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Projeto do Campus Penedo lança perfil em mídia social para abordar ancestralidade indígena no Ifal
“Você conhece suas origens?”. Foi com essa pergunta provocativa que a equipe do projeto de pesquisa Ancestralidade Indígena no Ifal lançou, esta semana, seu perfil na mídia social Instagram. Segundo a orientadora e professora de História do Campus Penedo, Gisele Oliveira de Lima, a ideia é usar a plataforma para desenvolver um trabalho de sensibilização acerca do tema, junto às comunidades interna e externa (CLIQUE AQUI para conhecer).
O foco da pesquisa está na investigação sobre a ancestralidade indígena entre os servidores e os estudantes do Instituto. “Apesar de ser este o público-alvo, a participação do público externo no perfil do Instagram é muito bem-vinda, pois o propósito é compartilhar informações e despertar o interesse na descoberta de suas raízes”, destaca a docente, que conta na equipe de trabalho com a aluna bolsista Amanda Cecília Macedo de Oliveira e a voluntária Bruna Eduarda Santos Moura.
Na primeira publicação feita, a pergunta que leva ao questionamento sobre quem realmente somos já introduz algumas reflexões sobre o quanto a população brasileira é desestimulada a procurar por suas origens. “(...) as pessoas com ascendências indígenas demoram ainda mais para descobrir de onde vêm seus traços e características. Afinal, em nosso imaginário, há pouquíssimas variações sobre o que é ser indígena. Em geral, a figura que vem à cabeça é de pessoas de cabelos pretos e lisos, pele dourada e olhos puxados”, diz um dos trechos do texto que acompanha a imagem publicada.
A presença do projeto na mídia social é parte de um conjunto de ações. “Após este processo de sensibilização, pretendemos aplicar atividades combinadas com alguns professores para coletarmos informações sobre o conhecimento ou não da ancestralidade indígena entre os estudantes, e de que maneira eles souberam desta origem e qual história é contada em torno deste personagem ou destes personagens”, informa Gisele, acrescentando que o trabalho com os servidores será feito de outro modo. “Planejamos fazer a coleta dessas informações através do Google Formulários, após o retorno das férias de julho”.
A pesquisa está vinculada ao Grupo de Estudos de Humanas do Brasil Contemporâneo (GEHB) e conta com o financiamento do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do Campus Penedo. O projeto foi um dos contemplados pelo edital do Neabi, lançado em fevereiro deste ano, para selecionar projetos sobre questões étnico-raciais. O período de vigência da bolsa concedida a uma das estudantes envolvidas vai até dezembro.
“O projeto surgiu sobre o pouco ou quase nada sabermos das nossas origens. O bate-papo que tivemos com a artista Georgia Cardoso, que buscou o autoconhecimento e saber mais sobre suas raízes indígenas e legitimá-las na sua vida e na sua arte, foi o pontapé inicial para nos debruçarmos sobre os silenciamentos e as histórias incompletas das origens indígenas”, contextualiza a docente. O bate-papo citado ocorreu em novembro de 2020, no canal do Ifal Penedo no YouTube, como parte da programação do ciclo de webinários Arte Ancestralidade (CLIQUE AQUI para assistir).
A professora de História conta que também desenvolveu um trabalho em sala de aula sobre as origens indígenas e percebeu que muitos alunos se defrontaram com a presença indígena na sua árvore genealógica. No entanto, essas conexões familiares, quando não desconhecidas pelos discentes, mostraram-se pouco valorizadas. “Diante disto, despertou-se o interesse em investigar sobre a ancestralidade indígena entre os servidores e os estudantes do Ifal”, finaliza.