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Torneio de robôs do Ifal ganha novo perfil com a presença da ala estudantil feminina

publicado: 24/05/2018 15h59, última modificação: 24/05/2018 22h13
Exibir carrossel de imagens Gerônimo Vicente Robô Ava, de Kely Cavalcante disputa com outro pertencente a um aluno e tem apoio  das alunas presentes

Robô Ava, de Kely Cavalcante disputa com outro pertencente a um aluno e tem apoio das alunas presentes

Defeituoso, Indefinido, Evolution, Ava, Double Snake,Jack, Aringô, Explosion, Blinder e Atlas.Há algo em comum entre essa mistura de estrangeirismos e palavras da língua portuguesa com o nosso futuro. É  que esse jogo morfológico faz parte de um conjunto de cognomes dado por alunos e alunas do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) a robôs produzidos nos laboratórios da instituição  e que, nesta quinta-feira (24) fizeram parte do 4º Torneio de Sumô de Robôs realizado no Campus Rio Largo e com participação de estudantes da unidade sede e também de Maceió e Arapiraca.

Segundo o professor Leonardo Bruno, do Campus Rio Largo e um dos organizadores do evento, a competição consiste  em envolver as mais diversas áreas na construção e da programação de robôs. “Tudo começou com o professor Henrique do Campus Arapiraca e  a cada período se estende a um campus. Desta vez estamos realizando em Rio Largo e envolvendo alunos de Mecânica, Informática, Eletrônica e outros cursos, cujas profissões começam a se relacionar com a tecnologia ou mais, precisamente, com a robótica”, declarou o professor.O torneio ocorreu na Vila Militar da Aeronáutica, localizada no aeroporto Zumbi dos Palmares

A competição consiste em  colocar em um tablado redondo nas cores preto e branco, dois robôs que disputam um torneio semelhante ao sumô, porém de forma autônoma sem o controle humano. Por meio de sensores e correntes elétricas as máquinas se cruzam na “arena” e o desafio é uma tirar a outra da disputa em três rounds (etapas) cada um com um minuto de duração. As equipe devem  apresentar um robô com dimensão de 10 centímetros e com peso de no mínimo 30 gramas até 500g.

O Torneio de Sumô de Robô teve ainda a participação dos professores Alberto Rostand (Campus Maceió), Antenor Farias (Campus Maceió), José Irineu (Campus Arapiraca) e Priscila Silva (Campus Rio Largo).As disputas  despertaram a atenção dos alunos presentes e de crianças que moram na Vila Militar e entre as máquinas Ava, Double Snake, Evolution e Explosion foram as que mais se destacaram na competição.

A competição tecnológica foi aberta pelo diretor-geral do Campus Rio Largo, Edel Alexandre que agradeceu a parceria com a Aeronáutica e enfatizou que  o feito dos alunos, naquela ocasião, seria útil no futuro para a indústria automobilística, para a medicina e para todas as outras ciências. Alexandre anunciou  para setembro deste ano, o início da construção do campus do Ifal no município em uma área cedida pelo município e, com o prédio pronto a possível implantação do curso superior de  Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Presença feminina

Um detalhe bem visível na competição foi a presença feminina durante as disputas entre robô, fato que demonstra o interesse de jovens adolescentes pela Robótica. Esse foi o caso de  Janaína Rodrigues, 21 anos e aluna do curso técnico de Informática do Campus Rio Largo. “Sempre quis participar e aproveitei um convite do professor do curso e me juntei aos colegas Igo e Raniel na construção de um robô em menos de um mês. Montamos algumas partes e outras compramos. Acho muito legal a presença de meninas no torneio, porque representa uma atração para o público feminino e reduz uma dominação histórica de meninos na robótica”, opinou Janaína que opera o robô Double Snake (tradução semelhante a cobra de duas cabeças) e explica que o nome foi dado devido aos dois sensores na frente e atrás que o equipamento dispõe.

Wanessa Ramos, 16 anos e Kely Cavalcante, 21, também representaram o sexo feminino no torneio e, a exemplo de Janaína Rodrigues, foram convencidas pelo professor que as selecionou. Elas cursam Informática, nível técnico e alegam que jamais imaginaram que   alcançassem esse estágio de construir robôs.” Meu foco no curso era a programação. Nunca imaginei aprender mais do que isso e ainda mais, construir robôs em um mês e meio.Gostei da área e não hesitei e escolher meu futuro, depois que conclui que a Informática não se resume apenas à programação ou à construção de robôs”, disse  Wanessa Ramos que tentará cursar Ciências da Computação ou Engenharia da Computação na universidade. A parceira de projeto, Kely Cavalcante disse estar em dúvida em tentar Medicina ou seguir a área da computação, depois do que aprendeu no Ifal.

Cléia Henrique, do Campus Maceió também integra uma equipe formada por  Diogo Gomes e Diego Gabriel todos do curso técnico de Eletrônica e responsáveis pelo robô Evolution. Ela  atribuiu a um convite da amiga Milena para participar da competição e agradeceu ainda o apoio dado pelo professor Alberto Rostand. “Sinto-me bastante confortável sendo menina e inserida  em um espaço que antes, era, predominantemente de meninos”, ressaltou Cléia que pretende cursar Engenharia Elétrica no futuro.


A certeza da presença de alunas nos torneios de robótica atraiu estudantes do sexo feminino também como torcedoras. Durante  o tempo em que a reportagem esteve cobrindo a competição era notório a aproximação delas do ringue, a cada ocasião em que  um robô de uma menina enfrentava outro, cujo responsável era um menino .E se vinha a vitória, a euforia era ainda maior.