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Membros do recém-criado Nugedis discutem primeiras ações do núcleo no Campus Penedo
Na última quarta-feira, 9, a equipe do recém-criado Núcleo de Gênero, Diversidade e Sexualidade do Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo, o Nugedis, reuniu-se com novos membros interessados. O objetivo do encontro foi ampliar a adesão de outros servidores e de estudantes, para dialogar sobre a atuação do grupo e já traçar suas primeiras ações na unidade de ensino.
Até então, o documento publicado em 13 de julho, que designa a formação do Nugedis do Ifal Penedo, é composto por cinco servidoras. A partir do convite feito à comunidade interna, o número de integrantes passará a ser maior, pois oito estudantes compareceram à reunião e manifestaram interesse em formalizar a participação no núcleo. A nova portaria deverá sair ainda neste mês (CLIQUE AQUI e confira o documento vigente).
Além de docentes, técnicos administrativos em educação e estudantes, pessoas não vinculadas ao campus poderão integrar o Nugedis. A participação da comunidade externa se dará por meio de representantes de movimentos sociais LGBTQIAPN+ e de luta pela garantia dos direitos das mulheres. Segundo a professora Eliza Vianna, que assumiu a função de coordenadora do núcleo, já houve diálogo com alguns grupos locais. “Tentaremos estreitar esse contato e refazer o convite para as próximas atividades”, informou.
Atuação do Nugedis
A criação do núcleo integra um dos eixos de ações que buscam semear a cultura da inclusão no Ifal. Vinculada à Coordenação de Ações Inclusivas da Diretoria de Políticas Estudantis (DPE/Proen), a iniciativa soma-se ao conjunto de outros dois núcleos instituídos em anos anteriores: o Napne, voltado para as demandas das pessoas com necessidades educacionais específicas; e o Neabi, que atua na temática das relações étnico-raciais (afro-brasileiras e indígenas).
Conforme a Resolução nº 116/2023, que institui o Nugedis no âmbito do Ifal, o setor atuará de forma propositiva e consultiva, estimulando, promovendo e executando ações voltadas às temáticas de gênero, diversidade e sexualidade. Entre os objetivos, estão o de propor ações que visem contribuir para a formação inicial e continuada de alunos e servidores, bem como levem a conhecer o perfil e as necessidades das comunidades interna e externa relacionadas a tais temáticas.
O desenvolvimento de ações com foco no combate à violência e ao preconceito de gênero e à LGBTQIAPN+fobia é também um dos objetivos do núcleo. O Nugedis buscará promover reflexões sobre temas voltados ao respeito e à valorização da diversidade, às desigualdades de gênero, ao machismo e, ainda, sobre a importância da desconstrução de masculinidades tóxicas.
Primeiras ações e estrutura
A reunião para agregar novos membros e discutir as possibilidades de atuação do grupo definiu alguns encaminhamentos que, até o próximo mês, irão se concretizar como as primeiras ações do Nugedis do Ifal Penedo. Até o final de agosto, a equipe planeja lançar um concurso para a seleção da logo que representará a identidade visual do núcleo, assim como o Napne e o Neabi já dispõem.
Para setembro, a ideia é realizar um evento especial como forma de demarcar o início da atuação do setor no campus. O tipo de atividade não ficou fechado durante a reunião, mas todos concordaram que a ação de lançamento do Nugedis precisa proporcionar, ao máximo, a interação do público-alvo com os conteúdos a serem abordados. No mesmo mês, a equipe terá um espaço para apresentar o novo núcleo aos servidores participantes do próximo encontro pedagógico.
A criação de grupos de estudos para formação teórica dos membros do Nugedis, principalmente estudantes, foi um outro encaminhamento da reunião. Na ocasião, a professora Thaline Fontenele destacou a importância desse processo, ou seja, de adquirir conhecimento com referências bibliográficas acerca das temáticas de gênero, diversidade e sexualidade.
A equipe apontou ainda a possibilidade de integrantes do núcleo participarem do 6º Simpósio Internacional Desfazendo Gênero. O evento acontecerá de 10 a 14 de novembro, em Vitória da Conquista, na Bahia. A programação envolve conferências com pesquisadores de renome internacional, mesas-redondas, simpósios temáticos para apresentação de trabalhos acadêmicos e mostras artísticas.
Temporariamente, o Nugedis funcionará em uma das salas da Célula Incubadora de Empreendimentos (CIE InovIfal). “É uma situação provisória, que será resolvida com a implantação de salas modulares no Campus Penedo. Já iniciamos o processo para licitar a aquisição de seis salas, três delas de aulas e outras três administrativas. O próximo passo é pleitear recursos financeiros junto à reitoria do Ifal”, garantiu o diretor-geral da unidade de ensino, Felipe Thiago Souza.
Assim como acontece com o Napne e o Neabi, para a consolidação e o fortalecimento do Nugedis, anualmente, deve ser reservado 1% do orçamento do campus. A destinação desse recurso já está garantida pela Direção-Geral, que, prevendo a implantação do núcleo neste segundo semestre, determinou a reserva do percentual proporcional à metade do ano.
Motivações e expectativas
Alguns estudantes que atenderam ao convite geral do Nugedis, durante a reunião, manifestaram suas motivações em participar do núcleo. Uma delas foi Maria Patrícia dos Santos, do 2º ano do curso técnico em Meio Ambiente. “Vejo como uma iniciativa muito importante a criação desse núcleo, porque enquanto tem escolas que escolhem não abordar essas temáticas, ou até mesmo reprimi-las, o Ifal instituiu um núcleo para abordar essas questões e realizar ações. Então, isso mostra o quanto o Ifal busca ser um ambiente acolhedor, e eu quero colaborar nesse processo”, disse a aluna.
Do lado de quem trabalha no Ifal, as motivações e expectativas são semelhantes. “Fiz parte da comissão que redigiu a minuta para a construção do Nugedis, a convite da Coordenação de Ações Inclusivas. Durante meses, nós fizemos formações, discussões, elaboramos o texto que foi aprovado pelo Consup [Conselho Superior do Ifal]. Em junho, mês do orgulho LGBTQIAPN+, organizamos uma live para o lançamento institucional do núcleo e, em julho, tivemos o Forpae [Fórum Permanente da Assistência Estudantil] também sobre essas temáticas”, contou a professora Eliza Vianna, ressaltando o quão importante e gratificante foi, para ela, participar desse processo de implementação no Ifal como um todo e agora no Campus Penedo.
“Sabemos que as iniquidades de gênero existem em nossa sociedade, que a violência contra mulheres e pessoas LGBTQIAPN+, infelizmente, existe. A escola precisa ser um lugar de acolhimento e respeito a todas as diversidades. Nesse sentido, acredito que, juntamente com o Napne e o Neabi, o Nugedis poderá colaborar para ações e debates dentro e fora da instituição, para o combate aos preconceitos e a construção de um mundo mais justo e plural”, conclui a docente, que dividirá a responsabilidade de coordenar o núcleo com a técnica administrativa em educação, Aline Santana Milito.