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Docente do Ifal Penedo tem artigo publicado em revista científica de alto nível acadêmico
Por Emerson Lima (estagiário de Jornalismo)*
O professor de História do Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo, Juliano Mota Campos, teve um artigo publicado na edição atual da Revista História Oral, disponível on-line desde o dia 19 de dezembro. O periódico da Associação Brasileira de História Oral (ABHO) possui Qualis A3, uma das mais altas classificações conferidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação responsável por avaliar a produção acadêmica no Brasil.
Doutorando em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e membro do Núcleo de Estudos de Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do Ifal Penedo, Juliano explica que o artigo é um recorte da sua tese de doutorado em andamento, sob a orientação da professora da UFRPE, Juliana Alves de Andrade, que também assina o texto publicado.
A pesquisa discute como os estudantes, desde os anos iniciais do ensino fundamental até o ensino médio, aprendem história por meio do patrimônio. Trata-se de um estudo realizado a partir do projeto de educação patrimonial chamado “Feira que Te Quero Ver”, desenvolvido em 2017, nos distritos de Tiquaruçu e Matinha (Quilombo), em Feira de Santana (BA), cidade onde o docente residia antes de tomar posse no Ifal, há um ano.
Intitulado “Ensino de História, História Oral e patrimônio cultural: a produção de outras narrativas sobre Feira de Santana (BA)”, o artigo discute o uso da oralidade e da produção audiovisual como metodologias de ensino. Além da educação patrimonial, a pesquisa aborda questões sobre ancestralidade, reconhecimento e pertencimento, temas que se alinham à pauta implementada pelo Neabi, no que tange à educação antirracista e à valorização da cultura afro-brasileira.
Conforme explicou Juliano, o estudo contempla uma localidade denominada território educativo, espaço que tem uma relação direta e profunda com um dos pontos de estudo do Neabi, o território quilombola. Ele contou que os estudantes trouxeram para o texto esse diálogo da aprendizagem do patrimônio que a comunidade oferece, entendendo qual o seu papel como sujeitos, diante de tantas diferenças, seja por discriminação, preconceito racial ou violências, e como é possível lidar com isso a partir da história, do sentimento de pertença dessa identidade étnica.
“O papel dos professores, enquanto construtores de conhecimento, é promover a aproximação desses estudantes para que eles possam compreender esses territórios e, enquanto sujeitos transformadores, compreendam as múltiplas identidades construídas e busquem combater essa estrutura racista que afeta a nossa sociedade”, enfatizou o docente.
Sobre a Revista História Oral
Criada em junho de 1998, a revista é a primeira publicação brasileira inteiramente dedicada à divulgação de trabalhos nacionais e internacionais sobre a oralidade, desempenhando assim importante papel na formação de pesquisadores e circulação de conhecimento. Em agosto de 2009, passou a contar também com uma edição eletrônica e, desde 2010, circula exclusivamente em formato digital. A partir de 2023, passou a ter periodicidade quadrimestral.
A classificação Qualis A3 indica que é um periódico posicionado nos estratos superiores da avaliação da Capes/MEC. Trata-se, portanto, de uma revista de alto nível científico com relevância nacional ou internacional na sua área e que atende a critérios rigorosos de qualidade editorial, avaliação por pares e regularidade. Ter trabalhos publicados em periódicos de excelência reconhecida contribui para o prestígio do pesquisador, fortalece a avaliação dos programas de pós-graduação e pode facilitar o acesso a editais e financiamentos para pesquisa.
(*) Sob a orientação de Lidiane Neves