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Professor do Campus Palmeira dos Índios fala sobre religiosidade afrobrasileira

A história do candomblé, a influência da religião negra na cultura brasileira, o significado dos orixás e o enfrentamento ao racismo religioso foram temas abordados em minicurso

por Pedro Barros publicado: 27/11/2018 10h03, última modificação: 16/10/2023 10h58

Por Pedro Barros - jornalista colaborador 

O professor de história Luís Domingos, do IFAL - Campus Palmeira dos Índios, ministrou, na última quarta-feira (24), o minicurso Religiões Afro, abordando a influência de crenças africanas na formação de manifestações culturais e religiosas no Brasil. A atividade fez parte da II Semana do Ciclo de Palestras Étnico-Raciais do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) - Campus Satuba, também divulgada como Semana da Consciência Negra [link].

O desenvolvimento da religiosidade dos africanos e seus descendentes no Brasil foi o foco da atividade. “Foi demonstrado um panorama de como a cosmovisão africana influencia formas de manifestação religiosa que vêm para o Novo Mundo. É possível perceber elementos culturais presentes no catolicismo e no protestantismo contemporâneo, o que acaba influenciando as formas de ser e estar do religioso negro”, explicou.

Conforme Domingos, o candomblé é o que poderíamos chamar de “religião diaspórica”, isto é, uma religião proveniente de uma diáspora, a vinda forçada dos africanos à América. “Ela se constrói a partir de inúmeros fragmentos culturais, trazidos pelos negros, na condição de escravos. Aqui esses fragmentos foram aglutinados e formaram os primeiros terreiros de candomblé no Brasil”, afirma.

O culto aos orixás, considerados divindades da natureza, foi outro tema trabalhado. “Buscamos entender quais são seus significados, sentidos históricos, identitários e subjetivos para os negros e negras, no passado e na contemporaneidade”, acrescenta.

O principal objetivo da atividade, segundo Domingos, foi sensibilizar os alunos para a importância do candomblé na sociedade brasileira e na história do negro neste país. “Nossa fala foi muito no sentido de enfrentamento do que a gente pode chamar de racismo religioso, essa construção da inferioridade da religião negra, que ainda permanece no país. Isso é evidente devido às inúmeras denúncias de invasões e perseguição aos terreiros de candomblé, seja no Brasil ou especificamente aqui em Alagoas, que tem seu histórico marcado principalmente pelo Quebra de Xangô, em 1912”, defendeu.