Pesquisas do Ifal sobre Educação de Jovens e Adultos são destaque em encontro nacional em Goiás

Parar de estudar para poder trabalhar é uma triste realidade para milhões de brasileiros. Para se ter ideia, 51% da população brasileira com 25 anos ou mais possuíam apenas o ensino fundamental completo em 2016, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE). Reverter esse quadro é a grande missão da Educação de Jovens e Adultos (EJA) integrada à formação profissional no Brasil. E há 11 anos, as unidades da Rede Federal de Educação Profissional, Cientîfica e Tecnológica, como o Ifal, fazem parte dessa história.

Para marcar a data e fortalecer a integração da EJA à formação profissional, pesquisadores, servidores e estudantes de todo o país estão reunidos em Goiás, em um grande encontro nacional da Rede Federal, de 21 a 23 de maio. O Ifal (Instituto Federal de Alagoas) tem forte presença no evento, com a participação de uma equipe de pesquisadores dos campi Maceió e Marechal Deodoro em três mesas-redondas na programação.

A primeira mesa será nesta terça-feira (22) e inclui o tema "A formação crítica e identitária do curso técnico em artesanato no Campus Maceió". As outras duas serão na quarta-feira (23) e incluirão o tema "Ensino Médio integrado à Educação Profissional Técnica de Jovens e Adultos: fatores que levam à permanência do aluno no Ifal", apresentado por pesquisadores do Campus Marechal Deodoro.

"Temos em Marechal Deodoro dois cursos técnicos integrados na modalidade EJA, Cozinha e Hospedagem, com taxa de permanência que é exemplo para outros institutos. Estamos trazendo a Goiás essa experiência, para compartilhar os fatores de êxito, como a realização de visitas técnicas, aulas práticas e a participação dos alunos em projetos de pesquisa e extensão. Assim, eles criam identidade com o Campus e com o curso, mostrando que são capazes de desenvolver outras ações além da sala de aula, superando o cansaço do trabalho diário e concluindo sua formação", explica a professora Socorro Santos, doutora em Ciências Humanas com tese sobre o Proeja e uma das autoras da pesquisa apresentada em Goiás.

Junto com ela, também assinam a pesquisa as professoras Fátima Amorim, Lídia Fabiana e Tâmisa Vicente; os professores Anderson Campos e Romero Fortunato; e a pedagoga Vanda Cardoso.

Uma equipe que acredita no poder da educação integrada, como afirma Socorro. "Defendemos mais vagas na Rede Federal, para que pessoas que tiveram de parar de estudar para trabalhar possam concluir o Ensino Médio e Técnico com qualidade. Estamos aqui em Goiás com cerca de 300 pesquisadores do Brasil inteiro dispostos a defender a mesma causa. Essa integração da EJA ao ensino profissional precisa se consolidar como política de estado no país, não pode retroceder".

Educação de Jovens e Adultos

O 1º Encontro Nacional da Educação de Jovens e Adultos é realizado no Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Goiânia, nos dias 21, 22 e 23 de maio de 2018. Além de analisar os 11 anos do Proeja no Brasil, o encontro pretende produzir documentos e propor, por meio do coletivo, um pacto institucional para fortalecer a Educação de Jovens e Adultos (EJA) nos institutos federais, considerando o compromisso da Educação Profissional relacionado aos jovens e adultos brasileiros excluídos do processo formal de educação.

A EJA possibilita que jovens e adultos que não puderam frequentar a escola na idade regular tenham a oportunidade de concluir a escolaridade básica. Nos Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, essa modalidade educacional é oferecida integrando o Ensino Médio a uma capacitação profissional a pessoas com mais de 18 anos.