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A força que inspira: Histórias de superação mostram o valor da rede de apoio no tratamento oncológico

Ivani e Aparecida Maria destacam o suporte da comunidade e reforçam que o câncer, silencioso, exige alerta contínuo além do Outubro Rosa
por Adriana Cirqueira publicado: 31/10/2025 16h36, última modificação: 31/10/2025 16h36

Por ocasião do Outubro Rosa, o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Campus Satuba presta uma justa homenagem às servidoras Ivani dos Santos (Patrimônio) e Aparecida Maria Silva (Biblioteca). As histórias de superação de ambas, que venceram o câncer de mama, tornam-se um poderoso testemunho de coragem, fé e do vital papel de apoio da comunidade.

 Ivani: A coragem de viver em meio à pandemia

Com 31 anos dedicados à instituição, Ivani dos Santos, que ingressou no campus em 1994, construiu uma trajetória de amor ao Ifal. Ela acompanhou a transformação da antiga Escola Agrotécnica Federal em Instituto Federal. Em 2020, no auge da pandemia de Covid-19, recebeu o diagnóstico de câncer de mama, um desafio que enfrentou com determinação.

Ivani relata que, apesar do susto, nunca se sentiu abandonada e se apoiou muito em sua fé. Ela afirma: “Nunca é fácil, mas eu não me senti abandonada. Em nenhum momento. Eu pedi a Deus que fizesse o melhor por mim — e Ele fez.” Mesmo sob tratamento intenso, optou por manter suas atividades no campus, o que, em sua visão, foi crucial para a recuperação. Ir trabalhar logo após as sessões de quimioterapia era uma forma de provar a si mesma que sua vida continuaria. O medo era real, especialmente ao conviver com o cenário da pandemia, mas ela escolheu viver em vez de desistir: “Eu só tinha duas opções: viver ou desistir. Eu escolhi viver”.

A servidora destaca que o acolhimento incondicional da comunidade do Ifal Satuba a fez sentir-se "mais amparada do que nunca." Ela relembra: "As pessoas foram incríveis. Aqui dentro eu me senti viva.” Ivani afirma que o grande motor de sua força foi o amor pelo filho. Hoje, com a doença superada, a mensagem de Ivani é um incentivo à vida, reforçando que: “A gente tem que se priorizar e acreditar. Tudo tem um tempo certo. E o meu tempo é de viver”.

 

Aparecida MariaAparecida Maria: O poder do diálogo e da desmistificação

Aparecida Maria Silva, bibliotecária do campus, reforça a necessidade de transformar a experiência oncológica em um ato de inspiração e conscientização. Ela salienta a importância de indivíduos que vivenciaram o câncer compartilharem seus percursos, desmistificando a doença. Aparecida Maria considera fundamental encorajar o relato de superação ou de convívio, visto que a doença afeta a todos: “É imperativo que indivíduos que vivenciaram a jornada oncológica compartilhem seus percursos, relatando suas experiências. Isso é fundamental, visto que a doença afeta a todos”, pontua a bibliotecária.

Como Ivani, Aparecida encontrou forças na fé e no pensamento positivo, ao encarar o tratamento com leveza e mentalizando o caminho rumo à cura: “Mentalizei que era só uma fase e que depois estaria curada. Fiz do problema uma piada e enfrentei dando nomes e sobrenomes divertidos a todas as fases do tratamento”, graceja. O apoio no ambiente de trabalho foi fundamental, e ela destaca o suporte dos colegas da Biblioteca e, em especial, de sua chefia, que a incentivou a suspender o doutorado e focar integralmente na saúde: “Meu colega da Biblioteca e em especial meu chefe, Roberto, foi categórico: 'cuide da sua saúde, suspenda seu afastamento do doutorado e foque em você, na sua saúde'.”

Após a superação, a servidora resume seu aprendizado em gratidão e empatia, reconhecendo que a vida lhe deu outra oportunidade para ser melhor. Ela diz que aprendeu a ter paciência e a ter empatia pelos outros, pois “não sabemos o que eles passam diariamente.” Para Aparecida, "o Sol a cada dia renova a certeza de que o amanhã será melhor, e é preciso viver plenamente todos os dias, o hoje, como se fosse o último”, finaliza.

 

A mensagem institucional: prevenção diária

Os depoimentos de ambas as servidoras convergem na necessidade de ampliar o alerta para além do mês de outubro. Ivani e Aparecida Maria afirmam que a campanha deveria se estender a todos os meses do ano. Pois, como alertou Aparecida, “Essa campanha tem que ser todos os dias e meses do ano, o câncer está aí, silencioso, oculto e temos que ter esse alerta sempre, não apenas em outubro”.

A mensagem para todas as mulheres (e homens também) é clara: cuidem-se, amem-se e esqueçam o preconceito de se tocar. Ivani incentiva que, se o diagnóstico vier, a mulher deve acreditar na cura e buscar o tratamento. Ela finaliza com esperança: “Não deixe de se cuidar. A gente vai viver.”

O Ifal Campus Satuba reitera a importância do diagnóstico precoce e incentiva toda a comunidade a buscar informações e realizar exames preventivos. A força de Ivani e Aparecida Maria inspira a gestão a continuar fomentando um ambiente de acolhimento e suporte integral aos seus servidores e estudantes, visando um diálogo franco e construtivo para todos/as.