Sabor, arte e tecnologia: produtos de ações extensionistas proporcionam vivências sensoriais ao público da Mostra de Extensão do Ifal

Além da diversidade de debates e apresentações, a 10ª Mostra de Extensão do Instituto Federal de Alagoas - Ifal, sediada no Campus Satuba, proporcionou experiências únicas aos espectadores, por meio de produtos vinculados a projetos de extensão. Nessa quarta-feira (22), o público pôde ver, tocar e até saborear resultados concretos de ações desenvolvidas pelos estudantes e profissionais extensionistas da instituição.

Na área de artes, um projeto do Campus Maceió presenteou visitantes com marca-páginas ilustrados por pinturas em aquarela. As peças, produzidas durante oficinas de aquarela oferecidas às comunidades externa e interna, representaram não somente o encontro entre técnica e sensibilidade, mas também entre participantes de todas as idades. "O mais interessante foi a troca geracional. Atendemos crianças, adolescentes e idosos", pontuou a discente Clara Lima. 

Intitulada "Drops Extensão: gotas de conhecimento em formato de oficinas", a proposta teve início em 2024 como grupo de pesquisa coordenado pela docente Rosiane Santos. Neste ano, transformou-se em ação extensionista e resultou na criação de produtos bioinspirados, como pingentes, papel de parede e azulejos. O acervo completo será exposto, no dia 8 de novembro, de 15h às 18h, no estande do Ifal na Bienal do Livro de Alagoas.

Ao lado da exposição do Drops Extensão, outro projeto atraiu a atenção ao dispor brinquedos e peças decorativas para as pessoas manipulá-las. A iniciativa "Produção artística e cultural de artes visuais em escola pública de Santana do Ipanema: refletindo sobre meio ambiente e sustentabilidade", orientada pela professora Anita Cione Tavares, foi apresentada pelas discentes Maria Luiza Cavalcante e Bruna Beatriz Vanderlei e permitiu ao público o contato com os objetos criados nas atividades práticas de fusão entre arte e ecologia desenvolvidas na escola pública da região.

Extensão viva, pulsante e inovadora

Já os visitantes da Feira de Negócios experimentaram a tecnologia de forma imersiva. Integrantes da empresa junior de Engenharia Civil e Design de Interiores do Ifal Maceió, a Empro Jr., disponibilizaram óculos de realidade virtual que permitiam explorar, em 360 graus, ambientes projetados por eles. A sensação era de estar dentro dos espaços planejados pela equipe, observando os detalhes do projeto e da decoração. 

Como parte da vivência, a diretora de Negócios da Empro Jr., Bárbara Karolla, apresentou materiais utilizados em obras, a diversidade de cores e texturas disponíveis, bem como as funções práticas, estéticas e sensoriais de cada item.

A Mostra também trouxe sabores capazes de simbolizar o vínculo entre extensão e território. O projeto de extensão "Agricultura e Agroindústria Familiar Agroecológica como motores de desenvolvimento local: capacitação de novas práticas e empreendedorismo para agregação de valores" é um exemplo disso.

Desenvolvido na comunidade quilombola de Muquém, em União dos Palmares, o projeto atuou na capacitação de agricultores do povoado e na produção de gêneros alimentícios a partir da produção agroecológica local. O resultado? A criação da geleia de goiaba artesanal fornecida pelo estudante de Agroindústria, Henrique Paes Clarindo, a quem comparecia para conhecer a proposta. Para ele, a iniciativa extensionista em questão valoriza saberes locais e práticas sustentáveis.

Coordenado pelo docente Victor Hugo Oliveira, o projeto do Ifal Murici contemplou abordagens sobre boas práticas de fabricação, segurança alimentar, controle de qualidade e, além da geleia distribuída no evento, prevê ainda a elaboração de licores e doces utilizando as frutas cultivadas na comunidade atendida. 

Aprendizagem com criatividade

Na área de ensino de ciências, graduandos de Química do Campus Penedo apresentaram jogos educativos voltados ao aprendizado. As ferramentas, como quebra-cabeças e jogos de carta, foram desenvolvidas dentro do projeto de extensão "Cientificando: uma abordagem lúdica pra o ensino de ciências" e puderam ser usufruídas por participantes da Mostra.

No evento, o projeto de autoria da docente Marina de Magalhães Silva foi apresentado pelos discentes Juci Alana e Tássio de França Lopes. Eles explicaram que os jogos lúdicos são autorais e foram pensados como alternativa metodológica para despertar o interesse dos estudantes pela área científica e para tornar o ensino de ciências, especialmente da Química, mais atrativo. A proposta contemplou uma turma de trinta alunos do 9º ano da Escola Municipal de Educação Básica Paulo VI, situada na zona rural do município ribeirinho.

O evento encerra nesta quinta-feira (23), com novas rodadas de exposições de projetos, oficinas, palestra e atividades culturais.