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Três docentes do Ifal são escolhidos para participar de capacitação na Finlândia

Marcelo de Assis, Michely Libos e Victor Sgarbi concorreram com candidatos de todo o Brasil

por Roberta Rocha publicado: 03/03/2016 08h55, última modificação: 03/03/2016 09h34

A Finlândia, país no norte da Europa, será o próximo destino dos docentes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Marcelo de Assis Côrrea, Michely Libos e Victor Sgarbi. Eles tiveram suas propostas de trabalho aprovadas em uma seletiva de caráter nacional e estão entre os 48 profissionais de alto nível da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica que participarão de capacitação em universidades finlandesas de ciências aplicadas, durante os meses de abril, maio e junho de 2016.

O programa em questão, denominado "Professores para o Futuro", é uma ação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Financiado com recursos do MEC, a iniciativa quer possibilitar a integração entre educadores da Rede Federal e o modelo finlandês de excelência na formação tecnológica, por meio da concessão de bolsas para a efetivação do intercâmbio.

Além da proficiência em inglês, no caso de dois dos selecionados adquirida por meio de prova aplicada pelo Centro de Idiomas do Ifal, a seleção exigia dos candidatos projetos de pesquisa aplicada que tivessem potencial de aproximação com as demandas de inovação do setor produtivo e da sociedade brasileira. 

Proposta aprovada

Autora de um projeto que pretende reunir todos os estudos existentes sobre o Complexo Estuarino Lagunar Mundaú/Manguaba (CELMM) em um plataforma de acesso gratuito online, a professora Michely Libos, do Ifal Marechal Deodoro, se disse surpresa com o resultado. "É uma seleção muito concorrida, o Brasil tem muitos institutos federais, são muitos candidatos. Eu realmente não esperava", conta. 

A ideia da docente é construir um Sistema de Informação Geográfica (SIG) sobre o maior complexo lagunar alagoano. "As informações que as instituições têm a respeito estão pulverizadas. É necessário aglutiná-las, disponibilizá-las para pesquisadores e estudantes, inclusive para que seja ferramenta do ensino de Geografia nas escolas", explica.

Para implementar a base de dados, Michely acredita que o intercâmbio na Finlândia será determinante. "Eles têm esse know-how, os melhores índices de educação estão lá. Vai ser fascinante poder trazer um pouco dessa experiência para o Ifal".

Em busca da excelência na formação

Outro contemplado na edição 2016 do Professores para o futuro, o professor Victor Sgarbi, também do Campus Marechal Deodoro, é pesquisador da área de métodos de ensino. A proposta dele submetida ao programa envolve a formatação e implantação de curso de formação continuada para professores do ensino médio técnico integrado com base nas práticas de Problem Based Learning - PBL, em português, Aprendizagem Baseada em Problemas.

A referida estratégia pedagógica baseia-se em estudos de casos e prevê o confronto dos alunos com problemas contextualizados para os quais eles se empenham em encontrar soluções significativas. "A Finlândia é um dos grandes expoentes na área de PBL e creio que isso pode contribuir muito com minha formação pessoal, profissional, acadêmica", afirma.

De acordo com o docente, a execução do projeto após a volta para o Brasil promete aprimorar a formação de outros profissionais. "O curso vai beneficiar professores do Ifal e demais institutos que não têm a formação didática exigida para lecionar em cursos de ensino médio, bem como os que querem aprofundar sua formação, com foco em uma metodologia ativa e inovadora". 

Cooperação Brasil-Finlândia

Do Campus Maceió, veio mais uma sugestão de aperfeiçoamento de tecnologia educacional. O projeto vencedor do professor Marcelo de Assis Côrrea propõe a internacionalização de uma metodologia orientada especificamente para adolescentes do ensino técnico integrado ao ensino médio, desenvolvida por ele, desde 2012, em conjunto com um grupo de alunos e docentes dos cursos de Eletrônica e Eletrotécnica do campus. 

O método criado recebeu o nome de  I.D.E.I.A., porque tem por base, de acordo com o proponente, cinco componentes do universo psicológico juvenil: Inovação, Diversão, Entretenimento, Inspiração e Aprendizagem. Para dar suporte à implementação da I.D.E.I.A., foi criado um ambiente de aprendizagem virtual denominado LabTEC@.

"A utilização dessa tecnologia educacional forma uma comunidade de projetos, gerando um espaço de criação e aprendizagem que permite aos estudantes de ensino médio dispor das mais variadas formas para manifestarem suas ideias, colocando-as na web sob a condição de licenças abertas", detalha o pesquisador.

Para Marcelo de Assis, a perspectiva com a capacitação no país europeu é aperfeiçoar essas ferramentas, de forma colaborativa, por meio da integração entre alunos e professores do Brasil e da Finlândia. "No projeto, estão previstas a produção de Recurso Educativo Aberto na área de Eletricidade em inglês, português e finlandês, além da cooperação técnica para o desenvolvimento de produtos tecnológicos na área de energia", exemplifica. 

Edições anteriores

Na última chamada pública do Professores para o Futuro, a professora Sheyla Marques do Ifal Palmeira dos Índios, foi selecionada com outros 34 profissionais de institutos federais. Como fruto dessa experiência, ela lançará um livro na área de construção civil no próximo 5 de abril. Veja AQUI.

Para conferir o resultado completo da edição 2016, clique neste link

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