Notícias
Projetos de extensão do Ifal Penedo são expostos em evento virtual organizado pela Proex
Em evento organizado pela Pró-reitoria de Extensão (Proex), o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) reuniu de forma virtual, nos últimos dois dias, a comunidade acadêmica dos 16 campi, para que servidores e estudantes pudessem socializar as iniciativas extensionistas realizadas entre 2020 e 2021, durante a pandemia de Covid-19. O Campus Penedo marcou presença com a apresentação de quatro projetos, todos executados no ano passado em escolas municipais e estaduais da própria cidade e de Neópolis, em Sergipe.
Segundo a coordenadora de Extensão, Gisele Lima, os projetos desenvolvidos pelo Ifal Penedo no período citado somaram, na realidade, 14 iniciativas. “Mas, infelizmente, como estamos finalizando o calendário letivo de 2021, isso impediu que muitos docentes e discentes pudessem participar da programação”, esclareceu, com a expectativa de que na próxima edição do evento o campus possa expor todo o histórico do que vem fazendo em conjunto com a comunidade do Baixo São Francisco.
“No último ano, por exemplo, tivemos projetos envolvendo letramento com histórias em quadrinhos, assim como diversos trabalhos versando sobre Educação Ambiental, desde RPG [Role Playing Game] até a compostagem de resíduos sólidos”, citou a docente. Apesar da participação reduzida de extensionistas do Campus Penedo, ela avaliou a Mostra como positiva por permitir apresentar a instituição em ação, mesmo nos momentos mais difíceis da pandemia. “O Ifal buscou contornar todas as dificuldades impostas nesses últimos dois anos de distanciamento social, introduzindo novos recursos para continuarmos trabalhando juntos e em prol da comunidade”, destacou.
Projetos compartilhados
As iniciativas do Campus Penedo foram apresentadas por estudantes bolsistas e voluntários. Três delas já tinham sido planejadas antes do contexto pandêmico, no início de 2020, e passaram por adaptações para que se tornassem executáveis diante do cenário de distanciamento social: Química é Show, Aplicação da Tabela Periódica Interativa no Ensino Fundamental de Escolas Públicas e Foguetes do Velho Chico.
“Quando começamos as atividades, em agosto de 2021, tivemos que trabalhar com as apresentações no formato remoto. A equipe fazia as transmissões pelo Meet daqui mesmo do laboratório do campus e o público-alvo assistia de casa. Depois, conseguimos fazer nas próprias escolas essas apresentações, mas com turmas reduzidas e mantendo todos os cuidados de segurança sanitária”, pontuou a bolsista Aline Carlinda dos Santos, do Química é Show coordenado pela professora Elisangela Santos.
Ao lado da também bolsista e colega de turma, Hellen Laryssa dos Santos, a aluna do 4º ano do curso técnico em Meio Ambiente explicou que o projeto, já realizado em anos anteriores no formato presencial, busca desmistificar a Química e aproximá-la de estudantes do 9º ano do ensino fundamental, através de experimentos atrativos. Ao todo, ao final de quatro meses, a iniciativa alcançou no ano passado 245 alunos, com idade entre 13 e 16 anos, de quatro escolas públicas e três particulares de Penedo.
Também da área de Química e coordenado pela mesma docente, a segunda iniciativa compartilhada durante a Mostra de Extensão contou com a participação de quatro estudantes do 3º ano do curso técnico em Química: Sophia Sacramento, Lorrana Mylena Borges, Beatryz Ferreira e Kaio Felipe Rocha. “O foco principal foi o ensinamento básico e direto sobre os elementos químicos mais conhecidos e utilizados em nosso dia a dia”, disse Kaio Felipe. Ele acrescentou que a ideia era levar a algumas escolas públicas da cidade uma tabela periódica digital que mostrasse, ao clicar nos elementos, suas propriedades, locais onde eram encontrados e utilizações no cotidiano.
Como o grupo encontrou dificuldades para a execução do projeto nas escolas parceiras, devido à indisponibilidade dos calendários letivos em função da pandemia, a saída encontrada foi lançar mão do TikTok, aplicativo de mídia já difundido entre o público adolescente, que permite criar e compartilhar vídeos curtos. “Conseguimos produzir 16 vídeos, cada um abordando um elemento específico da tabela periódica. O material foi postado ao longo de 45 dias e continua disponível no perfil @tabela_periodica criado na plataforma”, informou uma das alunas envolvidas.
Com objetivos semelhantes à ação anterior, mas com foco nas Ciências de forma geral, o projeto Foguetes do Velho Chico buscou familiarizar estudantes do ensino médio com princípios e leis da Física, Astronomia, Química e Matemática. Além de aplicar o conteúdo de maneira lúdica nas oficinas e etapa de lançamento dos foguetes, a iniciativa orientada pelo professor Francisco Rego Filho visou disseminar a consciência ambiental ao reutilizar garrafas PET na construção de tais instrumentos.
Conforme explicaram os bolsistas Kamyly Tereza da Silva e Marcos Vinicius Lima, apesar do pouco tempo que as duas escolas públicas parceiras disponibilizaram para a participação de seus alunos nas atividades do projeto, a ação do Ifal Penedo conseguiu engajar 190 estudantes na faixa etária dos 15 aos 20 anos matriculados na 1ª e 2ª série do ensino médio.
“Foi uma experiência muito boa pela oportunidade de aprofundar conteúdos teóricos de forma prática, interagir com alunos de outras instituições, conhecer pessoas e ainda receber uma bolsa mensal para executar as atividades”, destacou Kamyly, que está no 4º ano do curso de Meio Ambiente. Seu colega de projeto também é do 4º ano, mas da formação técnica em Açúcar e Álcool.
A História em Podcast
Diferentemente de todas as ações anteriores, o quarto projeto de extensão socializado com os expectadores da Mostra foi pensado já dentro do contexto de pandemia e de utilização mais intensa das novas tecnologias para fins educativos. “A ideia surgiu durante as aulas remotas da professora de História, Eliza Vianna, a partir de uma atividade entregue por nós no formato podcast”, contou uma das alunas envolvidas.
O grupo formado por Isabela Muniz, Layla Maria Souza, Amanda Lira e Wagner Souza, todos do 3º ano de Meio Ambiente, desenvolveu então o projeto, tendo como objetivo utilizar o recurso de áudio, que é de fácil dispersão e tem amplo alcance, como ferramenta educacional para o aprendizado de temas quem envolvem a disciplina de História.
A execução ao longo de quatro meses incluiu as etapas de pesquisa sobre cada temática, elaboração de textos norteadores, reuniões com a docente orientadora, gravação e edição do podcast, elaboração de material de apoio com recursos visuais e publicação dos episódios.
A iniciativa foi direcionada a estudantes de 9º ano da Escola de Ensino Fundamental Sagrada Família, localizada em Neópolis, na margem sergipana do Rio São Francisco. No entanto, os episódios podem ser acessados por qualquer pessoa interessada, nas plataformas Spotify e Instagram (@ahistoriaempodcast). "Já tivemos feedback positivo de público de outros países - ouvintes em Portugal, Espanha, Canadá - e retornos de docentes que estão utilizando o material em outros estados, como Rio de Janeiro e Goiás", enfatizou a professora Eliza.