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Comunidade do Ifal se une para atender estudante surda em Marechal Deodoro

Evento marcou um ano da chegada da aluna e de ações para superar falta de intérpretes de Libras

por Acássia Deliê publicado: 25/05/2018 20h26, última modificação: 26/05/2018 16h39
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Servidores e alunos reunidos no pátio da escola

Em 2017, a chegada da primeira estudante surda mobilizou a comunidade do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) em Marechal Deodoro. A novidade veio em forma de desafio para alunos e servidores da instituição, já que, para a maioria, seria a primeira experiência com educação de pessoa surda. Desde então, diversos setores da escola trabalham integrados para garantir a inclusão da jovem Laryssa Conceição nos mais diferentes espaços, dentro e fora da sala de aula.

Laryssa se comunica por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras), como a maioria das pessoas surdas. Uma das ações do Campus Marechal Deodoro tem permitido à aluna desenvolver o aprendizado da Língua Portuguesa e de outras disciplinas por meio das monitorias. Como a escola ainda não conta com intérpretes de Libras, os conteúdos convencionais são traduzidos com o apoio de alunos fluentes ou com conhecimentos na língua de sinais.

O projeto é realizado pela Coordenação Pedagógica da escola. "É uma iniciativa pioneira no Ifal. O programa de monitoria já é, comprovadamente, um poderoso instrumento para melhorar o desempenho dos alunos ouvintes e a Laryssa não poderia ficar de fora. Então reunimos estudantes monitores e alguns professores para oferecer os conteúdos em Libras, garantindo à aluna acesso ao programa", explica a pedagoga Vanda Cardoso.

Além do atendimento direto à estudante, a escola também tem buscado difundir a aprendizagem da Libras na comunidade, estimulando a comunicação com pessoas surdas. O projeto "Escola em Libras", desenvolvido pelor setor de Comunicação do Campus Marechal Deodoro, em parceria com o DAA (Departamento de Apoio Acadêmico), já abriu duas turmas para o curso de extensão de introdução à língua de sinais, além de lançar videoclipes de músicas alagoanas interpretados em Libras. A terceira turma será aberta no segundo semestre de 2018.

Dentro da sala de aula

Mas dentro da sala de aula, a falta de intérpretes de Libras ainda é uma barreira para a estudante. Na manhã desta sexta-feira (25), um evento realizado por alunos e servidores marcou um ano da chegada da Laryssa à escola e lembrou que a questão ainda não foi solucionada. "Sem intérpretes, professores não têm condições de desenvolver o ensino com o aluno surdo, nem há condições da aluna ser avaliada. É uma situação insustentável", afirmou o professor de Física Éderson Matsumoto.

A mãe da estudante participou e pediu celeridade na contratação. "É um direito que precisa ser garantido à minha filha, de ter o acompanhamento adequado dentro da sala de aula", disse Edna Conceição.

Neste caso, o processo de contratação é realizado pela Reitoria do Ifal. A Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP) informou que a autorização necessária para a contratação foi liberada pelo Ministério do Planejamento (MPDG) no início deste mês de maio (4/5) e que o processo já está em andamento. A perspectiva é que a escola já conte com novos intérpretes de Libras em julho de 2018, quando o segundo aluno surdo começará a estudar no Campus Marechal Deodoro

Também participaram do evento integrantes da direção do Campus, do Grêmio Estudantil Nelson da Rabeca, do Sintietfal (Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional de Alagoas) e do Napne MD (Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Específicas).