte Negra Brasileira: Uma Jornada de Conhecimento

No segundo dia, 19 de novembro, os estudantes realizaram um animado desfile Afro. As turmas dos cursos técnicos integrados ao médio de Agroindustria e Agropecuária apresentaram a "Mostra: Intelectualidade e Arte Negra Brasileira: Uma Jornada de Conhecimento" com exposições detalhadas sobre intelectuais negros/as brasileiros/as como  Abdias do Nascimento, Chau do Pife, Milton Santos, Djamila Ribeiro, Elza Soares, Sueli Carneiro, Maxwell Alexandre, Conceição Evaristo, Dalton Paula, Wilson Tibério, entre outros.

Com apresentações criativas os/as estudantes trabalharam utilizando diversos formatos como apresentações de slides, vídeos, peças teatrais, canto, declamação de poesias e outras performances, enriquecendo o entendimento dos/as participantes sobre o impacto desses/as intelectuais na história e sociedade brasileira.

Durante os dois dias de evento, o refeitório do campus serviu pratos de origem africana e afro-indígena, oferecendo aos participantes uma experiência imersiva que destacou a rica herança culinária dessas culturas.

VIII Baobá Cultura e Resistência 

O Neabi Campus Satuba reafirmou o compromisso do campus em promover a reflexão e o entendimento sobre a rica herança cultural afro-brasileira, destacando sua importância na construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

Adriana Cirqueira, coordenadora do Neabi do campus, agradeceu o empenho da equipe do núcleo no planejamento e execução do evento. "Esta ação só foi possível porque contou com o empenho da nossa equipe organizadora, formada por Anne Delly, Antônio Carlos, Dayanne Lima, Francine Lopes, Jaqueline Lima, Lilan Soares e com o apoio de nossos/as meninos e meninas da monitoria do Neabi e dos projetos de ensino, pesquisa e extensão ligados ao núcleo. Só temos a agradecer pela energia colocada nesta ação para que tudo pudesse acontecer da melhor maneira, dado o curto tempo que tivemos para organizar o evento".

Este evento anual representa o compromisso contínuo do Ifal Campus Satuba com a promoção de uma educação que respeita e valoriza a diversidade cultural do nosso país.  "Foi com imensa satisfação que construímos o VIII Baobá Cultura e Resistência aqui no nosso campus. A contribuição da intelectualidade negra é fundamental e muitas vezes subestimada. Nestes dois dias, celebramos essas vozes e suas contribuições inestimáveis para a nossa sociedade", finalizou.