Notícias
Suporte de Aprendizagem colabora para adaptação de estudantes que ingressam no Ifal
No Campus Penedo, a ação pedagógica aconteceu integrada à programação de acolhimento por cerca de um mês.
Os estudantes que ingressam nos cursos técnicos do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) contam com uma importante ferramenta na superação da defasagem de conhecimentos em Língua Portuguesa e Matemática. Trata-se do Programa de Suporte de Aprendizagem, regulamentado desde maio de 2015 pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) para todos os campi. A ação pedagógica atende a todos os alunos dos 1º anos dos cursos técnicos regulares ofertados na modalidade integrado ao ensino médio.
No Campus Penedo, para as turmas de Açúcar e Álcool e de Meio Ambiente que ingressaram em 2018, o programa foi realizado durante as quatro semanas que antecederam o início do ano letivo. “As aulas só iriam começar na segunda quinzena de março e não seria interessante que nossos novos alunos ficassem tanto tempo sem atividade. Então, inserimos o Suporte de Aprendizagem na programação de acolhimento, que teve início em 19 de fevereiro e se estendeu até 14 de março”, explica a pedagoga do campus, Rita de Cássia Tavares.
Conforme o regulamento do programa do Ifal, a carga horária para as duas disciplinas envolvidas na ação é de 40 horas, e a orientação é que ela seja executada ao longo do primeiro semestre do curso, com o limite de quatro horas semanais no contraturno das aulas regulares. Como em 2018 a equipe do Ifal Penedo teve tempo para realizá-lo antes do início do ano letivo, a antecipação acabou beneficiando os estudantes, que passaram cerca de quatro semanas com dedicação exclusiva às aulas da ação pedagógica e às demais atividades do acolhimento.
“Foi bom porque fez a gente relembrar alguns assuntos que já estavam esquecidos e todo mundo já começa o curso com um nível de conhecimento e aprendizado menos desigual”, opina a caloura de Meio Ambiente, Mariana Nascimento, referindo-se principalmente aos conteúdos de Matemática. Sua colega de sala, Ana Julia Oliveira, compartilha da opinião e ainda destaca o tempo dedicado às outras atividades do acolhimento. “A programação foi bem completa, com várias informações sobre o como funciona o Ifal, os setores que devemos procurar, as oficinas sobre como fazer trabalhos acadêmicos. Enfim, tudo isso fez com que a gente se familiarizasse antecipadamente com esse novo ambiente escolar”, reforça a aluna.
O depoimento da estudante vai ao encontro da avaliação da pedagoga Rita de Cássia sobre a edição 2018 do acolhimento, do qual fez parte o Suporte de Aprendizagem. “Com um tempo maior, a gente pode diversificar as atividades, não se restringindo ao Suporte e às normas que o adolescente que chega precisa saber. A gente conseguiu, então, amenizar essa parte um pouco entediante para eles, com atividades culturais e oficinas, de modo que pudessem se integrar e se sentir parte do Ifal, criando um vínculo afetivo, algo muito importante para o processo de ensino-aprendizagem”, ressalta a servidora.
No ano anterior, devido à ausência dessa particularidade no calendário acadêmico, isto é, da existência de um mês livre para o acolhimento, o Suporte de Aprendizagem aconteceu concomitante às aulas regulares dos cursos, mas no contraturno, uma vez por semana, entre os meses de maio e agosto, e somente com a disciplina de Matemática, ministrada por licenciandos do Ifal e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
O regulamento estabelece que o programa seja executado prioritariamente por docentes do Ifal. No entanto, não havendo disponibilidade de carga horária, o campus pode se utilizar de licenciandos do próprio Ifal ou realizar convênio com outras instituições de ensino superior. “Foi o que aconteceu em 2017 e, mesmo assim, não conseguimos para Língua Portuguesa”, lembra Rita de Cássia, que compõe a equipe pedagógica do Campus Penedo juntamente com a pedagoga Elaine Costa e a técnica em assuntos educacionais, Giselle Moreira, atual coordenadora do setor.
Ainda não se sabe a forma como o Suporte de Aprendizagem será executado no próximo ano, uma vez que depende do calendário acadêmico. Mas, com relação à disponibilidade de carga horária dos professores, pode-se dizer que o formato de 2018 permitiu uma maior participação do corpo docente. Segundo informou a coordenadora pedagógica, Giselle Moreira, no total, 16 professores aderiram ao programa, e não apenas das áreas de Língua Portuguesa e Matemática, como também de Física, Sociologia, Filosofia, Meio Ambiente, Espanhol, Informática, Química e Biologia.
O planejamento das atividades foi realizado com base no conteúdo programático estabelecido pelo regulamento. A partir daí, os assuntos foram trabalhados em sala de aula conforme a área afim do docente. Os conteúdos de Matemática, por exemplo, foram ministrados por professores de Física e Química. Já os de Língua Portuguesa, que envolvem a leitura, produção e reescrita de diversos gêneros textuais a partir de aspectos linguísticos discursivos e contextuais, tiveram como colaboradores docentes das áreas de Sociologia, Filosofia, Língua Espanhola, entre outras.
Para o professor de Português, Wellinghton Santos, o Suporte de Aprendizagem faz com que estudantes superem suas defasagens de conhecimento e o corpo docente se envolva mais diretamente em questões que refletem os índices de retenção e evasão no Ifal. “É um recurso essencial para sondar prováveis dificuldades dos discentes e introduzir temáticas importantes para a compreensão dos objetivos das disciplinas e dos cursos. É algo que, de fato, deve acontecer a cada novo ingresso de estudantes nos cursos técnicos integrados”, afirma o professor, que participou pela primeira vez da ação pedagógica.