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Usina solar começa a operar e já cobre mais da metade do consumo de energia do Ifal Penedo

Percentual de 55,34% se refere à fatura de agosto e foi apontado em comparação aos dados da conta de julho.
por Lidiane Neves publicado: 17/09/2021 16h12, última modificação: 23/05/2024 13h46

O Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo já está consumindo eletricidade oriunda do processo de captação da luz solar. A usina fotovoltaica instalada em suas dependências começou a operar em meados de agosto e, até o final daquele mês, conseguiu cobrir 55,34% da quantidade de kWh consumida pela unidade de ensino.

O percentual levantado é em comparação aos dados da conta de energia elétrica de julho, quando o Ifal Penedo consumiu 4.142 kWh, resultando em um custo de R$ 2.331,21. Em agosto, mês em que a usina solar funcionou gerando energia por cerca de 15 dias, o consumo informado na conta foi de 1.851 kWh, o que custou R$ 1.000,83, ou seja, menos da metade do valor do mês anterior.

Como a média mensal de consumo, desde que o campus suspendeu as atividades presenciais devido à pandemia, tem girado em torno dos 5.000 kWh, a expectativa para setembro é que as placas fotovoltaicas captem a luz do sol e produzam corrente elétrica suficiente para cobrir todo o consumo do mês.

“Ver a utilização de energia limpa e sustentável gerada dentro de nosso próprio campus se tornar realidade é algo que nos deixa bastante contentes. Em primeiro lugar, pela questão ambiental, pois estamos falando de uma fonte de energia alternativa, renovável, sem emissão de poluentes ou efeitos negativos para a natureza”, destaca o diretor-geral do Ifal Penedo, Felipe Thiago Souza.

Enquanto durar a suspensão das atividades presenciais, o campus será praticamente autossuficiente no que se refere à quantidade de kWh que tem utilizado por mês para se manter.O gestor situa sua fala ao atual contexto brasileiro de dificuldade de abastecimento de energia, decorrente da crise hídrica enfrentada pelo país, que já é considerada a pior em nove décadas. Neste ano, a escassez da principal fonte da matriz energética brasileira, a água, fez com que a Agência de Energia Elétrica (Aneel) decidisse criar uma taxa extra, ainda mais cara, a ser cobrada na conta de luz a partir de setembro.

“Então, temos aí um segundo ponto importante que é a redução no valor da conta paga à empresa Equatorial Alagoas, já que a usina solar será capaz de cobrir uma parte significativa do consumo do campus”, ressalta Felipe Thiago. Como, por enquanto, o cenário é de suspensão das atividades presenciais, até a retomada total da rotina, a unidade de ensino será praticamente autossuficiente no que se refere à quantidade de kWh que tem utilizado por mês para se manter.

Efeito financeiro

No entanto, é preciso pontuar que os dados verificados na conta de agosto, bem como o possível quadro de autossuficiência em curto prazo, ainda não representam um impacto significativo no valor final da conta paga à Equatorial. Isso porque a fatura inclui valores fixos, e bem maiores, para a demanda de potência contratada, além de outras taxas.

Frankleython Santos, técnico em eletrotécnica do Ifal Penedo, explica que a conversão da energia gerada pelos painéis fotovoltaicos em corrente elétrica para uso no campus é feita pelo equipamento denominado inversor solar.“Essa demanda é a capacidade que uma unidade consumidora necessita para atendimento das suas cargas durante um determinado período. Ou seja, é a capacidade que o sistema elétrico deve suportar para atendimento, quando a carga máxima da unidade consumidora estiver acionada, e a gente paga por essa capacidade, mesmo que não a utilize totalmente”, explica o técnico em eletrotécnica do Ifal Penedo, Frankleython Santos.

O custeio dessa demanda estabelecida em contrato gira em torno dos R$ 10 mil mensais. “Por isso, o efeito financeiro na fatura final é, por enquanto, ainda tímido. Mas, provavelmente, será maior quando o campus estiver em pleno funcionamento”, completa o servidor.

Até março de 2020, mês em que a pandemia forçou a população ao isolamento social, o Ifal Penedo tinha uma média mensal de consumo de cerca de 21 mil kWh. Segundo dados da Coordenação de Contabilidade e Finanças, a fatura mensal, incluindo todas as taxas e impostos, costumava oscilar entre R$ 25 mil nos meses de maior demanda e R$ 13 mil nos períodos de recesso acadêmico, resultando em um custo anual de aproximadamente R$ 250 mil reais.

“Energia elétrica é a segunda maior despesa de impacto no orçamento do campus, e a economia esperada, seja em curto, médio ou longo prazo, nos permitirá redirecionar recursos. A ideia é aplicar a verba até então destinada à conta de luz em ações que fortaleçam as áreas de ensino, pesquisa, extensão e assistência estudantil de nossa instituição”, prevê o diretor-geral.

Penedo é um dos sete campi do Ifal contemplados com a aquisição dessas usinas, cujo investimento total ficou na ordem de R$ 3 milhões. As outras seis unidades são Arapiraca, Coruripe, Maragogi, Murici, Palmeira dos Índios e Piranhas. No Ifal Penedo, o valor investido na usina fotovoltaica foi de R$ 389.965,50, resultado de um replanejamento orçamentário da reitoria.