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Estudante do Campus Marechal lança Rap da Emancipação para marcar 200 anos de Alagoas

Trabalho foi produzido pelo setor de Comunicação e está disponível na internet

por Acássia Deliê publicado: 12/09/2017 12h36, última modificação: 15/09/2017 18h50
Exibir carrossel de imagens Professor Bruno e Roberto durante a gravação da música

Professor Bruno e Roberto durante a gravação da música

Na semana do bicentenário da Emancipação Política do estado, o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) usou a música para debater história e cultura no Campus Marechal Deodoro. A convite da instituição, o estudante Roberto Miguel, do curso técnico em Meio Ambiente, produziu um rap para marcar a data. O clipe musical “Rap da Emancipação” foi lançado nesta terça-feira (12) na escola e nas redes sociais. 

Roberto Miguel, também conhecido como MVR Pitoko, tem 18 anos, é de São Miguel dos Campos e foi uma das revelações do Festival Maracutaia 2017, promovido por professores do Campus para incentivar produções artísticas e culturais entre estudantes. O rap surgiu na vida do garoto como uma forma de expressão que ajudou a superar a timidez. 

“Eu já costumava ouvir grupos nacionais quando ganhei o CD de um produtor alagoano de Rap em um evento na minha cidade. Era o PH. Foi a música dele que me incentivou a escrever, fazer minhas rimas. Foi ele também que me ajudou a gravar minhas primeiras músicas”, conta Roberto. “Sempre fui muito tímido e no rap eu consigo expressar as minhas desilusões e falar sobre temas importantes como a questão racial. Minha pele é branca, mas sou descendente de negros e índios, povos que foram muito reprimidos ao longo da nossa história”. 

No Rap da Emancipação, além da questão racial, o estudante também aborda temas como política, desigualdades sociais, belezas naturais e ícones da cultura alagoana. “A história de Alagoas tem pontos positivos e negativos e acho que temos que falar sobre todos eles, porque acredito que a partir dos erros do passado é possível acertar no presente e no futuro”, diz o estudante. 

Rap como didática 

O projeto foi uma iniciativa do setor de Comunicação do Campus Marechal Deodoro, com apoio da Diretoria de Ensino e parceria com o professor Bruno Ribeiro, que leciona as disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura, além de ser um dos escritores contemporâneos de Alagoas. Em sala de aula, Bruno costuma utilizar o rap como didática. 

Sempre procuro utilizar músicas em minhas aulas, dos mais variados gêneros. Mais recentemente, utilizei os raps ‘Ainda há tempo’, de Criolo; e ‘Bonecas pretas’, de Larissa Luz. Nas aulas de literatura, já utilizei, por exemplo, o rap ‘Tupi fusão’, de Vitor Pirralho, para discutir questões referentes aos movimentos da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia, ambos do início do século XX. Mas o debate também passa por diversas situações que envolvam toda a miscigenação histórica e cultural brasileira. Um prato cheio para professores e professoras de outras áreas, não só de português e literatura”, avalia o professor. 

No projeto sobre os 200 anos de Alagoas, Bruno orientou Roberto na revisão da letra escrita pelo estudante, aperfeiçoando o trabalho. Para o professor, foi um momento de interação enriquecedor para ambos. “Entendo que todos nós que trabalhamos com educação precisamos desenvolver outros meios de interação com nossos jovens”, diz Bruno, ao contar o que sentiu quando leu a letra pela primeira vez: “Gostei logo de cara. A letra me seduziu desde o início. Depois a música e o vídeo. Roberto foi meu aluno e sempre participou bem das minhas aulas, ainda que discretamente, devido à timidez. Ele encontrou no rap um meio de se expressar muito verdadeiro e bonito".

"A letra do ‘Rap da Emancipação’ é bastante verdadeira, honesta. Assim como é comum no gênero, Roberto também aproveitou a chance para tecer importantes críticas ao nosso estado, a como se deu de fato esse processo de emancipação. Mas não deixando de ressaltar aspectos positivos, como a diversidade cultural e as belezas naturais. Enfim, o ‘Rap da Emancipação’ é também um convite à nossa emancipação artística e a certeza de que nossa juventude tem muito o que nos dizer. É a voz e a vez dela. Ouvidos atentos!”, fala o professor.

O clipe musical foi produzido pelo Campus Marechal Deodoro, com apoio do Estúdio QG Dus Mano e do Piracema Studio. Clique e confira: