Campus Satuba prepara ciclo de debates para marcar a Semana da Consciência Negra

Com o tema "De Dandara à Marielle: 130 anos de liberdade?” a II Semana do Ciclo de Palestras Étnico-Raciais do Instituto Federal de Alagoas Campus Satuba pretende lançar um olhar diferenciado sobre as discussões do Dia da Consciência Negra.

A professora Tâmara Lúcia dos Santos Silva, presidenta da comissão organizadora do evento, traduz a necessidade das atividades como uma importante contribuição para a discussão da igualdade de raça e gênero vinculada as características de luta e resistência das mulheres referenciadas

Os 130 anos da assinatura do documento que libertou oficialmente os negros da escravidão no Brasil serviu como mote para a escolha do tema. “Esse marco temporal é fortalecido com a presença viva de duas mulheres negras que deram as suas vidas em busca de direitos, respeito, igualdade. Mulheres negras que 130 anos não separou. Mulheres que foram e serão sempre referências na luta e resistência”, afirma.

Tâmara explicou que o ciclo de ações contará com palestras, oficinas, minicursos, exposições de artesanato, fotografias, livros, roupas e acessórios afro e um desfiles de moda. “Teremos a presença dos ex-alunos Mel Nascimento e Gustavo Bezerra que farão um show maravilhoso e contaremos também com as delícias dos quitutes baianos do Acarajé da Méa”, complementou.

O evento acontecerá nos dias 21 e 22 de novembro. No primeiro dia as atividades acontecerão das 10h até as 21h e, no último, das 8h às 12h30. Entre as atividades que estão sendo preparadas, o ciclo contará com a palestra dos professores Roberval Santos da Silva do Ifal Campus Satuba e de Lula Costa, do Ifal Campus Maceió, com o tema “130 anos de abolição”.

Tâmara frisou ainda a participação das professoras Ângela Maria B. B. de Brito e Ligia Ferreira, da Ufal e Regina Lopes, do Cesmac, que falarão sobre as “Mulheres Negras na Sociedade e na Ciência”.

Além das palestras, o ciclo conta com oficinas e minicursos simultâneos. “As ações visam, em especial, contribuir na formação dos alunos, tendo como suporte legal as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam da implantação do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena. Também o Estatuto da Igualdade Racial, a Lei 12.288/2010, que incentiva a promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da população negra ao ensino gratuito, além do Decreto nº 6.040/07, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais e a Lei 12.711/12, que dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio”, contextualizou a professora.

A Comissão Organizadora do evento já disponibilizou a programação e abriu inscrições para as atividades, solicitando aos servidores a instituição divulgação e o incentivo à participação jundo ao corpo discente. “A contribuição dos professores é essencial não só no apoio ao evento, como também na inserção das temáticas propostas em suas respectivas disciplinas”, destaca Tâmara.

A Comissão Organizadora, formada pelos servidores do Ifal Campus Satuba membros do Grupo Baobá Cultura e Resistência, está, pelo segundo ano consecutivo, realizado um evento para se falar sobre a Negritude. Na edição passada do ciclo, que fez referência aos 106 anos de existência o campus Satuba - realizar um evento pautado com essa temática, para valorizar, conhecer e reconhecer a cultura negra no ano de 2017, oferendo palestras e convidando profissionais capazes de contribuir para a construção desse cenário. "Não diferente, tivemos como o objetivo de atender a todos os alunos, organizando mais de 11 atividades com o objetivo de contemplar o máximo de alunos e servidores. Agora, através da divulgação nas mídias sociais, estamos gerenciando uma demanda de escolas da cidade de Satuba, afro-empreendedores e ex-alunos", explicou a presidente da Comissão Organizadora.

A programação atualizada está disponibilizada aqui.