Equipes campeãs da Jornada de Foguetes posam com troféus no Ifal Arapiraca e dão dicas a quem quer vencer competição

A estante de troféus do Campus Arapiraca, situada no gabinete da Direção-geral da unidade de ensino, acaba de receber novas aquisições. São os troféus das duas equipes campeãs da 44ª Jornada de Foguetes, realizada em Barra do Piraí/RJ, no último mês de setembro. As equipes foram orientadas pelo docente de Física Marcos Fabrício Lopes e integraram a comitiva do Instituto Federal de Alagoas - Ifal no evento. 

A dupla Nyckollas Raphaell Nogueira e Pedro Henrique Monteiro obteve o maior alcance de lançamento de todo o Ifal, com 199,1 metros. Já o trio com os discentes Beatriz Corrêa de Araújo, Ernâni Santos de Oliveira e Lídia Nathanaelly Garcia conquistou 197,8m de alcance no lançamento do foguete. Todas as equipes que lançaram seus foguetes foram classificadas no pódio conforme a distância alcançada. A marca mínima para o ouro, nesta edição, foi de 150m. 

RECONHECIMENTO - De volta às aulas no campus, os/as participantes foram recebidos pelo diretor-geral do Ifal Arapiraca, Augusto de Oliveira. Ao deixar os troféus junto aos outros na estante, os/as discentes ouviram palavras de incentivo e gratidão do professor Fabrício, que os/as acompanhou na empreitada, e do gestor da unidade. "Isso agrega muito aqui. É motivador para outros estudantes saberem que eles também podem chegar lá", destacou Augusto. 

Encorajados/as pela possibilidade de inspirar colegas para participar das próximas disputas, dois integrantes das equipes campeãs contaram um pouco da trajetória até a conquista e apontaram o que pode ajudar possíveis interessados/as a repetir o feito. 

Lídia Nathanaelly participou pela primeira vez da competição. Ela lembra dos desafios enfrentados tanto na fase de testes do lançamento dos foguetes na região do Lago da Perucaba, em Arapiraca, quanto na etapa classificatória para a Jornada de Foguetes. "A gente não tinha muita dimensão de como era a olimpíada, mas aí fomos pegando direcionamento e a experiência de estarmos juntos construindo foguetes contribuiu. No contraturno [das aulas], íamos fazer os testes. A gente foi lá para o Perucaba algumas vezes testar. Fomos até debaixo de chuva. Estava chovendo muito. O último dia, principalmente. Parava um pouco a chuva, mas voltava. Um vento frio, forte... eu até gripei depois. Mas deu tudo certo!", recorda, aos risos, a estudante.

Os contratempos foram superados e a ida para a competição em Barra do Piraí se tornou realidade.

"A gente foi chamado. Até chegar lá, particularmente, a ficha não tinha caído ainda. A experiência de conhecer pessoas diferentes, de vários estados, com sotaques diferentes, foi enriquecedora", detalha Lídia.

A apreensão sobre o resultado do lançamento durou até o último dia de evento, quando foram anunciados os resultados. "Lá na hora [do lançamento], a gente não sabia exatamente o alcance e se perguntava 'será que foi tão longe quanto deveria ter ido?'. Mas aí, [na cerimônia de premiação, passou o bronze, passou a prata... Olhamos uns pros outros: 'fomos campeões na MobFog no Rio de Janeiro'. Foi incrível! Minha mãe, meus tios de São Paulo, minha avó mandando mensagem. A família toda se mobilizou. Cheguei em casa, tinha um bolo: anteciparam a comemoração de aniversário e com decoração de foguete!", relata a competidora.

O estudante Nyckollas Raphaell também guarda as lembranças das idas ao Lago da Perucaba para a fase dos testes finais. Segundo ele, essa iniciativa foi importante para modelar melhor a aerodinâmica e verificar o funcionamento das bases dos foguetes. "O que contribuiu para termos o alcance que a gente teve foi a grande quantidade de testes que a gente fez".

A persistência é, portanto, a dica que o competidor dá para quem deseja participar das disputas futuras. "O conselho a todos é não desistir e sempre participar da maneira que você conseguir. Como eu e meus amigos chegamos nesse lugar, acho que todo mundo poderia chegar. No início, as coisas são meio difíceis, você não sabe muito bem o que fazer, mas sempre tem fóruns na internet, tem vídeos que vão ensinar. E se você sentir gosto pela área, é só não parar de tentar que vai conseguir", afirma.

PERSPECTIVAS - Após a apreensão no lançamento feito na Jornada de Foguetes, Nyckollas sentiu que os fatores que poderiam influenciar o alcance do foguete foram ultrapassados. Por mais preparo que a equipe possua, mudanças na corrente de vento ou falha na reação química de vinagre com bicarbonato de sódio, que dá propulsão à aeronave, podem comprometer o resultado final. 

Como tudo ocorreu dentro do esperado e o título de campeão veio, o estudante se mostra empolgado com a conquista e já tem planos de decolar mais alto no futuro. "A gente sair do nosso estado para representar nossa instituição, foi muito legal essa experiência. E de estar junto com outras pessoas , que almejaram estar ali, que estudaram sobre os foguetes, sobre a olimpíada, todos trocando conhecimento para que a gente desenvolvesse e aperfeiçoasse para o próximo ano. A gente aprendeu bastante coisa nas oficinas de foguetes [do evento], foi uma das coisas que achei mais legal: você estar no meio de outras pessoas que têm o mesmo interesse que você, que já lançaram de outras formas, que têm outras construções... A gente tem ideias diferentes agora, a gente sabe mais da dinâmica do peso do foguete, como funciona melhor", aponta o discente.

A perspectiva do aluno é, com sua dupla, desenvolver novos testes, participar da Copa de Foguetes de Alagoas, prevista para 2024, e conseguir mais um pódio. "Ano que vem a gente quer alcançar uma metragem maior. A gente já está desenvolvendo um modelo de foguete um pouco mais leve. A gente espera bater nosso recorde e alcançar o pódio novamente", finaliza.