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Pesquisa vinculada ao Laboratório de Engenharia e Análise de Dados do Ifal Arapiraca é destaque em evento nos EUA
Na última quarta-feira (27), os holofotes do Workshop Anual de Reconhecimento de Padrões de Imagens Aplicados (IEEE Applied Imagery Pattern Recognition - AIPR 2023) - evento realizado na cidade de Saint Louis, em Missouri, nos Estados Unidos, se voltaram para a apresentação de uma pesquisa fruto da parceria do Laboratório de Engenharia e Análise de Dados - LEAD do Instituto Federal de Alagoas - Campus Arapiraca com o Laboratório de Sensoriamento Remoto e o Instituto Geoespacial Taylor, ambos ligados à Universidade de Saint Louis, situada na mesma cidade do evento.
O trabalho apresentado trata da utilização de técnicas de inteligência artificial aplicadas na área de ciência de dados geoespaciais e foi desenvolvido pelo docente do Ifal Arapiraca Felipe Alencar, que integra o LEAD e está afastado das atividades no campus, desde o mês de abril deste ano, para cursar o pós-doutorado em Ciência de Dados Geoespaciais na Universidade de Saint Louis.
"Esse artigo, intitulado 'A multifaceted benchmarking of GAN architectures on generating synthetic satellite imagery', é parte da minha pesquisa do pós-doutorado e coloca o nome do Ifal em evidência numa área que será cada vez mais importante na sociedade: sensoriamento remoto, monitoramento de queimadas, aquecimento global, identificação de icebergs, etc", esclareceu o pesquisador.
Focado em investigar o uso da inteligência artificial na resolução de problemas ambientais, Felipe conta que se deparou com o problema da escassez de imagens de satélites para ajudar a identificar queimadas, doenças em plantios, icebergs e efeitos de mudanças climáticas. No entanto, inteligências artificiais generativas, que são uma tecnologia com capacidade de aprender padrões complexos de comportamento a partir de uma base de dados, têm sido utilizadas para amenizar esse problema, gerando imagens sintéticas.
A prioridade do estudo realizado foi analisar a qualidade das imagens de satélite geradas sinteticamente, com técnicas capazes de baratear e melhorar a precisão da identificação de objetos presentes nelas. "O que o artigo traz é uma técnica nova para avaliar a qualidade dessas imagens. Ou seja, o quão próximas de imagens reais essas imagens sintéticas geradas estão. Isso pode melhorar a detecção de focos de queimadas, por exemplo, feitas no monitoramento via satélite, pois existem algoritmos que analisam imagens e realizam essa identificação", detalhou Felipe.
Segundo ele, a região onde mora atualmente nos Estados Unidos vem recebendo investimentos significativos na área geoespacial, fato que aumenta a importância da exposição da pesquisa no Workshop. "Não só por apresentar esse resultado como um método que vai ser utilizado para vários outros pesquisadores e empresa, mas por possibilitar firmar parcerias de pesquisas futuras e levar esse tipo de tecnologia e monitoramento para Alagoas".
COOPERAÇÃO - O representante do LEAD no país norte-americano já teve uma boa notícia advinda da realização da pesquisa. De acordo com ele, por reconhecimento do mérito dos resultados alcançados, foi dada a possibilidade de convidar um estudante de sua escolha para cursar mestrado com bolsa de estudos na Universidade de Saint Louis. "Abriu as portas para que alunos concluintes da graduação em Sistemas de Informação do Ifal possam realizar um mestrado com bolsa na SLU [sigla da universidade em inglês]", afirmou.
Para o professor, a parceria com a universidade estrangeira representa o fortalecimento das ações de pesquisa no Ifal, com ganhos para os dois lados. Trata-se de unir o conhecimento produzido nos projetos realizados na área de sensoriamento remoto por docentes e estudantes integrantes do LEAD - Ifal Arapiraca às novas perspectivas de análise possibilitadas pela tecnologia de ponta disponível no exterior.
"Os dados de satélite, por exemplo, agora estão disponíveis para nós, por meio dessa colaboração. A junção da nossa capacidade de fazer análise de dados, com a experiência deles em problemas de sensoriamento remoto, deu uma combinação boa pra chegar nessa técnica de avaliar a qualidade de imagens sintéticas de satélite", resumiu.