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Gestores de iniciativas pioneiras fazem a diferença no Ifal

publicado: 10/11/2017 10h11, última modificação: 10/11/2017 10h55

Gabriela Rodrigues e Gerônimo Vicente - jornalistas

A série “Técnicos em Ação” tem continuidade nesta sexta-feira (10) com a história de três servidores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) que integram a gestão e se destacam em suas funções por estarem à frente de iniciativas inovadoras ligadas a sua formação e área de conhecimento. Eles tomaram para si a construção e desenvolvimento de ações, projetos e programas que são pioneiros na instituição e contribuem para o aperfeiçoamento de diversas atividades que não estão restritas ao seu setor ou departamento. Carlos Fabiano da Silva, economista e procurador educacional da Reitoria do Ifal, é um dos técnicos administrativos (TAE) que abordamos nesta série de reportagens e que possuem esse perfil inovador.

Até o início de 2010, para se coletar informações sobre ensino, aluno, cursos, docentes e outras informações de interesse socioeducacional na Reitoria do Ifal, bastava o servidor se levantar de seu espaço de trabalho, abrir o armário, procurar a pasta referente àqueles dados, somá-los, digitá-los e tabular a planilha. E pronto! Deste modo, estavam disponíveis os indicativos desejados pelo público sobre matrículas, evasão, repetência, condição socioeconômica dos alunos, etc. O serviço demorava dias para ser concluído e disponibilizado ao público. O método convencional de coleta de dados parecia ser corriqueiro e já fazia parte da cultura de obtenção de informações no Ifal, apesar da evidente forma arcaica de prospecção dos dados.

Fabiano é economista e procurador institucional lotado na ReitoriaUma experiência aplicada no Instituto Federal Sertão Pernambucano, localizado em Petrolina-PE, foi um início da engrenagem para o armazenamento digital dos dados do instituto alagoano. Trata-se do Observatório Socioeconômico e Educacional implantado pelo economista Carlos Fabiano, servidor redistribuído do IFSertão para o Ifal e que serviu como largada para uma série de informações e dados estatísticos sobre a instituição federal de ensino. Atualmente, além do observatório, o Ifal possui o Anuário Estatístico e o link de Dados Abertos, ferramentas que, além de valorizar os números e indicadores sociais e econômicos do instituto, proporcionaram o acesso a eles por parte de qualquer cidadão, independentemente da sua localização.

Formado pela Universidade Federal de Alagoas e mestre em Economia Aplicada pela mesma universidade, Carlos Fabiano desenvolveu esse projeto ao chegar ao IfSertão como modo de assessorar o reitor com informações institucionais. Ao se transferir para o Ifal, o servidor sentiu dificuldade de colher dados que, segundo ele, estavam espalhados por setores da Reitoria e dos campi. “Hoje temos material com 99% de confiabilidade e atualizados, assim é possível conhecer não só a quantidade, como também a qualidade dos serviços que ofertamos”, ressaltou Fabiano.

O servidor exerce ainda a função de procurador educacional que o habilita para monitorar o Educacenso, realizado pelo Ministério da Educação, o Exame Nacional de Desempenho (Enade), o banco de dados e reconhecimento de cursos. “A meta agora é fazer uma análise de todos esses dados para dar ao público uma visão sobre os propósitos do armazenamento dessas informações”, destacou o servidor do Ifal.

Quitéria Meire Ataíde Gomes é dessas servidoras que não param. Há 32 anos ocupando o cargo de nutricionista responsável pelo Setor de Alimentação e Nutrição Escolar do campus Maceió, a servidora atua em programas de educação nutricional, na avaliação do estado nutricional dos alunos para inserção no programa de alimentação e nutrição escolar, acompanhamento de educandos portadores de agravos nutricionais, fiscalização da cantina no tocante às boas práticas de manipulação e lanches saudáveis, além de participações em aulas e eventos dos cursos superiores de Biologia, Design e Hotelaria, e do Proeja.

Quitéria é nutricionista do campus MaceióAlém de suas atribuições no campus, Quitéria participa da orientação de estágio curricular em nutrição das faculdades particulares Unit e Estácio e da comissão do projeto de implantação do curso de gastronomia no Ifal campus Marechal Deodoro. Lá ela também deu sua contribuição e participou do I Workshop de Gastronomia e de um projeto de extensão com objetivo de capacitar todos os manipuladores dos serviços de alimentação da orla lagunar de Marechal Deodoro. A nutricionista também atua no programa de capacitação para merendeiras vinculadas à Secretaria Municipal de Educação (Semed), nas cidades de Maceió e Marechal Deodoro.

Em pesquisa, Quitéria desenvolveu o trabalho de Mapeamento Gastronômico da mesorregião do leste alagoano, trabalho apresentado no Congresso Acadêmico do Ifal (Conac). A servidora também atuou na finalização do processo de criação e implantação do aplicativo Nutrição Total, sistema que visa facilitar a vida dos estudantes e o funcionamento do setor de nutrição por meio do agendamento diário de refeições via web e dispositivos móveis: neste caso, a nutricionista orienta os usuários na inserção de itens de antropometria, costumes alimentares, patologia e IMC, que influenciam nos hábitos alimentares adequados e na oferta de alimentos saudáveis aos alunos.

Renata Pires, - psicóloga, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e mestranda em Pesquisa em Saúde -, é servidora do campus Marechal Deodoro, mas exerce a função de coordenadora de Ações Inclusivas na Reitoria do Ifal, e tem seu trabalho focado nos avanços relacionados à atenção aos alunos. Essa atividade despertou a atenção das comunidades interna e externa por discutir as condições de atendimento aos alunos de modo interdisciplinar e com o envolvimento de 14 profissionais que desempenham tarefas similares na política de assistência estudantil da instituição.

A parceria entre psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, médicos, enfermeiros e bibliotecários resultou em uma série de ações vinculadas à inclusão social e à aplicação da política de assistência estudantil. A multifunção faz parte do cotidiano de Renata Pires no Ifal quando o assunto se volta às questões referentes ao corpo discente. Uma dessas iniciativas que registrou um significativo avanço foi a criação dos Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napnes) em todos os campi da instituição. “Um grupo de psicologia foi formado pela Coordenação de Ações Inclusivas para consolidar os Napnes em parceria com os campi. A demanda maior era a capacitação dos agentes para atuar nos núcleos e, por isso, realizamos encontros periódicos compostos por reuniões pela manhã e palestras à tarde. Como resultado, conseguimos instalar o Napnes em todos os 16 campi do Ifal e o modelo deu tão certo que o formato foi absorvido pela Diretoria de Assistência Estudantil”, explicou a psicóloga.

Renata Pires se destaca pelas ações inovadoras em inclusãoAlém do Napnes, Renata participa da Comissão de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas, que tem previsão de ser regulamentado até o final do ano, do Comitê Pró-Equidade, que conta com discussões sobre gênero e igualdade racial, e de outra demanda importante, segundo ela, que é a elaboração do documento que prevê regulamentação do nome social, que deve ser aprovado pelo Conselho Superior do Ifal em breve. “Nosso trabalho é bem amplo e aborda também questões de gênero e raça, atendimento individual, grupos de pesquisa, programa de orientação sobre futuro profissional e vocacional do aluno, prevenção a fatores de risco, promoção à saúde, oficinas, palestras sobre sexualidade na adolescência. Enfim, todos os assuntos que tenham a ver com o universo do nosso aluno”, acrescentou.

Na avaliação que faz desde seu ingresso no Ifal até hoje, Renata Pires conclui que muito se avançou e cita entre as dificuldades superadas a estrutura física dos campi para atendimento aos alunos com necessidades específicas, a convocação de mais profissionais de Psicologia aprovados em concurso público e a sensibilização de servidores para que se sentissem à vontade para trabalhar com a temática da ação inclusiva. Ela destaca ainda que a experiência profissional anterior à chegada ao Ifal foi importante para superar as dificuldades encontradas e cita o trabalho interdisciplinar com a finalidade de se conhecer melhor a realidade do aluno. “O trabalho em parceria tem sido nosso carro-chefe”, destacou.

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