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Campus Satuba realiza mais um sábado temático

O segundo sábado letivo de 2017 discutiu os movimentos sociais

publicado: 23/05/2017 08h36, última modificação: 16/10/2023 10h58

O Instituto Federal de Alagoas Campus Satuba teve mais um movimentado sábado letivo. Com uma programação focada nas Ciências Humanas e suas Tecnologias (História, Geografia, Sociologia e Filosofia), professores e alunos discutiram os movimentos sociais. Tendo como temática “A questão agrária e a reforma agrária em Alagoas” o evento também integrou a quarta edição da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura2017).

A mesa de discussões do Jura2017, cuja tema foi "A questão agrária em Alagoas", teve como debatedores Margarida Silva, da coordenação nacional do MST, e Lúcio Verçosa, professor universitário (Seune/Cesmac). Para o Lúcio é necessário pautar a questão agrária no estado de Alagoas, principalmente no espaço acadêmico. "Esse é um espaço de aprendizado, de troca, especialmente aqui em Satuba, por serem jovens que atuarão profissionalmente na área rural. Esperamos que seja uma atuação que combata a desigualdade, a concentração de terra e a concentração de renda", pontuou. Para o professor a importância desse debate em espaços escolares é fundamental "porque o futuro do país passa diretamente pelas decisões que esses jovens vão tomar, pela visão de mundo que eles vão ter. Então, debater com os jovens é sempre uma satisfação, é motivo de alegria pois essa renovação virá deles".

Após as discussões, os alunos se distribuíram nas salas de aula para as apresentações preparadas durante a semana.  Movimento sindical, Movimento feminista, Movimento dos trabalhadores sem teto e Movimento ambientalista foram os movimentos sociais estudados e apresentados através de cartazes (com texto e imagens) e exposições orais, entre outros.

Apresentação em sala de alua

Para o aluno Rosival Linhares, do 3º ano C de Agropecuária, que abordou o tema quilombolas, é de fundamental importância cada vez mais falar sobre esse tema, pois na sociedade em que vivemos há muito preconceito, seja quanto a cor da pele, quanto a opção sexual, o modo de se vestir, o tipo de cabelo etc. "Ao discutir esse tema, pretendemos debater o preconceito, levando as pessoas a aceitar o outro da forma que realmente são", completa.

Segundo Adriano Araujo, chefe do Departamento de Apoio Acadêmico (DAA), o encontro foi bastante produtivo e teve adesão tão grande quanto o anterior. "Mais uma vez um evento que trouxe os alunos para escola, mobilizou professores e alunos, e o resultado foi o do primeiro sábado letivo: os trabalhos muito bem apresentados, superou todas as expectativas mais uma vez, acertamos o caminho e agora é continuar trabalhando para que os próximos sejam melhores que os dois primeiros. ", afirmou Adriano.


Discutir os movimentos sociais na escola


Ademilson Galdino, coordenador de comunicação e eventos do campus, conversou com Alvaro Queiróz, professor de História do campus, sobre a avaliação do evento como um todo:

Como foi a escolha do tema Movimentos Sociais para esse sábado letivo?

Álvaro: Pela própria relevância da temática abordada, afinal de contas nós vivemos em uma nação cujos movimentos sociais refletem alguns problemas e questões vividos por parcelas consideráveis da população. Por exemplo, camponeses que não tem acesso à terra; pessoas que vivem em quilombos ou em aldeamento indígenas que tem suas terras tomadas por grileiros, o avanço do latifúndio... então, esses problemas sociais geram a organização dos movimentos sociais.  Por isso é relevante, principalmente esses movimentos que são ligados ao campo, já que nós estamos numa escola agrotécnica, numa escola que trabalha a agricultura, a pecuária, a agroindústria etc, então é de grande relevância para a instituição os seus alunos conhecerem esses movimentos sociais ligados a área em que eles vão atuar como profissionais. E em segundo lugar, pelo fato de que nesse sábado todo o mundo acadêmico estava discutindo isso... a questão agrária e a questão dos movimentos sociais agrários, a chamada discussão, debates sobre a questão agrária no mundo acadêmico, nas universidades, nos IFs, por isso nós da área de ciências humanas e suas tecnologias resolvemos abraçar este debate trazido pela academia, trazido aqui para o Ifal Campus Satuba para melhor analisar, interpretar, melhor estudar neste sábado letivo com os nossos alunos.

 

Qual a avaliação de o senhor faz dos trabalhos apresentados pelos alunos em sala de aula?

Álvaro: Os (trabalhos) que eu tive oportunidade de assistir, de avaliar, eu reputo de excelente qualidade. Fiquei realmente surpreso pelo pouco tempo que eles tiveram para preparar esses trabalhos, e, no entanto, o resultado foi surpreendente. Tivemos trabalhos de altíssimo nível, tanto sob o ponto de vista do conteúdo, quanto do ponto de vista da dinâmica da apresentação, da ornamentação das sala, o entusiasmo dos alunos... eles realmente estão de parabéns, vestiram camisa. Nossos alunos merecem todo o nosso apoio, o nosso elogio porque eles tiveram o comprometimento nota dez, porque assumiram de fato aquilo. Uma avaliação que nós fizemos entre nós professores - um colega nosso falou que foi muito melhor do que se ele tivesse entrado em sala, ter dado o conteúdo e fosse cobrar. O retorno foi muito melhor assim, com esse envolvimento total dos nossos alunos.