“Minha Comunidade” capacita jovens assentados em Atalaia

Coordenado pelo professor Gabriel Magalhães Beltrão, o programa institucional de extensão "Minha Comunidade", do Campus Satuba do Instituto Federal de Alagoas, desenvolve desde maio, um trabalho educativo em assentamentos da Reforma Agrária. Com oito meses de duração, a "Capacitação de agricultores familiar em assentamento rural da Reforma Agrária e recuperação do bioma local" é realizada através de atividades no campus e nos assentamentos.

O objetivo do projeto é desenvolver habilidades, junto aos jovens assentados e às escolas rurais, relacionadas à produção e plantio de mudas de espécies florestais nativas, frutíferas e medicinais, buscando despertar nos participantes o interesse pelos estudos e a consciência e importância da conservação ambiental. Visa ainda promover o uso sustentável das áreas de Reserva Legal e a conscientização dos assentados e comunidade no entorno sobre a importância das Áreas de Preservação Permanente.

Segundo Gabriel, o trabalho vem sendo realizado em três assentamentos no município de Atalaia, região marcada pelos impactos ambientais, sociais e econômicos da monocultura da cana-de-açúcar e da pecuária extensiva. “Realizamos capacitações teóricas e práticas em um viveiro de mudas já existente no Assentamento Margarida Alves II, contribuindo para a preservação da biodiversidade, do solo e dos recursos hídricos da região”, informa. Em paralelo à capacitação técnica também são ofertados cursos de formação para jovens e adultos na perspectiva da educação ambiental crítica.

Geovania da Silva Melo, 17 anos, estudante do ensino médio analisa como muito importante o trabalho realizado pelo projeto de extensão. "O último curso foi maravilhoso. Tivemos oportunidade de tirar muitas dúvidas e o mais importante foi que depois das informações teóricas pudemos partir para a parte prática. Foi realmente muito proveitoso", analisa a estudante, que espera que seja ofertada uma capacitação sobre análise do solo.

O curso "Propagação clonal de espécies frutíferas", realizado no assentamento no dia 24 de setembro, teve o objetivo de motivar a juventude local a permanecer na comunidade , através do trabalho no viveiro, tanto para o plantio no assentamento como para a venda.

Para a professora Ana Catarina Cunha, o fruto deste trabalho pode servir para iniciar o reflorestamento de áreas hoje sem cultivo no assentamento. "Os jovens participaram ativamente do curso, demonstrando interesse, inclusive, em visitar o campus e conhecer outras formas de complementar o trabalho deles. Meu objetivo de motivação foi alcançado", analisa Catarina.

O cronograma do projeto segue com diversas atividades nos viveiros, oficinas e capacitações até novembro e conta com a parceria dos Movimento dos Trabalhadores Rurais e Centro de Capacitação Zumbi dos Palmares. A próxima capacitação será realizada ainda este mês e será sobre práticas de conservação do solo.