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Ifal Penedo realizará ação em memória da estudante Roberta Dias para discutir violência de gênero
Na próxima segunda-feira, 9, o Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo promoverá a atividade “Em lembrança à estudante Roberta Dias”, como forma de homenagear a jovem que, em 2012, teve a vida interrompida de maneira violenta. Organizada pelo Núcleo de Gênero, Diversidade e Sexualidade (Nugedis), a ação tem como proposta rememorar o caso e discutir a necessidade do combate à violência de gênero e ao feminicídio.
“Inicialmente, às 8h30, vamos nos deslocar até a rua situada ao lado do campus, que agora leva o nome da estudante, para um momento de falas sobre a importância de não esquecer esse caso. Em seguida, retornaremos ao auditório para ouvir as promotoras de Justiça Ariadne Dantas e Mirya Ferro”, informou a professora Gisele Lima, coordenadora do Nugedis. As promotoras convidadas são, respectivamente, coordenadoras dos Núcleos de Defesa da Mulher e de Combate à Criminalidade do Ministério Público de Alagoas (MPAL).
“Roberta Dias foi nossa aluna e era uma jovem moça que foi vítima de toda essa misoginia e violência de gênero que ronda nossa sociedade. É nosso dever, como instituição de ensino, trabalharmos com nossos estudantes e comunidade sobre a importância de combatermos preconceitos que, nesse caso, se manifestam na violência contra a mulher”, enfatizou Gisele, acrescentando que a atividade também contará com a presença da mãe de Roberta, Mônica Reis.
A rua onde acontecerá o ato simbólico teve a nova placa com o nome da jovem instalada pela Prefeitura de Penedo, no último dia 28 de maio, após a aprovação do projeto de lei enviado à Câmara Municipal. Conforme divulgou a gestão municipal, a homenagem é uma iniciativa que visa eternizar a memória da estudante, assassinada em circunstâncias que sensibilizaram toda a sociedade penedense.
Sobre o caso*
Roberta Dias tinha 18 anos e cursava o 2º ano da formação técnica em Meio Ambiente, quando desapareceu em abril de 2012. Seu caso comoveu a cidade, ganhando destaque em todo o estado pela violência e complexidade do crime. Ela estava grávida do namorado e saiu de casa para uma consulta médica no centro da cidade. As investigações apontaram que a jovem foi sequestrada e levada para um local deserto, onde foi asfixiada. Somente 9 anos depois, a ossada da estudante foi encontrada.
Segundo o Ministério Público, a então sogra da vítima, Mary Jane Araújo Santos, teria planejado o crime para impedir o nascimento do bebê. Ainda de acordo com a denúncia, a ré teria contratado Karlo Bruno Pereira Tavares para executar a jovem. Parte da execução contou ainda com o envolvimento de Saulo de Thasso Santos, filho de Mary Jane e então namorado de Roberta. Na época, ele era menor de idade e por isso não foi denunciado, tendo sido representado na Vara da Infância e da Juventude.
O julgamento do caso somente foi concluído em abril deste ano, ou seja, 13 anos depois. O Conselho de Sentença da Comarca de Penedo condenou Mary Jane a um ano e dez meses por ocultação de cadáver e corrupção de menores, pena que deverá ser cumprida em regime aberto. Já Karlo Bruno, que confessou ter matado a vítima, foi sentenciado a 15 anos de reclusão, em regime fechado.
(*) Com informações da Diretoria de Comunicação - Dicom TJAL