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Dezembro Vermelho é lembrado no Ifal Penedo com atividades voltadas para corpo discente

Pessoas que trabalham no campus também tiveram acesso à realização de testes rápidos para detecção do vírus HIV e outras IST
por Lidiane Neves publicado: 19/12/2022 17h43, última modificação: 19/12/2022 18h14

Na última quinta, 15, e sexta-feira, 16, a prevenção e o tratamento ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) foram tema de atividades voltadas para o corpo discente do Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo. Coordenadas pela equipe de enfermagem da Assistência Estudantil, as ações ocorreram em alusão ao Dezembro Vermelho, mês dedicado à luta contra essas doenças.

A programação foi pensada para levar, de maneira lúdica, informação e conscientização aos estudantes dos cursos presenciais de nível médio e superior. Para alcançar todos os públicos, as atividades aconteceram nos três turnos, durante os intervalos das aulas. Na área de convivência, as servidoras Ana Raquel Carneiro, Kelli Santos e Maíra Gomes conduziram algumas dinâmicas com o objetivo de envolver os alunos na temática.

 Para se chegar à seriedade com a qual a transmissão das IST deve ser tratada, por exemplo, os discentes participaram da simulação de um baile, onde se relacionavam de forma desprotegida. Ao som da banda Artifal Penedo, cada um recebeu uma plaquinha com diagnóstico de HIV, sífilis ou de nenhuma infecção e, sem saber a informação contida nela, trocou com quem se relacionou. “Foi uma dinâmica para mostrar a invisibilidade das doenças e a necessidade de sempre se proteger”, destacou a técnica em enfermagem Maíra Gomes.

Embora a dinâmica tenha simulado uma festa para mostrar que a prática de sexo sem proteção possibilita a contaminação, a equipe enfatizou que o risco não é restrito a essas situações. “Pessoas que têm relacionamentos fixos, de muitos anos, também precisam se proteger. Isso não tem a ver com desconfiança. É autocuidado. Muitas vezes, a pessoa não sabe que tem aquela doença e, sem tratamento, acaba contaminando sua parceira ou seu parceiro”, pontuou a enfermeira Ana Raquel.

 Sobre a forma mais eficaz de prevenção contra as IST, o preservativo, a dinâmica realizada com estudantes teve como foco desmistificar a ideia de que seu uso interfere na sensibilidade. Com uma venda nos olhos e uma camisinha revestindo uma das mãos, os voluntários foram colocados em contato com substâncias de diferentes texturas e temperaturas, provando que a falta de contato da pele não significa ausência de sensibilidade. “É realmente um mito e é importante sempre usar camisinha em qualquer relação”, reforçou um dos alunos voluntários, Darlisson Ferreira Santos, de 20 anos, que cursa a formação técnica em Química subsequente ao ensino médio.

Diagnóstico e tratamento

As atividades aconteceram em parceria com a Secretaria de Saúde de Penedo, que viabilizou a realização de testes rápidos para detecção do vírus HIV, sífilis e hepatites B e C. Nos dois dias de programação do Dezembro Vermelho, 60 pessoas que estudam ou trabalham no Ifal Penedo puderam fazer o exame no próprio campus.

 “Algumas pessoas têm medo de fazer o teste, mas é importante ressaltar que todas as IST têm cura, exceto o HIV/Aids. No caso deste, a gente hoje tem uma medicina muito mais evoluída e, quanto mais cedo o diagnóstico de contaminação pelo vírus acontece, mais cedo a pessoa vai ter acesso ao tratamento adequado, permitindo que ela viva sem desenvolver a doença e, inclusive, reduza sua carga viral para indetectável”, destacou Ana Raquel.

A equipe municipal de Saúde participou ainda de um dos momentos de diálogo com os alunos para esclarecer dúvidas sobre o tema. Na ocasião, a professora Eliza Vianna também colaborou com informações sobre a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). Ela explicou que se trata de um novo método de prevenção à infecção pelo HIV disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2018.

 A medida deve ser combinada com outras estratégias de prevenção, como a camisinha, pois não protege de outras IST. A PrEP consiste na tomada diária de um comprimido que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV, ou seja, o indivíduo se prepara antes de ter uma relação sexual de risco para o vírus. O método é indicado para as pessoas que tenham maior risco de entrar em contato com o HIV.

Até 2017, somente existia no SUS a Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP), que consiste em uma medida de prevenção de urgência para ser utilizada até 72 horas após a exposição ao risco de infecção pelo HIV. As situações em que ela deve ser adotada inclui violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento) e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico). Diferente da PrEP, há também PEP específica para o vírus da hepatite B e outras infecções sexualmente transmissíveis.

Com informações do site do Ministério da Saúde