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Estudantes produzem HQs sobre acontecimentos da história do Brasil
Apresentadas como atividade avaliativa, histórias em quadrinhos estão expostas no corredor da biblioteca.
A avaliação do 4º bimestre da disciplina de História para a turma matutina de 2º ano do curso técnico em Açúcar e Álcool fez os estudantes interagirem em grupo, resultando na produção de histórias em quadrinhos (HQs) relacionadas ao período do Brasil Império. A apresentação dos trabalhos aconteceu na última quarta-feira (29), em sala de aula, mas as HQs criadas foram também expostas no corredor da biblioteca do Ifal Penedo, onde podem ser conferidas pela comunidade do campus.
Conforme explicou a professora da disciplina, Gisele Lima, a atividade avaliativa ficou acordada antes do recesso acadêmico, em dezembro, quando foram definidos e sorteados os temas para cada uma das três equipes formadas: Independência do Brasil e Primeiro Reinado; Regência e Segundo Reinado; e Abolição da Escravatura. “Como são temas muito grandes que envolvem uma série de tópicos, combinamos então que os grupos teriam que fazer um recorte e criar uma história em quadrinhos em cima desse recorte”, explicou a docente, que, por motivo de saúde, acompanhou a apresentação através de vídeo chamada transmitida on-line com a colaboração da professora da área de Açúcar e Álcool, Mayara Feliciano.
Cada equipe teve em torno de cinco minutos para expor as tirinhas produzidas e contar como foi a construção das HQs. “A proposta da apresentação foi saber um pouco dos bastidores do processo de criação, como foi a escolha da temática colocada em evidência, as dificuldades que tiveram, o que de interessante descobriram, enfim, o que aprenderam nesse processo”, disse Gisele Lima, acrescentando que, além do conteúdo das histórias em quadrinhos, a atribuição da nota levará em conta a desenvoltura dos estudantes durante a apresentação, o domínio do tema e a capacidade de superarem as dificuldades que se apresentaram durante o processo de construção, entre outros critérios.
Os trabalhos
O Brasil Império é o nome dado ao período que se estendeu de 1822 a 1889 e encontra-se dividido em três fases: Primeiro Reinado, Período Regencial e Segundo Reinado. O início desse período histórico brasileiro foi marcado pela independência do país em relação a Portugal e o grupo de estudantes que trabalhou esse tema criou uma sequência narrativa utilizando personagens da Turma da Mônica, de Maurício de Souza. De forma despojada e divertida, os alunos destacaram o famoso momento do Grito do Ipiranga e a posterior aclamação de Dom Pedro I como imperador, que deu início ao Primeiro Reinado.
O tema seguinte – Regência e Segundo Reinado – foi abordado pela equipe composta por 14 alunos, que se organizaram em subgrupos para dar conta da arte de narrar histórias por meio de desenhos e textos dispostos em tirinhas. “Dividimos a tarefa em três frentes de trabalho: pesquisa, roteiro e técnica. Esta última foi a que incluiu a parte dos desenhos feitos pela aluna Bárbara Costa”, relatou a estudante Gabrielle Nancy Ferreira.
A metodologia utilizada pela equipe resultou na HQ intitulada “As descobertas de Lisa”, personagem da série de animação norte-americana Os Simpsons. A história criada começa com um diálogo da jovem em casa sobre diferentes formas de governo defendidas por três grupos regenciais (liberais moderados, liberais exaltados e restauradores). Na escola, o período regencial do Brasil é o tema de uma das aulas e vários acontecimentos da época são explicados pelo professor e colegas de Lisa, que descobre que Dom Pedro II começou a reinar aos 14 anos de idade e se pergunta como seria se ela fosse imperadora de um país. “Como na história em quadrinhos falamos sobre leis que não beneficiam a população como um todo, fizemos algumas adaptações colocando em pauta a representatividade da população negra e da mulher. Por isso, diferente da série original, a personagem Lisa e seu pai são negros”, explicou o aluno Igor Andrade.
Por fim, para abordar o tema Abolição da Escravatura, a terceira equipe apresentou uma HQ sobre o preconceito racial nos dias atuais, evidenciando a ideia de superioridade branca que, por três séculos no Brasil, sustentou a prática da escravidão negra. No trabalho, os estudantes destacaram a distância que há entre o fim do período escravagista, oficializado pela Lei Áurea em 1888, e o fim do preconceito racial, que, apesar de passadas 13 décadas, ainda não aconteceu de fato no país.