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Ifal Satuba promove sessão de filmes alagoanos e debate sobre temática LGBTQIA+
Em alusão ao Mês do Orgulho LGBTQIA+, ocorreu na tarde desta quinta-feira (15), no Auditório do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) - Campus Satuba, o evento “Orgulhe-se”, que incluiu uma sessão de curta-metragens alagoanos relacionados à temática sobre a diversidade sexual.
Após a exibição, o público, formado por estudantes e servidores, pôde conversar com o psicólogo do Campus Emerson Lins e o comunicador e cineasta Leonardo Amorim, diretor do filme “Vamos Ficar Sozinhas”, exibido durante a sessão. Além deste, também foram exibidos os curtas “Grito D’água”, “Ilhas de Calor” e “Wonderfull - Meu Eu em Mim”.
"As pessoas lgbtqiap+ estão em todos os espaços, incluindo o espaço escolar. Para os estudantes, esse é um espaço de acolhimento e de troca de conhecimento, visto que durante muitos anos se evitou tocar no tema, devido aos tabus existentes”, explicou Emerson.
“A gente sabe que vocês [estudantes] conversam sobre esses assuntos em outros espaços, então porque não trazer essa temática para o ambiente escolar, para conversar com a gente?”, questionou o chefe do Departamento de Assistência Estudantil (DAE), Richard Plácido.
“Os estudantes receberam bem o tema, trouxeram dúvidas e pontuaram como se sentiam ao ter contato com as obras de cinema produzidas diretamente em Alagoas. O desafio para combater a LGBTQfobia é permitir que as pessoas sejam respeitadas em todas as instâncias, principalmente entender que existe uma diversidade de formas de ser, de se expressar e de se identificar”, complementou Emerson.
Cinema, cultura alagoana e LGBTQIA+
É a primeira vez que Leonardo faz uma curadoria e leva um curta seu para uma escola. “Adorei a experiência, ouvir as reações ao meu filme e aos outros é muito divertido”, conta.
De acordo com o diretor, trazer a discussão sobre a temática LGBTQIA+ através do cinema, e especialmente do cinema alagoano, é uma abordagem muito pertinente. Para ele, paradoxalmente, o cinema nacional e local são vistos como “estrangeiros” pelos próprios brasileiros e alagoanos. “Desde pequenos, nos acostumamos com uma linguagem de Hollywood, dos Estados Unidos, que tem o monopólio de cinema do mundo. Vejo como uma normatização das imagens, do cinema. O cinema brasileiro, alagoano, quebra com isso. Causa um atrito, um estranhamento, seja pela falta de dinheiro, estilo de imagem e som, etc… o cinema brasileiro quebra com o esperado, com o que acham que deve ser”, analisa.
“E não é essa também a experiência de ser uma pessoa não-cishetero em sociedade? Uma pessoa que não se adequa às expectativas sobre seu corpo, seus desejos? Penso que lidar com essas questões com cinema alagoano é um reforço do estranho, da experiência de inadequação. Garante aos alunos um confronto que tem muito a acrescentar nas suas vidas pessoais, na sua formação”, complementa.
O encontro foi uma realização do Centro Acadêmico de Tecnologia em Laticínios (Catel), do Departamento de Assistência Estudantil (DAE), do Grêmio Estudantil Miguel Guedes Nogueira (GEMG) e do Núcleo Estudantil do Curso Subsequente em Agropecuária (Nacta).
Mês do Orgulho LGBTQIA+
O Mês do Orgulho LGBTQIA+ é celebrado em junho em diversos países do mundo. O período traz a memória das manifestações contra as ações violentas da polícia no ano de 1969 em um bar LGBT, em Nova York, e a proibição de relação entre pessoas do mesmo sexo.
Como continuação da programação deste mês no Campus Satuba, na próxima quinta-feira (22), o DAE e entidades estudantis promoverão um debate sobre lgbtfobia nas instituições e universidades. Em breve, será divulgado mais detalhes no Instagram @ifalsatuba.
🎥🎞️ É possível assistir gratuitamente a alguns dos filmes exibidos no evento e vários outros títulos no site Alagoar: alagoar.com.br