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Projeto do Ifal levado a Igreja Nova busca descomplicar ensino da matemática
Dupla de alunos extensionistas oferece aulas dinâmicas com o auxílio de materiais didáticos e jogos.
Levar uma matemática instigante a turmas de 9º ano do ensino fundamental foi o que motivou os alunos do Instituto Federal de Alagoas - Campus Penedo, Arthur Mateus Alves e Dalmir Luiz dos Santos, a desenvolverem projeto de extensão em uma escola pública de Igreja Nova, município onde residem. Em andamento desde abril, a ação entra em seu quinto mês de atividades, revelando o protagonismo do corpo discente do Ifal, na elaboração e execução de projetos que estabelecem um contato direto com as comunidades alcançadas pela instituição.
Uma vez por semana, os dois alunos dos cursos técnicos integrados ao ensino médio (Açúcar e Álcool e Meio Ambiente) se deslocam até a Escola Municipal Antony Moura, na cidade vizinha a Penedo, para compartilhar o que sabem da área de matemática em nível de ensino fundamental. "Muitas vezes nos perguntamos o porquê de muitos alunos terem um certo medo da disciplina e rendimento não satisfatório. Então, para tentar minimizar esse efeito, buscamos trabalhar os conteúdos de forma lúdica, fazendo uso de nossa criatividade", afirmou Arthur Mateus, um dos bolsistas do projeto intitulado "Descobrindo a beleza da matemática".
Os encontros com os estudantes de Igreja Nova acontecem às tardes, turno contrário ao das aulas regulares do curso técnico no Ifal. Os conteúdos trabalhados por eles foram definidos a partir de uma avaliação diagnóstica aplicada na fase inicial do projeto, com o objetivo de identificar as principais dificuldades do público-alvo no processo de aprendizagem. "Estamos executando a segunda fase, que se destina a oferecer aulas dinâmicas com o auxílio de materiais didáticos e jogos. Essas aulas são intercaladas com oficinas de resolução de problemas e escrita matemática", explicou Dalmir Luiz, acrescentando que, na terceira e última fase, em novembro, uma nova avaliação será feita para compará-la com os dados obtidos na primeira.
"A gente parte do princípio de que o aluno deve compreender a importância de se ter uma base sólida em matemática, para obter êxito escolar nas fases futuras do aprendizado dessa disciplina tão estigmatizada socialmente", justificou Arthur Mateus, que, ao lado de seu colega de projeto, conta com a orientação da professora do Campus Penedo, Mayra Albuquerque.
Bingo das equações, dominó da multiplicação e trilha do resto estão entre os jogos e brincadeiras já utilizados para melhorar o nível de aprendizagem do público-alvo e aumentar seu rendimento escolar. "Também como forma de estimular o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático e incentivar o trabalho coletivo, a empatia e o respeito às regras sociais, já realizamos uma gincana", completou Dalmir Luiz.
De público-alvo externo a possíveis futuros alunos do Ifal
Além de possibilitar um olhar diferenciado sobre a matemática, distanciando-a do estigma de matéria difícil, monótona e que só os poucos escolhidos são capazes de aprendê-la, o projeto executado pela dupla de bolsistas de extensão colabora para levar e fortalecer a imagem do Ifal Penedo. "O que percebemos é que a gente acaba também despertando no público-alvo o interesse em ingressar na instituição", destacou Arthur Mateus.
Um dos exemplos é o adolescente Murilo dos Santos Gomes, 14 anos. Residente no povoado Retiro, não muito distante da zona urbana de Igreja Nova, o estudante é frequentador assíduo das atividades do projeto e vê as aulas lúdicas como uma maneira de melhor dominar os assuntos da matemática de nível fundamental cobrados na prova do Exame de Seleção. "Estudar no Ifal é um desejo que tenho desde quando estava no 6º ano. Agora que estou no 9º, é minha chance de aproveitar o que está sendo ensinado e que também serve de preparação", confirmou o aluno.
Há três anos à frente da escola Antony Moura, o diretor Dcarlos Mariano ressaltou que o projeto atualmente executado pelos alunos do Ifal vai ao encontro das ações da equipe local para incentivar os estudantes a fazerem o processo seletivo do Ifal. "Toda ação que se some à preparação que tentamos oferecer aqui é bem-vinda. No ano passado, dos 29 alunos nossos inscritos, 13 foram aprovados. Para 2020, esperamos que este número seja maior", concluiu o diretor.