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Discursos emocionados marcaram homenagem ao professor Jefferson
Familiares, amigos, ex-alunos se reuniram, no Campus Maragogi, para recordarem momentos inesquecíveis vividos com "Jefinho"
Recordações de conversas importantes na escola, lições de superação em meio às dificuldades da prova de Química e discursos bastante emotivos marcaram a homenagem de alunos, egressos, servidores e familiares ao saudoso professor Jefferson Cunha, na quarta-feira (18), no auditório do Campus Maragogi. Ele atuou no Instituto Federal de Alagoas como professor de Química e faleceu em agosto deste ano após uma luta contra o câncer.
Para o professor de Português, Cleidson Jambo, um fato marcante entre ele e "Jefinho", como era conhecido dentro do Campus, foi num dia em que ambos estavam sentados em cadeiras do refeitório. Ele relembrou que dois alunos, chamados Wagner e Carlos, chegaram à mesa para conversarem com os professores, no entanto, só papearam com Jambo, ignorando Jefferson.
“Um deles estava com a camisa de jogos do Ifal e disse, se gabando e em tom de ironia, olhando para Jefferson, que não tinha se atrasado para a aula de Química naquele dia. Jefferson o olhou seriamente e respondeu em tom ácido que, com base no estatuto do Ifal, a camisa oficial para ingresso na escola é a farda do Instituto. Disse ao aluno que só entraria na sala com a autorização da Assistência Estudantil ou vestindo a farda oficial. O aluno ficou nervoso, procurou a Assistência e entrou na turma”, relatou o professor de Português, Cleidson Jambo.
Sabrina Simplício da Silva, 25 anos, foi aluna de Jefferson quando fez o curso técnico em Hospedagem, no Campus Maragogi, de 2015 a 2019. Ela cursa atualmente Geografia na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). “Ele foi o professor que mais trouxe significado para minha vida. Eu não acreditava em mim, mas ele estava sempre me empurrando para que eu acreditasse", contou.
Para Ellen Vitória Verçosa Falcão, que concluiu o curso de Hospedagem em 2017, Jefferson Cunha era sinônimo de família. “Foi um pai que me acompanhou, me incentivou a fazer o Enem, a escolher o curso e me ajudou a conseguir bolsa lá dentro, me incentivando a participar de extensão e Pibic. Ele é um apoio que saiu dos muros do Ifal”, destacou. Hoje, ela cursa Enfermagem, na UFAL.
Um dos momentos mais aguardados da solenidade foi quando a esposa Leila Monteiro abriu seu acervo de memórias envolvendo Jefferson, os alunos e os colegas dele de trabalho. Chamava sempre a atenção dela a quantidade de zeros recebidos pelos estudantes quando seu marido corrigia as provas dos alunos, em casa. “Eu perguntava a ele: será que ninguém aprende Química com você? Ele era exigente e tinha dentro de si a missão do professor, a qual é transformar vidas”, descreveu.
No fim da solenidade, a diretora-geral do Campus, Sandra Ferraz, convidou Leila Monteiro junto com seu filho Rafael Monteiro Cunha dos Santos, para acompanharem a exibição da placa em homenagem a Jefferson Cunha dos Santos no Laboratório de Bioquímica do Campus.