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Professora do Campus Marechal é premiada por pesquisa sobre cheias na Bacia do Mundaú

SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO NORDESTE

Estudo oferece subsídios técnicos para prever enchentes e mitigar impactos ambientais
por Valéria Toledo publicado: 17/12/2024 15h49, última modificação: 17/12/2024 16h49
Professora apresentou pesquisa em João Pessoa-PB. Foto: Divulgação

Professora apresentou pesquisa em João Pessoa-PB. Foto: Divulgação

*Estagiária sob supervisão da jornalista Acássia Deliê

A bacia hidrográfica do Rio Mundaú está localizada entre os estados de Alagoas e Pernambuco e apresenta inundações trágicas ao longo da história. Uma pesquisa apresentada pela professora Vera Núbia de Farias, do Instituto Federal de Alagoas - Campus Marechal Deodoro, aborda a vulnerabilidade da bacia e oferece subsídios técnicos para a prevenção de enchentes e a mitigação dos impactos na região.

O estudo foi desenvolvido coletivamente, com oito autores, durante o doutorado da docente no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e premiado como o melhor trabalho no XVII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste, no final do mês de novembro, em João Pessoa-PB. No Ifal - Campus Marechal Deodoro, Vera Núbia leciona no curso técnico integrado em Meio Ambiente e também no curso superior em Gestão Ambiental. 

A pesquisa utiliza dados de precipitação estimados por radar meteorológico para modelar eventos de cheias repentinas na Bacia Hidrográfica do Rio Mundaú. Segundo a pesquisadora Vera Núbia, a reconstrução da distribuição espacial da chuva a partir de instrumentos convencionais, como os pluviômetros, apresenta incertezas nos modelos hidrológicos, principalmente devido à baixa densidade de estações meteorológicas na região. Para superar essas limitações, foram utilizadas estimativas de chuva obtidas por meio de varreduras a cada 10 minutos pelo radar meteorológico, operado pelo Sistema de Radar Meteorológico de Alagoas (Sirmal) em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Os resultados da modelagem hidrológica foram comparados com as vazões registradas pelos postos de monitoramento da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), apresentando desempenho excelente, com todas as métricas indicando alta precisão e confiabilidade.

“Acredito que integrar cada vez mais a ciência à gestão pública é o caminho para mitigar impactos ambientais. Com este trabalho, além do desenvolvimento científico, espero contribuir para a formação de parcerias que viabilizem soluções práticas e inovadoras, especialmente no aprimoramento dos sistemas de alerta de cheias e inundações, garantindo mais segurança para as populações vulneráveis e uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos em Alagoas e Pernambuco”, destacou a pesquisadora.

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