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Ifal Penedo compartilha resultados de três projetos no 63º Congresso Brasileiro de Química
Três projetos do Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo foram levados ao 63º Congresso Brasileiro de Química (CBQ), ocorrido entre os dias 5 e 8 de novembro, em Salvador (BA). As iniciativas, desenvolvidas nas áreas de pesquisa, extensão e inovação tecnológica, têm como coordenadora a professora Elisangela Santos, que participou do evento acompanhada de três alunas, sendo duas do curso técnico em Química integrado ao ensino médio e uma da graduação em Química Industrial.
Do curso superior, a estudante foi a Juci Alana Santos Silva, que apresentou os resultados da pesquisa intitulada “Otimização da metodologia de extração de fósforo em sedimentos por meio de bloco digestor”. O estudo teve como foco analisar amostras do Rio São Francisco, no trecho entre Penedo e Piaçabuçu, aplicando a metodologia de superfície de resposta (MSR) e da análise univariada da concentração para aperfeiçoar o processo e garantir resultados mais precisos.
Os testes indicaram que, embora uma das áreas analisadas, na Orla de Piaçabuçu, tenha apresentado maior concentração de fósforo, todos os níveis encontrados estavam dentro dos limites legais. Desenvolvido entre 2023 e 2024 como projeto vinculado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), o trabalho contribui para análises ambientais mais eficazes sobre a qualidade dos sedimentos do rio e reforça a importância da química analítica na gestão dos recursos hídricos.
Os outros dois trabalhos foram compartilhados na seção de Educação do CBQ. Um deles, intitulado “Química é Show: influenciando a vida acadêmica e profissional dos jovens”, teve como responsáveis pela exposição ao público do evento as alunas Sandrielly Salgueiro e Kauany dos Santos, do 3º ano da formação técnica em Química.
O Química é Show é um projeto de extensão existente no Ifal Penedo desde 2016. A iniciativa utiliza experimentos lúdicos para aproximar estudantes do ensino fundamental e médio do universo da ciência Química, conectando teoria e prática de forma dinâmica. O objetivo é despertar o interesse pela área e influenciar escolhas acadêmicas e profissionais, em especial, relacionadas aos cursos de nível médio e superior ofertados pelo campus da cidade ribeirinha.
Sob a coordenação da professora Elisangela desde 2018, a iniciativa foi expandida e, em 2022 e 2023, recebeu apoio financeiro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), conseguindo alcançar escolas de outros municípios, como Piaçabuçu, Igreja Nova, São Sebastião e Arapiraca, além de Penedo. Conforme destacaram as alunas durante o congresso na capital baiana, “a análise dos resultados demonstrou um impacto positivo no interesse de estudantes pelo curso técnico de Química, mostrando que a abordagem dinâmica e envolvente dos assuntos dessa área é essencial para atrair novos discentes”.
Tecnologia para inclusão educacional
O terceiro projeto, o “QuiLibras: aplicativo para auxiliar o ensino de Química”, teve como integrantes da equipe os ex-alunos do curso técnico subsequente, Everson do Nascimento e Ermesson dos Santos. No 63º CBQ, a apresentação dos resultados ficou a cargo da própria docente orientadora.
Com foco em promover a inclusão de estudantes surdos, a iniciativa foi desenvolvida entre 2021 e 2022 como parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti). O aplicativo reúne sinais em Língua Brasileiras de Sinais (Libras) relacionados à Química, facilitando a compreensão de termos técnicos e conceitos da disciplina.
Testado com alunos e intérpretes do Ifal Penedo, o QuiLibras demonstrou ser uma ferramenta eficiente para atender às necessidades educacionais de pessoas com deficiência auditiva, tornando o aprendizado mais acessível e inclusivo. “Atualmente, ele segue sendo utilizado pelo estudante surdo Rick Farley, que concluiu a formação técnica integrada ao ensino médio em 2022 e ingressou na graduação em Química Industrial em 2023”, informou Elisangela.
A professora acrescentou que o QuiLibras já foi registrado como programa de computador no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). “Também em maio deste ano, como docente, recebi o prêmio Educador Transformador do Sebrae, ficando em primeiro lugar na categoria Educação Profissional, no estado de Alagoas”, destacou a professora sobre as conquistas que o desenvolvimento do aplicativo já lhe rendeu.