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Reitor do Ifal recebe servidores em greve e garante apoio ao movimento

Instituição vai manter atividades essenciais que vão ser definidas em acordo pela gestão do Ifal e pelo movimento grevista
por Elaine Rodrigues publicado: 03/04/2024 18h39, última modificação: 03/04/2024 18h42

Servidores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) paralisaram suas atividades nesta quarta-feira, 3, por tempo indeterminado. Uma das primeiras manifestações da greve ocorreu na Reitoria da instituição, onde o reitor do Ifal, Carlos Guedes, recebeu os integrantes do movimento e se comprometeu em garantir o direito de greve a professores e técnicos-administrativos.

Para Carlos Guedes, o movimento nas instituições federais de ensino tem pautas relevantes para assegurar a qualidade na prestação de serviços à sociedade. “O país está enxergando, o ministro está enxergando, o Conif já definiu isso, que é legítimo, que é justo e que a situação está insustentável, principalmente, para os técnicos-administrativos. Então, podem ficar tranquilos”, ressaltou o reitor. Outro momento bem aguardado pelos presentes foi a segurança de que os servidores em greve não terão prejuízos. “Está garantido o compromisso de que a gente não vai tomar nenhuma decisão até conversar com vocês. Claro, em relação ao termo que vocês usam: ao corte de ponto. Pode colocar lá para a comunidade: #tamojunto”, afirmou Carlos Guedes, que depois posou para fotos com a camisa do movimento de greve.

Pautas da greve

Reitor recebe servidores em greveA greve dos servidores do Ifal foi aprovada por assembleia realizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas, o Sintetfal. O movimento, que segue a manifestação nacional, tem como pautas a reestruturação das carreiras de técnico-administrativos (PCCTAE) e docentes (EBTT); a recomposição salarial; a revogação de todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-2022); e a recomposição do orçamento e reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.

As reivindicações da paralisação também têm apoio de pró-reitores e integrantes da gestão do Ifal. “É a primeira vez que a gente consegue – os docentes, junto com a carreira dos técnicos – envolvimento numa greve tão representativa e tão simbólica. A comunidade acadêmica, estudantes, professores se aproximam de uma forma muito assertiva nesse movimento de greve que estamos vivenciando hoje”, refletiu a pró-reitora de Ensino, Cledilma Costa.

Compromissos firmados

Presidente do Sintetfal, Yuri BuarqueOutro ponto discutido entre a equipe de gestão do Ifal, o presidente do Sintetfal, Yuri Buarque, e os servidores que participaram da manifestação foi o diálogo entre o movimento grevista e a gestão, em relação aos serviços essenciais ou inadiáveis que a instituição precisa manter para a comunidade. Essas atividades vão ser definidas em comum acordo para atender ao princípio da continuidade dos serviços públicos.

Outros aspectos da greve também serão discutidos em uma reunião do Colégio de Dirigentes marcada para esta quinta-feira, 4, às 14h. E será convocada uma reunião extraordinária do Conselho Superior para debater mais questões relacionadas à greve.

Reunião ocorrida na Reitoria do IfalAo fim da reunião, o reitor destacou que se casos de assédio aos servidores em greve estiverem ocorrendo nos campi ou na Reitoria, será necessário corrigir os colegas. Carlos Guedes alertou para casos de demissão por assédio na instituição e registrou que o Ifal incentiva que gestores participem da capacitação on-line em prevenção e enfrentamento ao assédio sexual e moral que é ofertada pela Procuradoria-Geral Federal, em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública, a Enap.

Outra questão assegurada foi o auxílio aos servidores e estudantes. “Principalmente para os estudantes, que temos um grande objetivo, que é assegurar aos estudantes condições de acesso, permanência e conclusão”, destacou o reitor. Por fim, Carlos Guedes informou que o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) combinou encontros com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e a Casa Civil, nos quais devem ser discutidos aspectos da greve dos servidores e do orçamento das instituições. “É uma luta administrativa e política também, né, nossa”, salientou.

Ifal em números

O Instituto Federal de Alagoas possui cerca de dois mil professores e técnicos-administrativos, que atuam em 16 campi e na Reitoria. São ofertados mais de cem cursos em diferentes níveis, modalidades e formas de ensino para mais de 23 mil estudantes em Alagoas.