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Temática indígena ocupa área de convivência do Ifal Penedo em 2ª edição do Motirõ
Até o final deste mês, a temática indígena estará em destaque na área de convivência do Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo. Desde a semana passada, quem atravessa o espaço físico de maior circulação de pessoas na unidade de ensino pode mergulhar nas informações reunidas pela equipe do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) para a segunda edição do Motirõ.
Apesar de este ano ser realizado em maio, o evento é alusivo ao mês dedicado à luta dos povos originários do Brasil. “Como em abril estávamos finalizando o ano letivo de 2021 e, por causa dessa transição, os estudantes não estavam frequentando o campus, deixamos para organizar o Motirõ este mês, trazendo essa proposta de exposição/instalação sobre a temática, com foco nas comunidades indígenas de Alagoas”, explica a docente Eliza Vianna, que integra o Neabi do Ifal Penedo.
Entre as informações expostas, um quadro traz as leis e iniciativas do poder institucionalizado, desde 1570, em favor da exploração da terra e da mão de obra indígena e, na contramão, os marcos legais dos avanços conquistados a partir da luta por direitos desses povos até os dias de hoje.
A exposição também inclui um glossário com a definição de algumas palavras para entendimento das discussões atuais sobre a questão agrária indígena. Demarcação de terras, marco temporal, ruralistas, fronteira agrícola, arco do desmatamento e grilagem estão entre os termos explicados.
Para quem deseja se aprofundar na temática, há QR Codes em alguns dos materiais, a partir dos quais pode-se acessar conteúdos on-line. “Na biblioteca do campus, a estante de novas aquisições foi dedicada a livros relacionados ao tema, que ficarão em destaque durante o Motirõ para incentivar a leitura do acervo bibliográfico específico”, completa a professora Eliza.
Comunidades alagoanas
Segundo dados levantados pelo Neabi, há 11 comunidades indígenas residentes em Alagoas, e informações em textos e imagens de parte delas integram a exposição: Karapotó, em São Sebastião; Gerinpankó, Karuazu e Katokinn, em Pariconha; Xucuru-Kariri, em Palmeira dos Índios; Kariri-Xocó, em Porto Real do Colégio; Tingui-Botó, em Feira Grande; e Wassu Cocal, que são povos da etnia Kariri distribuídos em 44 municípios alagoanos, mas atualmente concentrados em Joaquim Gonçalves.
“O evento é uma oportunidade de conhecer mais sobre os povos que vieram muito antes de nós e se interessar pelas questões indígenas, já que esse é um tema não muito abordado no cotidiano das pessoas”, destaca a monitora bolsista do Neabi, Yannis Gabriela Flor Santos, que participou do planejamento e organização desta edição Motirõ, junto com outros estudantes voluntários e servidores do Campus Penedo integrantes do núcleo.
Outro destaque do Motirõ 2022 é o resultado do projeto de pesquisa intitulado Ancestralidade Indígena no Ifal, realizado no ano passado sob a orientação da professora de História, Gisele Lima. Financiado pelo Neabi através da concessão de bolsas para estudantes, o trabalho buscou incentivar alunos e servidores da instituição a refletirem sobre suas ancestralidades, dando foco aos antepassados indígenas.
A pesquisa contou com a participação das alunas Amanda Cecília e Bruna Eduarda, do curso técnico em Química integrado ao ensino médio, e rendeu a criação do perfil @ancestralidadeindigenanoifal no Instagram. Apesar das duas tentativas de ataque hacker sofridas, com o apagamento de publicações em uma delas, a página do projeto segue na mídia social, disponibilizando conteúdos resultantes das horas de estudo, trabalho de campo e produção da equipe de pesquisadoras.
Sobre o Neabi
O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas se configura como um setor propositivo e consultivo que estimula e promove ações de ensino, pesquisa e extensão orientadas à temática das identidades e relações étnicos-raciais, no âmbito do Ifal e em suas relações com a comunidade externa. Em atividade desde outubro de 2019, o Neabi Penedo é atualmente coordenado pela professora Selma Silva Bezerra.
Além da docente Eliza, também compõem a equipe os professores Marcos Roberto Paixão, Lucas Suassuna de Albuquerque Wanderley, Carlos Marcelo Maciel Gomes e Josenildo Farias Neto. Já o corpo discente tem como representantes as alunas Emilly Cristhiny Silvino Teles, Kelly Cristina Ezaquiel dos Santos, Anny Liane Lima Wang, Renatha Lima da Silva, Mayris de Barros e Bruna Eduarda Santos Moura.