Ifal Campus Satuba, 105 anos: vidas e histórias II

Confiança e tradição que atravessam gerações

Em seus 105 anos de existência, o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Campus Satuba, antiga Escola Agrotécnica Federal de Satuba (EAFS), abrigou diversas gerações de alunos que, em muitos casos, pertenciam a famílias que, tradicionalmente, sempre enviavam seus jovens para ali estudarem.

Este é o caso do professor José Harlisson de Araujo Ferro. José Harlisson, que antes de ser professor da escola, foi técnico administrativo e aluno, faz parte da terceira geração da família que estudou na escola e da segunda que nela trabalhou.

Seu tio-avô Antônio Araújo foi professor de zootecnia da EAFS entre a década de 60 e 80 e diversos primos de sua mãe lá estudaram. “Quando veio para Maceió estudar, minha mãe passou a morar com o tio e, apesar de não ter estudado na escola, cresceu ouvindo as histórias contadas pelos tio e primos”, conta o professor.

Segundo José Harlisson, todos os membros da família que estudaram na antiga Agrotécnica são pessoas bem-sucedidas, socialmente e financeiramente. Originária de Anadia, sua família tem tradição na atividade agropecuária e agroindustrial, o que explica a forte relação entre a família e a instituição.

O menino José Harlisson também teve sua infância marcada por essa relação e aguardava ansioso por fazer parte da história familiar. Assim não foi surpresa quando, aos 14 anos, ingressou na instituição como aluno do curso técnico em agropecuária. “Me identifiquei ainda mais com as ciências agrárias, cursando na sequência Engenharia Agronômica na Ufal. Em 2009 retornei a EAFS, já Ifal, para assumir o cargo de técnico em agropecuária e em 2010 fui aprovado em mais um concurso, tornando-me professor”, relata.

Engenheiro Agrônomo e mestre em Produção Vegetal, José Harlisson é pesquisador e está trabalhando em seu doutorado, concomitantemente continua em sala de aula. Este semestre está lecionando a disciplina Produção Vegetal II no Curso Técnico de Agropecuária. 

Relato:

“Ao ingressar na instituição, ainda como estudante, interessei-me muito pela área de apicultura e pude empreender com apenas 15 anos e ter meu próprio dinheiro. Aos 18 me tornei responsável técnico da empresa AGRICOM, aos 21 servidor do quadro administrativo do IFAL e engenheiro agrônomo, aos 22 anos professor do IFAL, aos 23 me tornei mestre em agronomia. Atualmente sou doutorando em agronomia e desenvolvo pesquisas relacionadas à produção vegetal e apicultura.

Posso dizer que sou fascinado pela minha profissão e o Ifal contribuiu de forma decisiva para que eu pudesse conhecer um largo espectro da agropecuária enquanto estudante, servindo de base para alcançar todos os meus objetivos profissionais. Hoje, aos 28 anos, metade do tempo da minha vida teve relação direta com a instituição”.