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‘Drogas, Dependências e Recuperação’ é tema de palestra para estudantes do Ifal Penedo

Evento aconteceu nesta quarta-feira (19), tendo como palestrante psicólogo de comunidade terapêutica.

publicado: 20/09/2018 07h41, última modificação: 20/09/2018 07h41

Estudantes do Campus Penedo assistiram, nesta quarta-feira (19), a uma palestra com o tema “Drogas, Dependências e Recuperação”. A convite da equipe pedagógica do Ifal, o assunto foi abordado pelo psicólogo e professor, Vinícius Galvão, que presta serviço na Casa do Bom Samaritano, comunidade terapêutica localizada em Penedo, destinada a acolher e ressocializar dependentes químicos.

“Drogas sempre existiram na história humanidade. Não é, portanto, algo novo. O ser humano sempre procurou algo para transcender a mente, e o que diferencia o lícito ou ilícito é uma questão de cada país”, disse Galvão, ao iniciar a palestra.

O psicólogo diferenciou os tipos de usuários, classificando-os como usuário recreativo, quando o uso é eventual; usuário problema, quando há abuso; e dependente químico, quando o abuso se torna uma doença. “O problema é que se começa fazendo uso recreativo, pode ocorrer o abuso e a linha entre o usuário problema e o dependente químico é muito tênue”, enfatizou, informando que, na comunidade terapêutica onde atua, a maioria das pessoas estão lá por problemas com crack e álcool.

 Segundo ele, quem trabalha com tratamento afirma que não existe ex-dependente químico. “O que existe é dependente químico em recuperação. Por isso, cada dia é uma luta gigante para essas pessoas”, esclareceu Galvão, destacando que, entre as drogas, a de maior dificuldade de ressocialização é o álcool, uma vez que é lícita e as pessoas que cercam o dependente nem sempre entendem o problema e se sensibilizam com a situação do outro, no sentido de evitar certas situações como, por exemplo, o consumo de álcool nas festas em família.

Depois de falar sobre os principais tipos de drogas estimulantes, depressivas e alucinógenas, o psicólogo explicou a dependência sob o aspecto biológico, ou seja, o que acontece com o organismo da pessoa que faz com que ela não tenha controle sobre o uso de entorpecentes. “É a chamada homeostase. A pessoa passa a usar a droga não mais para sentir prazer, mas para diminuir o desprazer”, disse referindo-se, principalmente, ao crack, à cocaína e ao álcool.

Ao final, os estudantes tiveram espaço para fazer perguntas e o encerramento aconteceu com o depoimento de Egno Correia, dependente em recuperação. Hoje com 52 anos de idade, ele enfrentou problemas com o álcool por cerca de 30 anos e há cinco vive em sobriedade. “Costumo dizer que a dependência química é como se fosse uma doença crônica, tipo a diabetes. Ela vai te acompanhar pelo resto da vida, sendo preciso estar em constante tratamento. É uma luta, uma luta para conseguir dizer ‘só por hoje’ diariamente”, concluiu Egno, que é colaborador de um projeto de prevenção a recaídas, na Casa do Bom Samaritano.