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Usina solar começa a operar e já cobre mais da metade do consumo de energia do Ifal Penedo
O Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo já está consumindo eletricidade oriunda do processo de captação da luz solar. A usina fotovoltaica instalada em suas dependências começou a operar em meados de agosto e, até o final daquele mês, conseguiu cobrir 55,34% da quantidade de kWh consumida pela unidade de ensino.
O percentual levantado é em comparação aos dados da conta de energia elétrica de julho, quando o Ifal Penedo consumiu 4.142 kWh, resultando em um custo de R$ 2.331,21. Em agosto, mês em que a usina solar funcionou gerando energia por cerca de 15 dias, o consumo informado na conta foi de 1.851 kWh, o que custou R$ 1.000,83, ou seja, menos da metade do valor do mês anterior.
Como a média mensal de consumo, desde que o campus suspendeu as atividades presenciais devido à pandemia, tem girado em torno dos 5.000 kWh, a expectativa para setembro é que as placas fotovoltaicas captem a luz do sol e produzam corrente elétrica suficiente para cobrir todo o consumo do mês.
“Ver a utilização de energia limpa e sustentável gerada dentro de nosso próprio campus se tornar realidade é algo que nos deixa bastante contentes. Em primeiro lugar, pela questão ambiental, pois estamos falando de uma fonte de energia alternativa, renovável, sem emissão de poluentes ou efeitos negativos para a natureza”, destaca o diretor-geral do Ifal Penedo, Felipe Thiago Souza.
O gestor situa sua fala ao atual contexto brasileiro de dificuldade de abastecimento de energia, decorrente da crise hídrica enfrentada pelo país, que já é considerada a pior em nove décadas. Neste ano, a escassez da principal fonte da matriz energética brasileira, a água, fez com que a Agência de Energia Elétrica (Aneel) decidisse criar uma taxa extra, ainda mais cara, a ser cobrada na conta de luz a partir de setembro.
“Então, temos aí um segundo ponto importante que é a redução no valor da conta paga à empresa Equatorial Alagoas, já que a usina solar será capaz de cobrir uma parte significativa do consumo do campus”, ressalta Felipe Thiago. Como, por enquanto, o cenário é de suspensão das atividades presenciais, até a retomada total da rotina, a unidade de ensino será praticamente autossuficiente no que se refere à quantidade de kWh que tem utilizado por mês para se manter.
Efeito financeiro
No entanto, é preciso pontuar que os dados verificados na conta de agosto, bem como o possível quadro de autossuficiência em curto prazo, ainda não representam um impacto significativo no valor final da conta paga à Equatorial. Isso porque a fatura inclui valores fixos, e bem maiores, para a demanda de potência contratada, além de outras taxas.
“Essa demanda é a capacidade que uma unidade consumidora necessita para atendimento das suas cargas durante um determinado período. Ou seja, é a capacidade que o sistema elétrico deve suportar para atendimento, quando a carga máxima da unidade consumidora estiver acionada, e a gente paga por essa capacidade, mesmo que não a utilize totalmente”, explica o técnico em eletrotécnica do Ifal Penedo, Frankleython Santos.
O custeio dessa demanda estabelecida em contrato gira em torno dos R$ 10 mil mensais. “Por isso, o efeito financeiro na fatura final é, por enquanto, ainda tímido. Mas, provavelmente, será maior quando o campus estiver em pleno funcionamento”, completa o servidor.
Até março de 2020, mês em que a pandemia forçou a população ao isolamento social, o Ifal Penedo tinha uma média mensal de consumo de cerca de 21 mil kWh. Segundo dados da Coordenação de Contabilidade e Finanças, a fatura mensal, incluindo todas as taxas e impostos, costumava oscilar entre R$ 25 mil nos meses de maior demanda e R$ 13 mil nos períodos de recesso acadêmico, resultando em um custo anual de aproximadamente R$ 250 mil reais.
“Energia elétrica é a segunda maior despesa de impacto no orçamento do campus, e a economia esperada, seja em curto, médio ou longo prazo, nos permitirá redirecionar recursos. A ideia é aplicar a verba até então destinada à conta de luz em ações que fortaleçam as áreas de ensino, pesquisa, extensão e assistência estudantil de nossa instituição”, prevê o diretor-geral.
Penedo é um dos sete campi do Ifal contemplados com a aquisição dessas usinas, cujo investimento total ficou na ordem de R$ 3 milhões. As outras seis unidades são Arapiraca, Coruripe, Maragogi, Murici, Palmeira dos Índios e Piranhas. No Ifal Penedo, o valor investido na usina fotovoltaica foi de R$ 389.965,50, resultado de um replanejamento orçamentário da reitoria.