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Ifal inicia aulas do Programa Aquicultura em Alagoas
Por Acássia Deliê e Lidiane Neves
Mais de 200 cooperativistas e ribeirinhos ligados à atividade pesqueira em Alagoas iniciaram, nesta semana, os cursos técnicos do Programa Aquicultura, voltado para a formação de comunidades ribeirinhas em todo o Brasil. Os cursos são ofertados pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e os estudantes recebem auxílios mensais para transporte e alimentação durante as aulas.
As ofertas contam com financiamento do Ministério da Educação e do Ministério da Pesca e Aquicultura. São três os cursos em andamento: Aquicultor (Penedo e Poço das Trincheiras) e Agente de Desenvolvimento Cooperativista (Marechal Deodoro e Poço das Trincheiras), com duração de três meses, e Operador de Beneficiamento de Pescado (Marechal Deodoro e Penedo), com duração de cinco meses.
Em Poço das Trincheiras, as aulas são ligadas ao Ifal - Campus Santana do Ipanema, funcionando como um polo de aquicultura no sertão alagoano, como afirma o diretor-geral do campus, Thales Pantaleão. "Estamos muito felizes com a oportunidade de qualificar nossas comunidades para melhorar cada vez mais a criação de peixes e aumentar a oferta de alimentos e renda para os sertanejos", disse o diretor.
Para o diretor-geral do Ifal - Campus Marechal Deodoro, Éder Souza, o Programa Aquicultura se soma a outras ações de extensão importantes para a região. "Somos uma região bastante voltada para a atividade da pesca e os novos cursos abrem mais uma vez as portas do nosso instituto para a comunidade, sobretudo às mulheres mães de família", afirmou Éder.
O diretor-geral do Ifal - Campus Penedo, Felipe Thiago Souza, também destacou o número de mulheres que constituem a maioria nas duas turmas e a importância dessa formação para todos os selecionados. “Estamos muito felizes com essa oferta porque são cursos que vão criar possibilidades na vida de vocês, seja a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho ou até mesmo de iniciar o próprio negócio”, disse Felipe, ao reforçar o compromisso da unidade de ensino em dar todo apoio e a assistência necessária para garantir a permanência dos estudantes e a conclusão com êxito.
Formação de mulheres aquicultoras
Entre o público feminino do Programa Aquicultura em Alagoas, estão as irmãs Sandra Eugênia de Lira Alves, de 55 anos, e Cristiane de Lira Barbosa, de 49 anos. Naturais de São Brás, município alagoano também situado às margens do Rio São Francisco, elas cresceram numa família em que a pesca e a agricultura sempre foram sinônimos de subsistência. “Casei, fui morar em Porto Real do Colégio e depois vim pra Penedo, onde estou há 12 anos, ainda tentando me manter no ramo da piscicultura”, contou Sandra.
Atualmente, ambas integram a Colônia de Pescadores Z-12 do Barro Vermelho, onde fazem de tudo um pouco, desde tramar as redes até pescar no Velho Chico. Com o curso de Operadora de Beneficiamento de Pescado, a expectativa das irmãs é aprender técnicas de processamento, conservação e armazenamento, entender melhor as normas de segurança e higiene, desenvolver práticas sustentáveis e qualificar suas habilidades no setor de pescados. “Sempre há coisas novas para aprender, então quanto mais a gente souber, melhor”, disse Sandra.
No caso dela, a participação no curso do Programa Aquicultura vai além de uma simples formação técnica. Representa também a oportunidade de reintegrá-la ao ambiente educacional, retomando a rotina de aulas e convivendo novamente em um espaço de aprendizado. “Consegui terminar meu ensino médio através do EJA [Educação de Jovens e Adultos] e meu sonho é cursar Ciências Biológicas, porque sou apaixonada pela natureza. Pretendo fazer o Enem só no próximo ano, mas já não quero ficar parada”, argumentou.
Cursos iniciados em três municípios
A aula inaugural em cada município contou com a presença da secretária nacional de Aquicultura, Tereza Nelma. Para a secretária, "o Programa Aquicultura tem papel fundamental para a inovação no setor da aquicultura, para que possamos desenvolver técnicas que aumentem a produtividade na criação de pescado. A atuação dos institutos federais nesse percurso será essencial", avaliou Nelma.
Representando o reitor do Ifal, o Pró-reitor de Extensão, Gilberto da Cruz, também participou das cerimônias e ressaltou a importância das ações extensionistas para garantir a sustentação do tripé educacional da Rede Federal, baseada em ensino associado a pesquisa e extensão. "Estamos cada vez mais fortalecendo essa rede de extensão, trazendo as comunidades para dentro dos nossos campi e levando o conhecimento que produzimos para toda a sociedade", disse Gilberto.
Também participaram da aula inaugural no Campus Marechal Deodoro, na quarta-feira (09/10): o diretor de Ensino, Paulo Aparecido; o coordenador de Extensão, Fabiano Duarte; o coordenador de Equipes Sistêmicas do Ifal, Roland Gonçalves; o secretário municipal de Meio Ambiente, Gleriston Oliveira; o superintendente federal de Pesca e Aquicultura em Alagoas, Cauê Castro; o coordenador do Programa Aquicultura em Alagoas, José Madson; o supervisor local do Programa Aquicultura, Fabiano Duarte; e o presidente da Colônia dos Pescadores, Jailson Santos.
Já no Campus Penedo, também participaram da aula inaugural na quinta-feira (10/10): o supervisor do Programa Aquicultura na unidade de ensino, Tiago Lenz; o representante da Secretaria Municipal de Abastecimento e Desenvolvimento Agrícola de Penedo, Jurandir Reis; além da equipe de gestão da Reitoria do Ifal.
Da aula inaugural em Poço das Trincheiras, na sexta-feira (11/10), participaram ainda o diretor-geral do Campus Palmeira dos Índios, Roberto Fernandes; o prefeito José Valdomiro Gomes; o secretário municipal de Governo, Rafael Costa; o secretário municipal de Agricultura, Clênio da Silva, e demais representantes locais.