Ifal Satuba participa de ação pela revitalização do rio São Francisco

Anselmo Lúcio, diretor-geral do Ifal Campus Satuba, recebeu os estudantes de agronomia Luís Eugênio Lessa Bulhões e Abner Buarque para discutirem algumas ações para a sensibilização da comunidade acadêmica do campus sobre a atual situação do rio São Francisco. Ex-alunos do Ifal Satuba, que agora cursam agronomia na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luís e Abenr convidaram o diretor para participar da iniciativa. 

Em nome do grupo formado por diversas entidades como a Associação Brasileira dos Estudantes de Eng. Florestal, a Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil e a Rede dos Estudantes de Agroecologia de Alagoas, entidade da qual fazem parte, os estudantes trouxeram ao campus um abaixo-assinado em prol da revitalização do rio São Francisco. “A interação secular e hegemônica do homem para com a natureza vem gradativamente mostrando a insustentabilidade das ações antrópicas. Não é diferente a situação do Velho Chico que hoje vive capengando, morrendo lentamente”, analisa Luis. 

Segundo o estudante, a vazão do rio, que já ultrapassou 10.000 m³/s hoje está oscilando entre 800 a 900 m³/s. Luis relata que entre diversos outros problemas, está o da salinização, que interfere na qualidade de vida dos ribeirinhos. “Em decorrência disso, na cidade de Piaçabuçu, segundo informações oficiais da prefeitura, houve aumento dos casos de hipertensão arterial da população”, exemplifica. 

O abaixo-assinado, que tem uma versão física e outra eletrônica, é de abrangência nacional e será encaminhado ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Integração Nacional, demonstrando o interesse da sociedade na questão e buscando reivindicar ações que proporcionem a revitalização do rio São Francisco. 

Além de assinar o documento, Anselmo gravou um depoimento apoiando o movimento. “O rio São Francisco é um patrimônio nacional muito importante para toda a sociedade e, para mim, que sou natural de Penedo, ribeirinho, e que cresci às suas margens, ele se torna ainda mais especial”, relata. 

Os estudantes visitaram todo o campus colhendo assinaturas e divulgando o link do abaixo-assinado eletrônico. “Estamos visitando as instituições e solicitando o apoio e gravando esses vídeos para fortalecer o movimento”, informa Abner. Antônio Gomes dos Santos, mais conhecido como Toinho Pescador, Marlon Reis, um dos idealizadores e redatores da Lei da Ficha Limpa, Valéria Correia, reitora da Ufal, Sério Teixeira, reitor do Ifal e o Desembargador José Carlos Malta, são algumas das pessoas que também gravaram um vídeo de apoio à causa.

A Bacia do São Francisco

De acordo com o site do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, a bacia hidrográfica do rio São Francisco abrange 639.219 km2 de área de drenagem (7,5% do país) e vazão média de 2.850 m3/s (2% do total do país). O rio São Francisco tem 2.700 km de extensão e nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para este, chegando ao Oceano Atlântico através da divisa entre Alagoas e Sergipe. A Bacia possui sete unidades da federação – Bahia (48,2%), Minas Gerais (36,8%), Pernambuco (10,9%), Alagoas (2,2%), Sergipe (1,2%), Goiás (0,5%), e Distrito Federal (0,2%) – e 507 municípios (cerca de 9% do total de municípios do país). 

Além da oferta de água para a população de uma região tão necessitada como a semiárida, a bacia hidrográfica do rio São Francisco também tem fundamental importância para o país pelo seu múltiplo potencial hídrico e por seu valor histórico e aspectos econômicos e sociais. 

Entre os vários problemas, o assoreamento, o desmatamento de suas várzeas, a poluição, a pesca predatória, as queimadas, o garimpo e a irrigação são os responsáveis pela degradação do principal recurso natural do nordeste, impulsionador do desenvolvimento local e gerador da energia elétrica que abastece a região.