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Servidores integram mesa para debater experiências de letramento em distintos campi
Educação a distância e de jovens e adultos são destaques em atividade da Bienal
Cinco servidores de diferentes campi do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) estiveram no Pavilhão das Oficinas da 9ª Bienal do Livro de Alagoas, nesta quinta-feira, 7, para integrar a mesa-redonda “Dialogando sob a perspectiva de letramentos no processo de ensino/aprendizagem: uma interface entre as modalidades presencial, a distância e educação jovens e adultos”.
A partir de suas respectivas atuações profissionais, os docentes Antônio Carlos Lima, Aurineide Profírio Barro e Maria de Fátima Amorim, dos campi Maceió, Satuba e Marechal Deodoro, respectivamente, além dos técnicos, Sidiane Ferreira Batista e Manoel Santos da Silva, das unidades Benedito Bentes e Satuba, apontaram os desafios e conquistas do letramento na educação a distância e de jovens e adultos.
Líder do grupo, Antônio Carlos Lima, contou com as suas experiências na educação a distância desde o ano de 2011 para explanar como vem utilizando os fóruns online para o letramento dos estudantes que estão distantes. Para ele, os diferentes contextos vividos pelos alunos podem estabelecer barreiras de compreensão dos textos acadêmicos, mas o uso de ferramentas multimodais são parte da solução para o problema.
“O uso de processos multimodais podem enriquecer a criatividade desses sujeitos, em todo o processo de letramento. Se a gente interage através de textos e eles estão em contextos diversos, a gente vai ter que pensar no letramento a partir dessas novas interfaces que as tecnologias podem nos trazer”, argumentou o docente do curso Técnico Integrado de Artesanato, ofertado pelo Programa de Educação à Distância (Proeja), no Campus Maceió.
A técnica em Assuntos educacionais e professora da rede estadual, Sidiane Ferreira o complementou, abordando a necessidade de pensar não só os contextos, como também os papéis sociais assumidos de seus alunos, na hora de planejar o letramento na Língua Portuguesa.
“Ser alfabetizado é condição insuficiente para lidar com os desafios da vida cotidiana. Se faz necessário não apenas aprender a decodificação dos textos, mas compreendê-los dentro de seus respectivos contextos sociais”, enfatizou.
Para Sidiane, qualquer processo de letramento tem que propor a reflexão dos aspectos sociais, das posições de poder e das ideologias que perpassam os textos utilizados no processo de aprendizagem.
“O letramento possui modelos autônomos e ideológicos. Neste último são considerados não só os aspectos culturais, como também os aspectos políticos presentes. O professor de português tem um lugar privilegiado, porque ele pode levar para a sala aula textos de diversos gêneros e refletir sobre os diferentes contextos envolvidos na sociedade”.
Assim como Sidiane, Maria de Fátima reforçou a necessidade dos alunos aprenderem a ter uma apropriação particular dos textos com que entram em contato. A docente do curso Técnico de Cozinha, ofertado pelo Proeja de Marechal Deodoro, lembrou as dificuldades iniciais que teve, ao ser transferida das salas de aulas de uma graduação em Nutrição, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para lidar com a educação de jovens e adultos. Segundo ela, aquele momento foi de desafio.
“Sou nutricionista de formação, mas o que me fez mudar de área de atuação acadêmica foram os alunos do EJA. Quando comecei a trabalhar com a modalidade no Ifal, eu apliquei os mesmos métodos da Ufal e quebrei a cara. Então, uma pedagoga que atuava no Campus Marechal me falou sobre a necessidade de conhecer a trajetória de vida dos alunos e foi a aí que fiz a imersão na área de educação”.
Ela lembrou que inicialmente, quando o curso foi implantado, em 2008, os alunos tinham aulas apenas na sala de aula, mas hoje eles estão inseridos em projetos de pesquisa e extensão, utilizam de laboratórios próprios do curso, além de frequentarem eventos, como forma de integrá-los por completo ao mundo profissional em que estão sendo letrados.