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Campus Marechal Deodoro debate inclusão educacional de estudantes surdos
Ação foi promovida pelo Napne, dentro da 1ª Semana de Integração
Ítalo Barbosa é surdo e sempre enfrentou dificuldades para estudar. A falta de intérpretes da Libras (Língua Brasileira de Sinais) nas escolas e universidades foi o problema mais comum, junto com o despreparo da comunidade escolar para lidar com pessoas surdas. Mesmo assim, conseguiu concluir a graduação em Pedagogia, especializou-se em Libras e hoje é professor da língua na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), onde se dedica a transformar a dura realidade que sempre enfrentou.
Na quarta-feira (22), Ítalo participou da 1ª Semana de Integração do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), no Campus Marechal Deodoro, narrou sua trajetória e ajudou professores do instituto a pensarem em novas formas de se relacionarem com estudantes surdos.
“Cada surdo é um surdo. Alguns terão mais facilidade de entendimento, principalmente se a educação básica foi satisfatória, outros terão mais dificuldades. Mas é assim com qualquer outro estudante. O importante é que os professores se empenhem em práticas pedagógicas adequadas para surdos”, explicou Ítalo, na palestra “Acessibilidade e inclusão do aluno surdo”.
A palestra foi organizada pelo Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) do Campus Marechal Deodoro, formado por profissionais de diversas áreas e dedicado a assistir estudantes que precisam de acompanhamento especializado. Como a escola possui hoje dois estudantes surdos no curso técnico em Meio Ambiente, o Napne realiza uma série de ações para a inclusão educacional deles.
No caso da palestra, a equipe buscou parceria com o Napne do Campus Maceió, que enviou seu coordenador, o professor Max Fontes. Em sua apresentação, Max mostrou os avanços no campus Maceió depois que a escola passou a realizar reuniões com os professores dos estudantes surdos, facilitando o acesso desses estudantes aos conteúdos das disciplinas.
Para o coordenador do Napne no Campus Marechal Deodoro, o técnico em Assuntos Educacionais Tomás Gustavo, foi um momento fundamental para esclarecer dúvidas e incentivar novas abordagens. “O Napne entendeu que seria uma excelente oportunidade de trazer dois profissionais com experiência, especializados em Libras, para contribuir com a inclusão educacional dos nossos alunos surdos. Essa inclusão vai além da presença de intérpretes de Libras na escola. Precisamos de diálogos, articulação, trabalho conjunto e alternativas para que a escola tenha maiores e melhores espaços de integração”, avaliou Tomás.