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Plantio de baobá marca evento do Neabi sobre "Cultura e Ancestralidade"
Todos os presentes fizeram gesto simbólico logo após o plantio
Organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) e com apoio do Grêmio Estudantil Miguel Guedes (GEMG), ocorreu na manhã desta terça-feira (05), o plantio de um baobá na área verde em frente à Residência Estudantil do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) - Campus Satuba.
A árvore dá nome ao Neabi Satuba, "Baobá: Cultura e Resistência", e também ao evento "Baobá: Cultura e Ancestralidade", que se iniciou às 7h30, com seu plantio e teve atividade nos três turnos.
A abertura do evento contou com a presença de estudantes, egressos que participaram do Neabi enquanto estudantes e servidores, dos quais fizeram uso da palavra a professora Tâmara Lúcia dos Santos Silva, coordenadora do Neabi Satuba e diretora-geral substituta, Richard Plácido Pereira da Silva, chefe do Departamento de Assistência Estudantil (DAE) e Ademar da Silva Paulino, técnico em agropecuária do Departamento de Gestão Agropecuária (DGA).
Tâmara salientou a importância da cerimônia do plantio para a comunidade do campus. "O plantio dessa muda é um marco. Um marco que para nós representa uma simbiose entre nosso campus, uma escola agrícola centenária e o Neabi, nosso núcleo de vidas", afirmou. Tâmara falou ainda da importância da ação no momento do retorno presencial, valorizando as vidas salvas e honrando as perdidas.
Árvore símbolo
Ademar ressaltou que a presença do baobá, um símbolo de resistência, amplia o conjunto de árvores símbolos presentes campus. "Nosso baobá não ficará sozinho: temos a craibeira, símbolo de Alagoas; os ipês, símbolos do Brasil, e o pau-brasil que deu nome ao nosso país; a canela, símbolo das grandes navegações (por conta das especiarias), entre outras", pontuou.
Richard explicou que o baobá é uma árvore milenar e originária do continente africano, mais especificamente da Ilha de Madagascar. "O evento de hoje é um marco histórico na vida do Neabi Baobá: Cultura e Resistência. Conseguimos juntar muita gente para se aproximar e ver o crescimento de uma árvore-símbolo para a nossa comunidade acadêmica. O que nos dá mais força para continuarmos nessa caminhada", afirmou.
A muda foi um presente da professora Clara Suassuna, da Universidade Federal de Alagoas, para o Neabi. Conhecido também como calabaceira, embondeiro e imbondeiro, ele pode chegar a 25 metros de altura e 11 metros de diâmetro. É resistente ao fogo e seu tronco oco é um grande reservatório natural de água. Além disso, todas as partes da planta podem ser utilizada. É uma árvore considerada sagrada e fonte de diversas lendas.
A escolha do local do transplantio da muda também não foi aleatória. "O baobá está centralizado e na passagem. Todos passarão por ele ao circular entre os prédios do campus. Precisamos de marcos, vínculos entre as pessoas que formam a comunidade no campus: as que estão, as que por ele passaram e as que virão. E o Neabi faz isso ao acolher e preparar os estudantes para o mundo, respeitando a vida e a diversidade", salientou Tâmara.
Atividades culturais
Durante todo o dia outras ações do evento "Baobá: Cultura e Ancestralidade" tiveram prosseguimento complementando as comemorações da chegada do baobá, adiada por quase três anos por conta da suspenção das aulas presenciais ocasionadas pela pandemia de Covid 19.
Uma exposição de cartazes e varal de poesias está disponível até a sexta-feira (08) no pátio do refeitório. O Neabi conduziu momentos culturais durante o intervalo do almoço (com as turmas da manhã e da tarde) e à noite (com estudante da Educação de Jovens e Adultos), que contaram com microfone aberto para leitura de poemas e apresentação musical.
Durante os três turnos ainda houve sorteios de livros com temáticas negras e indígenas, além de chocolates e cartões postais com ilustrações do artista alagoano Midrusa.
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