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Estudantes apresentam pesquisas desenvolvidas pelo convênio Petrobras - Ifal
A 2ª Feira de Ciência e Tecnologia foi realizada no Ifal Satuba e contou com a participação de 143 alunos.
A 2ª Feira de Ciência e Tecnologia reuniu as pesquisas dos estudantes do Ifal que fazem parte do Programa de Formação de Recursos Humanos (PFRH) da Petrobras.
A última quarta-feira (11) foi marcada pela apresentação de pesquisas dos estudantes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) que fazem parte do Programa de Formação de Recursos Humanos (PFRH) da Petrobras. O trabalho dos alunos é resultado de um convênio entre o Ifal e a empresa brasileira.
Durante todo o dia, no auditório do Campus Satuba, eles participaram da 2ª Feira de Ciência e Tecnologia, onde tiveram a oportunidade de expor suas pesquisas para comunidade e também para uma banca de avaliadores. No total, foram apresentados 32 trabalhos desenvolvidos por 143 estudantes dos campi Arapiraca, Maceió, Marechal Deodoro, Palmeira dos Índios e Penedo. A atividade é uma exigência do programa como forma de verificar o desenvolvimento dos estudos que devem contemplar as áreas de petróleo, gás, energia e biocombustíveis.
Confira, abaixo, alguns dos trabalhos apresentados pelos estudantes do Ifal.
Falta de informação para o consumo de energia
Independente do nível econômico das famílias, o que a pesquisa realizada por estudantes do curso técnico integrado em Eletroeletrônica do Campus Arapiraca constatou é que os consumidores ainda não sabem usar a energia elétrica de forma consciente. A principal alegação para tal atitude, ainda segundo o estudo, é a falta de conhecimento em relação a medidas que auxiliem na economia.
Os alunos Cícero Gomes, Francisco de Oliveira, José Irineu, Ismair dos Santos, Luís Nunes de Oliveira e Túlio Aguiar, com o apoio da Eletrobras, aplicaram questionários com moradores de 237 residências para traçar um perfil do consumo de energia. Os dados fazem parte do trabalho “Perfil da sociedade consumista atual: uma análise do consumo de energia elétrica nas cidades de Arapiraca e circunvizinhas”, sob orientação do docente Giancarlo Lyra Santos.
Eles percorreram as cidades de Arapiraca, Girau do Ponciano, São Sebastião e Lagoa da Canoa e constataram que, na maioria das residências, o consumo é desproporcional ao número de moradores. “A maioria das casas, cerca de 51,4%, tinha de 1 a 3 moradores, mas apresentava um consumo de energia muito alto”, argumentou o estudante Ismair dos Santos. “Verificamos, ainda, que é muito comum o uso de lâmpadas incandescentes. Quando perguntávamos se sabiam que elas consumiam bem mais energia, eles alegavam que não tinham essa informação”, completou.
Com uma grande demanda e um sistema de abastecimento que não consegue acompanhar esse crescimento, os dados da pesquisa revelam que a falta de informação ainda é um dos principais empecilhos para adoção de um consumo consciente. “Eles alegavam que queriam consumir menos, mas não sabiam como”, contou Ismair dos Santos. “Dos entrevistados, 72% não conhecem o que é desenvolvimento sustentável”, destacou. Diante desses dados, o estudante Cícero Gomes fez o alerta: “É cada vez maior o consumo de energia e a geração hidráulica já começa a sinalizar que não suporta mais”. “O Brasil dispõe de muitos recursos capazes de gerar energia, mas 74% ainda são concentrados na fonte hidráulica”, explicou Túlio Aguiar. “Temos que pensar no futuro e tornar viável outras fontes de energia, como a eólica, por exemplo”, completou José Irineu.
Além de traçar o perfil, os estudantes também se preocuparam em promover a conscientização, mostrando a importância da redução do consumo. Para ajudar nessa tarefa, eles criaram um blog com dicas para reduzir os custos de energia, o E-nergizando (disponível no endereço http://e-nergizando.blogspot.com.br). “Nosso objetivo é provocar uma mudança de hábito através de medidas simples e ao alcance de todos”, finalizou Ismair dos Santos.
Iluminação a partir de garrafas pet
Também na área de energia, o trabalho dos estudantes Adson Cleiton, Brenda Waleska, Eloísa Lira, Lamênia Gomes e Lázaro de Oliveira, do Ifal Arapiraca, propõe o uso das chamadas lâmpadas de Moser para diminuir o consumo de energia. Com o uso de garrafa pet, preenchida com 90% de água e 10% de cloro, fixada numa telha transparente no telhado da residência, é possível reduzir o uso de lâmpadas durante o dia.
“Sabemos que nem todas as pessoas têm a possibilidade de planejar a casa, pensando, inclusive, no aproveitamento da iluminação natural. Por conta disso, há muitos cômodos cujos moradores precisam ligar a luz pelo dia. A lâmpada de Moser é uma alternativa para redução do consumo de energia, uma vez que ela consegue iluminar até 6m² e se compara a uma lâmpada de 60w”, explicou o estudante Lázaro de Oliveira.
O estudante Adson Cleiton testou a lâmpada de Moser em um salão da casa onde mora e aprovou. “Antes, tínhamos que acender a luz para fazer qualquer coisa, agora não precisamos mais”, contou. “Essa é também uma alternativa viável para pequenos produtores que usam muita energia durante o dia, como aqueles que cultivam hortas hidropônicas”, destacou Lamênia Gomes.
O trabalho tem como título “Litros de luz (lâmpada de Moser)” e é orientado pelo professor Geraldo Ramires.
Aproveitamento de resíduos
Alguns trabalhos do Campus Arapiraca propuseram a utilização de resíduos para geração de energia. Os estudantes João Pedro Silva, Anna Carolina Pereira, Bárbara de Queiroz, Brenda Santos, Myrelle Rodrigues e Natanny da Silva estudaram a viabilidade do aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar para fabricação de etanol. “O bagaço, geralmente, é descartado, usado para geração de energia ou doado para artesãos. Só que ele pode gerar mais álcool”, explicou João Pedro. O título do trabalho é “Utilizando o bagaço da cana-de-açúcar na produção de biocombustível e bioeletricidade” e tem orientação da professora Flávia Serbim.
Já os alunos Gustavo de Oliveira, Alícia Nascimento, Juliana Ferreira, Lucas de Oliveira, Maria Letícia Albuquerque e Suellen de Oliveira expuseram o trabalho “Biogás”. A pesquisa, que foi apresentada este ano no 10º Congresso Internacional de Bioenergia, em São Paulo, avalia e defende o potencial energético da manipueira, resíduo obtido com a produção das casas de farinha. O aproveitamento do resíduo, segundo os estudantes, além de gerar energia, é uma medida de proteção ambiental, pois a substância, que geralmente é desprezada nos rios, é altamente poluente.
Para realização do trabalho, os alunos visitaram casas de farinhas nas cidades de Arapiraca, Feira Grande e São Sebastião, sob orientação do professor Valdir Ferreira.
Campi Palmeira dos Índios e Penedo
Da unidade do Instituto Federal de Alagoas em Palmeira dos Índios, os estudantes do curso de Eletrotécnica apresentaram trabalhos sobre o uso do óleo de soja para produção de biodiesel. Houve, ainda, pesquisa voltada para a importância de popularizar a energia solar, cuja instalação é muito cara por conta da importação das placas solares fotovoltaicas, uma vez que não há produção no país.
De Penedo, os estudantes do técnico integrado em Meio Ambiente trouxeram estudos direcionados para a conscientização ambiental, recuperação dos recursos hídricos do rio São Francisco, além de ações multidisciplinares para alunos de escolas públicas. Apresentaram, ainda, uma alternativa para o aquecimento da água do chuveiro com uma estrutura feita de garrafas pet ou de material PVC. Eles já testaram e garantem que a água esquenta mesmo. “Com a estrutura de PVC, a temperatura máxima atingida foi de 52 ºC; com as garrafas PET, foi de 62 ºC”, contou a estudante Leydiane Ferreira.
Cerimônia de abertura
Antes da apresentação dos trabalhos, os estudantes foram recepcionados pelo pró-reitor de Extensão do Ifal, Altemir Secco, pelo diretor-geral do Ifal Satuba, Anselmo Lúcio, pelo coordenador do convênio Petrobras-Ifal, Francisco Amorim, e pela coordenadora-adjunta, Osineide Cavalcante. Os dirigentes parabenizaram os alunos pelas pesquisas realizadas.
A cerimônia foi encerrada com a apresentação do coral Por Encanto, formado por estudantes do Ifal Marechal Deodoro, sob a regência do maestro Leonardo Arecippo.