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Docentes do Ifal participam de capacitação nacional na área de energias renováveis
Por Emerson Lima (estagiário de Jornalismo)*
Um grupo formado por três docentes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) participou de uma capacitação de âmbito nacional visando à oferta de cursos de qualificação na área de biogás. A formação foi concluída nesta semana com uma visita técnica a Santa Catarina, onde Elias Galina (Campus Batalha), Taciana Chaves (Campus Penedo) e Willyan Costa (Campus Piranhas) puderam conhecer uma planta de biogás com biodigestores e acompanhar o processo de aproveitamento energético.
A iniciativa integra o Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética nas Instituições Federais de Educação (Energife), do Ministério da Educação (MEC), que tem como objetivo promover o desenvolvimento de competências, infraestrutura e a oferta de cursos nessas áreas, além de incentivar a pesquisa e a inovação em instituições da Rede Federal.
A capacitação faz parte da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, no âmbito do projeto “Profissionais do Futuro: competências para a economia verde”, e teve como organizadora a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ). Em parceria com o Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha, a empresa atua em diversos países oferecendo assistência técnica, consultoria, treinamentos e apoio à implementação de políticas públicas.
O curso foi iniciado em 14 de outubro, totalizando 30 horas. Os docentes tiveram 10 encontros de forma remota, que aconteceram até o dia 13 de novembro. As aulas abordaram aspectos essenciais da operação de biodigestores.
A visita técnica em Santa Catarina ocorreu na última terça-feira (25). O roteiro dessa etapa presencial começou pelo município de Faxinal do Guedes, onde o grupo conheceu uma planta de biogás equipada com biodigestor de suinocultura. Em seguida, os docentes visitaram a Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia, para acompanhar pesquisas e tecnologias voltadas ao uso de resíduos agropecuários na geração de energia.
Para a professora Taciana Chaves, que leciona no curso técnico em Química e na graduação em Química Industrial do Ifal Penedo, participar da capacitação foi uma experiência muito enriquecedora. “Conhecemos professores de vários institutos federais e trocamos muitos conhecimentos a cerca da operação de biodigestores”. Segundo a docente, além de preparar profissionais para o mercado de energias renováveis, a ação permite melhorar o desempenho energético nos campi da instituição.
Já o professor do curso técnico em Biotecnologia do Ifal Batalha, Elias Galina, ressalta a importância do Programa Energife na formação tecnológica necessária à transição energética para matrizes renováveis. Para ele, isso garante condições de vida sustentáveis, especialmente para populações mais vulneráveis. “A equipe retorna capacitada e motivada para aplicar e difundir esse conhecimento nos cursos que serão ofertados”, completa.
Preparando o futuro renovável
O Ifal pretende implantar cursos de curta duração, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), na área de produção de biogás, e a capacitação de alguns docentes visa estruturar a instituição nesse sentido. A iniciativa conecta o instituto com as ações de combate às mudanças climáticas, através do uso de energias renováveis.
“O primeiro passo está sendo essa formação dos professores que atuarão como instrutores em cursos na área de operação de biodigestores destinados à comunidade”, pontua Taciana, cujo doutorado em Engenharia Química é na área de digestão anaeróbia, mas voltado para a produção de hidrogênio. “É o mesmo processo só que visando produto diferente”, explica.
Como etapa seguinte, a Pró-reitoria de Extensão (Proex), que gerencia o Pronatec e o Energife no âmbito do Ifal, deverá lançar os editais com a oferta de vagas nas unidades de ensino. No entanto, ainda não há uma data definida para esse lançamento.
Segundo Elias, as iniciativas a serem implementadas nos campi Penedo, Piranhas e Batalha (em Girau do Ponciano) visam qualificar profissionais capazes de operar biodigestores em instalações que vão de grandes agroindústrias a sistemas residenciais.
O docente destaca que esses equipamentos promovem a degradação biológica de dejetos e efluentes, gerando biogás rico em metano, que pode substituir o gás de cozinha, a lenha ou ser utilizado na geração de energia elétrica no setor agroindustrial — um segmento em franca expansão em Alagoas.
“Os futuros estudantes terão contato tanto com a formação cidadã voltada à sustentabilidade quanto com competências técnicas sólidas para operar biodigestores industriais, dimensionar sistemas em pequena escala e participar de iniciativas inovadoras do setor energético. Isso amplia as possibilidades de empregabilidade e de empreendedorismo local”, concluiu Elias.
(*) Sob a supervisão de Lidiane Neves